Assim como combinado na praia, encontramos com os meninos no hall do hotel. Eram quatro deles. Disseram que era pertinho, então acabamos indo a pé mesmo. O tempo inteiro eu olhava ao redor, estava sentindo como alguém me olhando, não apenas isso. Sentia que alguém estava me seguindo.
— Você está bem? Parece está distante — Gabriella perguntou ao perceber que eu não estava muito atenta a conversa dela e dos garotos.
— Estava sentindo como alguém me olhasse, estava incomodada, mas não tem ninguém. Devo ter enlouquecido de vez. — Só podia ser isso.
— Deve ter sido o encontro estranho com o cara parecido com o do seu sonho. Deve ter mexido com você. Nada que uma caipirinha bem gelada nesse calor não resolva. Oh! É ali. Os meninos estavam falando sobre o lugar. — Gabriella disse animada.
Assim que chegamos Gabriella me arrumou uma caipirinha, estava tão gelada e doce, quando me dei conta já estava na quarta. Já me sentindo leve e bem solta. Gabriella já estava muito bem agarrada com o surfista. Péssima parceira de viagens de viagens de fim de relacionamento. Eu não sei nem mais como paquerar. Decidida a aproveitar e um pouco bêbada, decido cair na pista. Álcool realmente não mata, ele humilha. Tentei samba, forró, funk. Sóbria eu tinha certeza que não dançava nada disso.
— Melissa? — Alguém me chamou me puxando pela cintura. — O que você está fazendo aqui? Cadê o Arthur?
— Thiago! Aí Meu Deus! Quantos anos que eu não te vejo. Você não está sabendo? Arthur me traiu quase nas vésperas do nosso casamento com sua ex, Jéssica. No nosso apartamento, especialmente na nossa cama. — Eu disse rindo lembrando como era absurdo.
— Eu pensei que ela era sua melhor amiga. — Thiago parecia chocado.
— Que coincidência! Eu também achava. — Brinquei. Não ia sofrer por quem não tinham qualquer respeito por mim.
— E você está aqui sozinha? — Thiago perguntou parecendo procurar algo.
— Estou com minha irmã. Lembra dela? — Perguntei. Sabia que ele tinha uma queda absurda por Gabi.
— Sim! Como ela está? — Thiago me perguntou. Parecia no olhar brilhando que a queda ainda era grande.
— Ela está bem. Me enlouquecendo como sempre. — Eu disse chamando ela com a mão. Que veio correndo. Certeza que estava querendo uma forma de fugir do surfista gostoso.
— Oi! O que foi? — Gabi chegou perguntando — Thiago? O que faz aqui?
— Estou a trabalho. Aproveitei para curtir a noite. Fico muito feliz que decidi isso. — Thiago respondeu com um sorriso safado para Gabi. Era minha deixa. Vai que finalmente eles dois se pegam. Desde a escola eles ficam se paquerando e nunca acontece nada.
— Eu vou no banheiro e pegar uma nova bebida, essa aqui secou. — Não, era mentira, eu apenas queria deixar eles sozinhos.
— Certo. Se cuide. Caso a gente de perca, pode ir para o hotel sozinha. — Gabi disse. Tradução, achei o alvo da noite, se vire para chegar em casa.
— Sim, senhora. — Respondi antes de me afastar acenando para eles dois, que não esperaram nem eu me virar e começaram a se agarrar.
Fui no banheiro, acabei pegando uma bebida, fazendo exatamente o que eu disse que iria fazer. Olhei para galera se pegando loucamente no meio daquele lugar fechado e decidi ir para casa. Acho que não estava pronta para vida de solteiro. Será que é um problema de quem passa muito tempo em um relacionamento? Desaprende a paquerar e fica confusas em lugares assim? Bem. Eu tentei. Fui para casa com um copo de plástico de caipirinha, chutando pedra e cantando no meio da rua. Sim, bebida não mata, volto a repetir, ela humilha.
— Eu não sabia que a gatinha era cantora — Um dos surfista disse se aproximando de mim, ele estava junto dos outros dois, um deve ter se perdido ou se encontrado, depende da referência, mas juro, nem pagando lembro o seu nome.
— Dizem por aí quem canta seus males espanta, eu cabei e espanto todos que estão por perto. Nasci com essa habilidade no setor da cantoria — Brinquei. Sabia que eu era uma péssima cantora, além de não ter ritmo, eu ainda errava sempre as letras.
— Eu achei que cantou muito bem. E o que vocês acharam? — O surfista perguntou aos amigos que vinham mais atrás dele.
— Que precisamos parar em um lugar para comprar vodka. Não tem como beber sem bebida. Sou ótimo de ótima de conta e digo, o número não bate. Precisamos de álcool. — Um deles que estava totalmente embriagado decretou e todos riram.
— Então vamos, você vem também. Minha mãe disse que não era certo deixar moças desacompanhadas. — O surfista disse passando o meu braço pelo seu.
— Não precisa se preocupar, estou perto já. —Respondi. Eu não queria andar por aí com desconhecidos. Antes só do que mal acompanhada. Vai saber quem eram esses doidos.
— Não, eu não me sentiria nada bem com isso. Vamos. Será rápido. — O surfista disse me puxando com tudo sem direito de resposta.
Andamos um pouco entramos em um beco, uma rua, cada vez tudo ia ficando mais escuro. E eu amaldiçoava Gabriella por ter me feito conhecer esses loucos e mais ainda, por ter me feito vir sozinha para casa. Quando me dou conta, do nada, o surfista me joga na parede, prendendo minhas mãos nela e beijando meu pescoço. Na mesma hora chuto suas partes baixas e saiu correndo, acabo sendo pega por um dos seus amigos que esperava no final do beco escuro que estamos. Me levou de volta, me pressionando contra ele. Eu já estava chorando imaginando o que viria.
Eu fechei os olhos, não queria ver. Sabia muito bem o que vinha pela frente e amaldiçoei a mim mesma por não seguir minha intuição. Sabia que eles eram problema. Não posso cair na pilha daquela louca da minha irmã. Eu senti um deles rasgando minha roupa, senti até meu ar sumindo.
— Quem é você? — Um deles gritou, na mesma hora eu abri os olhos.
O homem do sonho estava lá, se aproximou deles sem falar nada e simplesmente quebrou o pescoço do que havia falado com ele. Os outros tentaram atacar ele, mas de uma forma surpreendente ele jogou um na parede e outro no telhado. Eu estou sonhando, só pode.
— Eu disse para não fazer o que estava pensando. Você nunca me ouve. — O homem disse agarrando minha cintura — A polícia já deve chegar, não posso me meter em problemas.
Não faz qualquer sentido, ele estava pulando os muros como um macaco, me segurando como se eu fosse uma pena. Na verdade, era loucura a forma que ele pulava de um lugar a outro. Meus sonhos estão ficando cada vez mais sinistros.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Regiane Pimenta
Glória a Deus ele chegou a tempo
2024-04-26
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Regiane Pimenta
Aí minha Nossa Senhora eu ainda imaginei isso acontecendo
2024-04-26
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Regiane Pimenta
Gente que medo ela sozinha com esses caras
2024-04-26
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