Loucura, cachorro e idiota

— Quê? Você vai sair com ele? Como aconteceu isso? — Gabi perguntou animadíssima.

— Ele sugeriu como pagamento por ter me salvo daquela idiotas. Não podia negar. Me pareceu justo. E algo nele é tão misterioso. Sinto que todas as circunstâncias nos une. — Expliquei para minha irmã.

— Ele deve está caindo por você. Cai de boca, Lissa! — Gabi gritou.

— Tá mais para o contrário, eu tive ontem a noite um sonho bem safadinho com ele. Nunca tinha sido assim. Bem, no sonho, ele que caiu de boca. — Eu confessei envergonhada dos meus próprios pensamentos.

— Você estava na cama dele, junto dele, bêbada e acha que sonhou com isso? Eu aposto o valor total que gastou nessa viagem que aconteceu e você pensa que foi um sonho por sempre ter sonhado com ele. Vocês foram além disso? — Gabi sorria animada para mim, animada por eu está me abrindo para outras pessoas — sim, literalmente.

— GABI! AI MEU DEUS! E SE FOI REAL MESMO? O que eu fiz. Fui para cama de alguém sem ao menos conhecer ou ter algo. O que eu faço? Preciso desmarcar esse encontro. Não posso nem olhar na cara dele. Que vergonha. — Enquanto minha irmã estava super euforia com o caminhar da carruagem, eu estava em total desespero.

— Sim, se o problema foi não conhecer ele, o jantar vai resolver isso. E você sonhou a vida toda com ele. Será que as histórias da vovó sobre bruxaria são verdadeiras? Você estava assistindo o seu futuro o tempo inteiro? Ele sempre foi um homem mais velho, nunca criança. Tudo que você viu até agora pode ser o futuro. Será que eu consigo transformar água em vodka? — Gabi deve ter batido a cabeça em algum lugar, olha as ideias dessa minha irmã. Eu já não tenho um juizo dia melhores, com ela ao lado é certeza de desastre.

— Não viaja. A vovó não deve está bem. Sempre com as ideias de magia. E quem já viu transformar água em vodka? Quem diabos faria uma coisa dessa? — Perguntei um pouco chocada com o que a minha irmã dizia.

— Ah! Quanto julgamento. Jesus transformou água em vinho. Estou apenas modernizando o negócio. — Gabi disse com um enorme sorriso.

— Primeiro, havia um contexto para isso. Segundo, sabia que é comprovado que uma taça de vinho faz bem para o coração? Já vodka, só traz desmantelo e ressaca moral — respondi as calúnias dela.

— Diz a garota que dormiu com o cara dos sonhos depois de umas doses de caipirinha. Se solta, Lissa. Aproveita que nunca mais verá ele. Ah! Pera! Ele é casado, não? Você dormiu com um cara casado? GEEEENTE! Você está uma pirånhå de primeira mesmo. Depois me ensina a ser assim — Gabi brincou comigo.

— Se nada do que se passou ontem foi sonho, ele não é casado, então, teoricamente, com base nesse sonho não-sonho, devo dizer que não dormi com ele e nem é casado. Você, diferente de mim, tenho certeza que fez isso. — joguei para ela as acusações.

— Ele era bem solteiro, não dormi com ele, fiz sacanagem até amanhecer o dia, estou com fome, cansada e quebrada por conta disso. — Gabi brincou.

Quando íamos subindo as escadas para o quarto. Na ponta dela estava a mulher que sempre aparecia com o August nos meus sonhos. De uma forma estranha, o medo passou por todo meu corpo ao olhar para ela. Algo em mim dizia para correr, mas um outro lado meu ria me chamando de idiota.

Assim que nós duas vimos a mulher na escada, nos calamos na mesma hora. Pisquei os olhos e ela já estava em nossa frente. Fiquei sem entender nada. Ela parou na frente de Gabi, olhou em seus olhos.

— Você está cansada, precisa tomar um banho e dormir. Vai ignorar totalmente a presença ausência da sua irmã até a noite. Quando notar vai procurar a August e avisar o seguinte. " O acompanhamento do jantar virou prato principal". Agora vá. — A mulher disse para Gabi, eu esperava que ela reagisse rindo ou causando um assassinato, jogando a mulher escada abaixo, mas em vez disso, reagiu de forma inexplicável.

— Lissa, vou tomar um banho e descansar um pouco. — Gabi falou né olhando nos olhos. Me deixando totalmente chocada.

A mulher se afastou para Gabi passar, depois voltou o olhar para mim. Dessa vez, decidi seguir a minha consciência louca, me virei e desci correndo as escadas, mas de uma forma inexplicável, ela já estava na minha frente, com um sorriso aterrorizante segurou minha garganta.

— Eu e você precisamos ter uma conversa! — A mulher disse sem largar meus pescoço.

— Acho que não terei como conversar morta — respondi com dificuldade ao perceber que ela estava cada vez mais apertando meu pescoço.

— Não se preocupe, não quero te matar. Isso apenas atrapalharia ainda mais a minha vida. Eu preciso que você se transforme e depois morra. Enquanto for humana, sempre voltará a se encontrar com ele. E isso, vai me atrapalhar demais. — A mulher disse antes de me segurar como se eu fosse uma pena, correndo em uma velocidade sobrehumana.

Por todo caminho além de querer vomitar, me questionava se cuscuz tem efeito alucinógenos ou o meu estava batizado mesmo. Porque não tem como isso aqui ser real. Não tem como alguém correr tão rápido. Chegamos em uma casa no meio de uma espécie de floresta, mas tenho certeza que não haverá uma floresta no meio de uma praia.

— Chegamos! — A mulher gritou me jogando com toda força contra o sofá.

— Quem diabos é você? Porque está fazendo isso comigo? — perguntei tentando compreender o que estava realmente acontecendo. Jurava para mim mesma que nunca mais comeria cuscuz na minha vida.

— Me chamo Elizabeth Bathory. E você está aqui porque sou um pouco obsessiva e não gosto de nada, muito menos uma humana idiota, atrapalhando meus planos. — E Elizabeth respondeu gargalhando.

— Se era para que eu entendesse algo com essa explicação ruim, falhou miseravelmente. Tenta novamente. — de uma forma louca, eu pensava em desespero, mas acabava falando de forma confiante.

— Tanto faz. Que fique na curiosidade. Agora me pergunto quem te achará primeiro, o cachorro fedorento ou aquele idiota. — Elizabeth disse, me deixando ainda mais confusa.

Minha conclusão.. Acho que não era meu cuscuz que estava com alucinógeno, deveria ser a água do hotel. Nada do que aquela mulher falava fazia qualquer sentido para mim. Preciso conseguir sair daqui, não acho uma boa ficar a mercê de uma louca totalmente fora de si e um pouco dopada.

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