Bebemos até acabar a cerveja, depois passamos para vodka, minha mãe apagou na primeira dose, ela nunca foi lá muito forte com a bebida. Eu só conseguia pensar, o que farei com a viagem, hotel, passeios e tudo que comprei para aquele maldito.
— Você está fazendo careta. O que está pensando? — Gabi perguntou
— Com tudo que comprei para viagem. O que farei com isso? Até tirei férias. — Eu confessei colocando minha cabeça na mesa. Tentando encontrar uma resposta que não existe.
— Está falando daquelas viagens para praia linda do nordeste? A resposta é simples. Vamos juntas. Vai ser uma ótima forma de esquecer tudo isso e não perderá nada que investiu. E admita, será bom se afastar um pouco e deixar a mente entretida. — Gabi argumentou, ela estava certa. Ficar aqui só reclamando e me lamentando não iria ajudar em nada.
— Você pode ir? Está marcada para dois dias. Não terá problema? — perguntei. Ela não teria tanto tempo para se organizar.
— Me faltaria alguns trajes de banho, mas posso comprar lá. Dizem que tem um melhor que o outro. — Gabi disse animada.
— E seu trabalho? — Gabi nunca foi lá tão ajuizada.
— Tenho muita hora extra guardada. Não será problema tirar alguns dias de folga. Eles que lutem. — Gabi disse se levantando animada. Ela sempre é assim.
— Então, vamos ao nordeste? — perguntei confusa ainda. Como a vida fica um caso tão grande de preparada para o casamento para solteira curtindo nordeste?
— VAMOS PEGAR GERAL. DEUS MOLHE MUITO ESSA TERRA, QUE ESTOU CHEGANDO PARA PASSAR O RODO. — Gabi gritou. Pudemos ouvir os gritos do vizinho reclamando. Não me aguentei. Cai na gargalhada.
Bebendo até não aguentar mais em pé. Depois bebemos até o nossos olhos de fecharem. Tenho certeza que batemos a meta de álcool e triplicamos ela no meio do caminho. Acordei com meu celular tocando. Levantei a cabeça que pesava um quilo, estava enjoada, a luz incomodando. Atendi o celular já querendo desligar e correr para o banheiro. Era o fotógrafo, perguntando se poderíamos ir hoje tirar as fotos na igreja para nosso book. Mandei o número de Jéssica. Disse que a noiva agora era ela e também, quem pagaria o custo. Desliguei, corri para o banheiro, vomitei até perder as forças nas perdas e sentar no chão.
— Nunca mais eu bebo. Maldita ressaca. — Levantei, lavei a boca e fui tomar um banho.
Fui na cozinha procurar algo para comer, acabei me surpreendeu com um café da manhã lindo na mesa com um bilhete " Fogo nos traidores". Gargalhei tão alto que minha dor de cabeça aumentou. Comi mesmo sem fome e com vontade de vomitar. Não parecia correto deixar algo feito com tanto carinho. Alimentada. Decidi dormir um pouco.
Lá estava ele novamente. Dessa vez, estava de camisa regata, bermuda e tênis. Dava para ver claramente seu peitoral definido através da sua roupa. Era o tal do pedaço de mau caminho que eu tanto ouvi falar por aí. Acho que ele está em um aeroporto ou rodoviária dessa vez.
— August, para onde você acha que está indo? — A mesma mulher de sempre perguntou.
— Indo encontrar com ela. — O homem respondeu sem olhar, continuando andando.
— Quando vai desistir dessa mulher? — a mulher gritou, fazendo todos ao redor olharem.
— Eu nunca vou desistir de você. Logo vamos nos encontrar — O homem sussurou.
Acordei rindo, mais um sonho da série do meu surto. Certeza que estou sonhando com um homem gostoso e casado. E a esposa dele não parece nada amistosa. Eles parecem não se dar nada bem. Por falar em casamento, tenho que desmarcar o meu. Levantei da cama, fui direto para o computador, marquei todos os nossos amigos em um e-mail só.
" Por razões de falta de caráter e moral do meu noivo e da minha madrinha (Jéssica), que juntos estavam testando minha cama com atos libidinoso, meu casamento com o cafajeste foi cancelado. Qualquer presente ou gastos que tenham tido, cobrem a eles dois. Caso não sejam pagos, me avisem, tenho uma foto do membro diminuindo do ordinário em caso de falta do pagamento. Beijos, não esquentem tanto minha orelha"
Como vai podia deixar o protagonista da história de fora, coloquei eles também no bolo do e-mail. Eu que não irei ficar para pagar qualquer coisa ou deixar que inventem alguma história futuramente com meu nome. Prefiro que todos saibam que os dois não prestam. Não tenho vergonha do chifre, não afeta meu caráter, só mostra que tenho que ser mais seletiva com as pessoas que entram na minha vida.
Passei o resto do dia desmarcando compromisso e repassando a conta bancária de Arthur para que fizessem a cobrança. Estou triste? Estou. Acho que parece infantil fazer isso? Nenhum pouco. Deveria até cobrar indenização por danos emocionais. Como tinham me dito no bilhete hoje pela manhã, "fogo nos traidores".
Depois de um dia atarefado desmarcando tudo que passei meses marcando e organizando. Me sentei para assistir "Melhor amigo de noiva" . Sim, eu tenho um senso de humor meio estranho, tenho que admitir. No meio do filme, Gabi entrada em casa com dezenas de sacolas na mão, sem exageros, eu mal estava conseguindo ver ela.
— O que diabos é isso? — Perguntei confusa.
— Bem.. mexendo nas suas coisas procurando a chave do seu carro, achei um cartão do Arthur, pensei, acho que precisávamos de um guarda-roupa novo para viajar. E alias, aproveitei para comprar um dia de princesa para gente amanhã. Vamos viajar prontas para matar todos os carinhas do coração. — Gabi respondeu jogando todas as sacolas no chão, ao lado do sofá antes de se jogar no mesmo — Sério? "Melhor amigo da noiva"? Deveria ter ido gastar o cartão dele, me parece mais produtivo.
— Eu fiz isso, coloquei tudo que tínhamos que pagar ou que estava em minha responsabilidade pagar diretamente para conta dele. E sem sair do sofá, muita eficiência minha, tenho que admitir. — Respondi rindo.
— Acho que ele vai se arrepender muito de ter traído você. Ainda mais, quando descobrir o buraco no orçamento dele. — Gabi disse rindo.
Pedimos uma pizza, também com o cartão do idiota. Prometemos que seria a última compra nele. Alimentada, dormimos, tínhamos que acordar cedo, arrumar as malas, ter nosso dia de princesa, por fim, viajar para um novo início. Eu sentia, no fundo da minha alma, que seria o maior recomeço da vida. Bem, até aquele momento, eu não tinha a mínima ideia de quanto eu estava certa.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Regiane Pimenta
Eu preciso de uma irmã desse jeito kkkkkkk ele vai morrer quando ver a fatura do cartão
2024-04-26
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Regiane Pimenta
Ia ser uma boa meter um processo neles
2024-04-26
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Regiane Pimenta
Fé nas malucas vingativas eu adoro
2024-04-26
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