Sonho Do (I)Mortal
O desconhecido estava apenas de toalha, estava com o cabelo molhado, seu peito ainda tinha algumas gotas. Ele tinha acabado de sair do banho, se olhava no espelho.
— Algust? — Uma pequena mulher de cabelos lisos, preto e curto o chamava na porta.
— O que você quer? — O desconhecido do sonho perguntou.
— Primeiro, forte a conexão, não gosto de ser assistida como se tivesse participando de um reality show. — A mulher disse olhando com raiva para ele.
Acabei despertando com o olhar ameaçador que ele olhava para ela. Novamente sonhando com a mesma pessoa. Era um homem, lindo. Alto, branco como papel, cabelos claros, forte e de sorriso encantador. Ele lembra muito um príncipe dos contos de fada. Sonho com esse homem desde pequena. Já fui até a terapeuta para saber se tenho algum problema. Um sonho que se repete tantas e tantas vezes. Quer dizer, o homem se repetia, mas sempre era um roteiro diferente do que ele fazia. O mais estranho, nunca conheci tal homem que está em todos os meus sonhos. Deve ser apenas loucura minha.
Esquecendo do sonho idiota rotineiro. Me levanto da cama e vou me arrumar. FInalmente poderei fazer a surpresa para Arthur, meu noivo. Andávamos brigando muito esses últimos dias. Ele disse que não tenho mais tempo para ele, que só quero saber de trabalhar. Tirei alguns dias de férias, comprei uma viagem para o Nordeste do Brasil. Será ótimo curtir um pouco com ele.
Cheguei no nosso apartamento, compramos alguns meses atrás e estamos mobiliando aos poucos. Nos casaremos em alguns meses. Arthur já veio morar aqui. Vendeu o que tinha, disse que não precisava de dois. Já eu, continuava morando com minha mãe. Como quero fazer uma boa surpresa, vou entrar sem ele está em casa. Parece bem mais divertido. Vou colocar essa caixa com vinho, queijos e nossas passagens na nossa cama. Posso acender até umas velas. Tenho certeza que deixei algumas na gaveta quando fiz um jantar surpresa para ele no dia dos namorados. Por sorte quando liguei a pouco para ele, me disse que chegaria tarde em casa hoje. Tenho bastante tempo para organizar tudo. Ficará perfeito.
Entrei no apartamento devagar. Notei que seus sapatos estavam jogados na sala, junto com um salto feminino. Será que a irmã dele esqueceu aqui? Segui para o quarto, mas antes de chegar lá podia ouvir alguns gemidos. O receio me bateu, não queria seguir mais. Queria ir embora, mas meti o louco e fui em direção ao quarto.
Para minha surpresa e decepção. Meu noivo estava na nossa cama com a minha melhor amiga e madrinha de casamento de quatro, para piorar, na cama que ainda estou pagando. Estavam tão empolgados, nem ao menos perceberam minha presença ali. Talvez nunca tenha percebido, ou não estariam fazendo esse tipo de coisa. Fui para cozinha, abri o vinho, coloquei as passagens na bolsa, bebi uma taça de um gole só e voltei para o quarto segurando a garrafa.
— Desculpa atrapalhar os putos. Só para avisar que vão se fuder, bem longe de mim, de preferência — eu disse derramando o vinho neles e saindo do quarto.
— Melissa, calma eu posso explicar. — Arthur gritou correndo atrás de mim, totalmente pelado.
— Explica a ela então, a mim, você não precisa explicar mais nada. Alias — tirei o celular do bolso e bati uma foto — Quero reembolso por tudo que gastei nesse apartamento de merda. Desde os móveis até reforma. Quero tudo na minha conta amanhã. Caso contrário, seu pinto pequeno vai virar meme na internet.
Deixei Arthur falando, eu não quis ouvir suas mentiras. O que ele me diria? Que me traiu porque eu estava ocupada demais para dar atenção a ele? Que foi só um deslize? Tipo escorregou e entrou nela, que estava sem querer de quatro na cama que eu nem mesmo cheguei a usar? Ah! Me poupe. Que eles dois se explodam.
Fui direto para casa, estava com tanto ódio, desgosto, decepção e mesmo assim, estava imensamente triste. Eu confiava neles dois. Tínhamos idealizado todo um futuro juntos. Iríamos nos casar em quatro meses. E ele estava me traindo? Peguei uma cerveja na geladeira e comecei a beber sozinha deitada no sofá. Pensando que grande trouxa eu sou.
— Filha, o que está acontecendo? — Minha mãe, Edna, gritou me vendo já arrodeandas de latinhas. Eu nem sei quando foi que bebi tanto.
— Irmã, eu pensei que você estaria com o Arthur. Você ia fazer a tal surpresa para ele. Aconteceu alguma coisa? — Gabriela perguntou preocupada comigo.
— Sim, cheguei para fazer a surpresa para aquele idiota. Peguei ele e Jéssica na cama. — Eu disse, desatei a chorar. Parece que falar torna tudo ainda mais real.
— Quê? — As duas falaram totalmente em choque. Me pergunto o que choca mais, meu noivo me traindo, sendo com minha melhor amiga de infância ou eu ter pego eles no flagra. Minha cabeça explodia com as duas opções.
— Vou quebrar a cara desse idiota. — Gabriela, minha irmã disse se levantando coberta de ódio.
— Você fica aqui. E vocês dois conversaram? — Minha mãe perguntou.
— Mãe, o que ela tinha para conversar com ele? Ela foi fiel, se preocupou, buscou melhorar sempre e em troca recebeu uma traição, na sua cara, no apartamento que eles compraram para viver juntos. Onde que ela precisa conversar com ele? — minha irmã parecia está com mais raiva que eu. Não julgo.
— Gabi, você sabe que relacionamento são complicados. Eles estão juntos a bastante tempo. Tem vários planos para o futuro. E se foi apenas a primeira vez e ele se arrepender? Vale a pena conversar. — minha mãe sempre aceitou as traições do meu pai, até o dia que a amante mandou ele escolherem. Adivinha quem ele escolheu? Claro que foi a novinha.
— Que se arrependa, mas nunca mais me terá de volta. Ele nem ao menos respeitou nossa casa, a cama da gente. Ela era minha amiga. Ele não me respeitou em momento algum. Que seja, a primeiro ou vigésima. Não irei aceitar essa traição. Eu não fiz nada para merecer isso. — Eu disse, na mesma hora chamou alguém na porta, minha mãe levantou para abrir.
— É o Arthur. Ele está aqui na porta, com buquê e chocolates. Suas flores e chocolates preferidos. Não vai abrir, filha? — Minha mãe perguntou olhando para o painel da câmera da porta, que aparecia ele.
— Clara que vou. Me deixa apenas pegar uma coisa na cozinha. — Eu disse me levantando
— Mel, sabe que ele não vale a pena gastar seu réu primario, certo? Não precisa abrir a porta... — Minha irmã dizia. Conhecendo Gabi, achou que eu ia abrir com uma faca para atacar ele, mas se surpreendeu quando passei apenas com uma vasilha.
Abri a porta com tudo, ele se assustou ao me ver, parecia com os olhos molhados, como se tivesse chorando. Idiota! Quem deveria está chorando era eu. Quem foi traída fui eu. Por pessoas que eu realmente confiava. Antes que ele pudesse falar, joguei o sal grosso que estava trazendo na vasilha, entrou boa parte na sua boca que estava abrindo na hora para falar.
— Dizem que sal grosso afasta espíritos ruins. Espero que realmente funcione e nunca mais volte na minha casa. — Eu disse fechando a porta, mas ele interrompeu com as flores.
— Você precisa me ouvir. Temos muito tempo juntos para acabar por tão pouco. — Arthur disse choroso.
— Também acho. Deveria ter pensado nisso antes de trocar o para sempre por um momento. Antes de esquecer totalmente o que temos e cair na nossa cama com outra. Você é o pior tipo de ser humano que existe. Aquele que parece que não machuca ninguém, mas quando vira as costas, mete a faca em nossas costas. — Eu estava com tanto ódio.
— Me ouça, por favor. Podemos passar por esse fase juntos — Arthur disse tentando pegar minha mão.
— O que acha que vai me dizer? Que só foi uma vez? Vai culpar ela por ter te seduzido? Vai dizer que foi um deslize? Me poupe. Ainda bem que descobri agora. Como seria difícil resolver isso casada ou até com filho. Pelo menos, descobri antes de dar um passo maior. Fico até feliz que me mostraram quem realmente são. Agora, saia da minha casa ou eu chamarei a polícia. — Eu disse olhando sério para ele.
— Eu não vou desistir da gente. — Arthur gritou se asfaltando da porta.
— Idiota! Não existe mais a gente. Você destruiu tudo. — Eu gritei fechando a porta com força.
Senti toda as minhas forças me deixando, sai deslizando na porta da sala até o chão chorando. Eu o amava. Desejava um futuro ao lado dele. Queria ter ele na minha vida para sempre. Porque ele teve que ser tão escroto comigo? Eu sou realmente trouxa? Nunca percebi.
— Venha. Vamos beber mais umas cervejas. Você vai precisar. — Gabi disse me levantando do chão e trazendo para o sofá. Minha mãe já estava vindo com três garrafas de cerveja.
— Um brinde aos idiotas que nós perderam — Minha mãe falou levantando a garrafa dela, sorri e brindei com elas duas.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Regiane Pimenta
Mais a. Senhora é trouxa hein quem trai uma trai várias
2024-04-26
0
Regiane Pimenta
Como homens podem ser escroto desse jeito
2024-04-26
0
✨♥️taty_comendo♥️✨
isso é pq não foi com ele mais se fosse com ele praticamente já estaria batendo e arregaçando o cara
2022-12-19
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