Aquele sorriso da familiar

O resto da viagem foi de pura paz. Finalmente Arthur se deu conta que não irei ouvir qualquer baboseira vindo dele. E acho até que merecia uma indicação de terapia para ele, que ideias não correspondem aos fatos. Além disso, o cara jura que é um lobisomem! Pior desculpa para trair da história.

Deixando de lado meu lobo fake. Em alguns minutos a mais de estrada chegamos a Natal-RN. Gaby procurou no GPS um dos hospitais que indicaram para ela onde fui atendida primeiramente, lá em Pipa. Seguimos em direção. Não era longe. Arthur parou na porta, em silêncio, saímos sem dizer uma palavra. Demos alguns passos e Gaby voltou na direção do carro que já estava saindo, mas parou quando percebeu sua aproximação.

— Vou te deixar uma coisa bem clara. Independente do que você disser, a desculpa que dará, nunca será aceita. Você traiu a confiança de alguém. Independente se foi por insegurança ou loucura da sua cabeça. A vida não está cuspindo segundas oportunidades. Devemos nos agarrar quando ela nos oferece de primeira. Então, deixa de perturbar a minha irmã. Ela merece o mundo, não um homem lixo como vários outros. Volta lá para a outra cobra que é a Jéssica e tenham um felizes para sempre. Vocês realmente combinam. Duas pessoas sem caráter algum. — Gaby disse sem deixar nem tempo para que Arthur tivesse reação ou resposta.

Acho que Gaby guardou isso o tempo inteiro porque precisava da carona, certeza. Se conheço a minha irmã, ela não chutou Arthur por pouco e visando nossa segurança, já que era ele que dirigia. Assim que terminou de cuspir o que estava entalado em sua garganta, Gaby se afastou do carro, segurou minha mão com a dela me puxando para dentro.

— Acho que seu ex babaca precisa de intervenção psiquiátrica. — Gaby brincou.

— Já eu acho que ele não presta mesmo. Pena que demorei tanto para descobrir. Antes tarde do nunca. Na verdade, acho que foi no momento certo, consegui jogar para ele todas as contas e não gastei com ele. — Expliquei enquanto era puxada por ela.

— Gastou seu bem mais precioso, Lissa. Não tem dinheiro que pague. Gastou seu tempo. Você dedicou de corpo e alma aquele idiota por muito tempo. Só de pensar nisso quero socar ele. Por isso eu sou sacana com homem. A maioria é do topinho de Arthur. — Gaby disse séria, me fez rir.

— Não, irmã. Você é piränha, mas não tem relação com homem. Tu gosta mesmo de passar o rodo. Aquela máxima do quanto mais melhor. — Não tinha ligação alguma com homens. Gaby sempre teve essa personalidade desapegada, mas creio que seja por nunca ter encontrado alguém de verdade, aquele que mexe com o coração. Enquanto ela não encontra a pessoa certa, se diverte com as erradas. Justo, não?

— Acho que você está certa. Muito bom pegar geral e não ter dor de cabeça. Caiu na rede é peixe. Aqui tem frescura não. — Gaby estava rindo tanto que quase não conseguia falar. Ela era esse tipo de pessoa. Totalmente desapegada e de boa com a vida, até algo mexer com a família dela, ela vira um ser totalmente quando nos envolve. Acho isso lindo nela, não vou mentir.

Nos aproximamos do guichê de atendimento, depois de pegar um número em uma máquina e após de 20 minutos nos chamaram. Fizemos toda ficha de atendimento, passamos pela triagem. Esperamos um bocado e finalmente, era nossa vez de entrar na sala do médico.

Assim que entrei, ele me olhou com surpresa. Sabe aquela sensação de conhecer a pessoa? Isso raramente acontece comigo, costumo ter uma memória muito boa. Será que havia algo realmente errado com minha cabeça, conhecei a ficar nervosa.

— Boa tarde, me chamo Henry Fitz, sou o médico de plantão. Como posso ajudar? — Enquanto falava, seus olhos não saiam de mim. Parecis totalmente deslumbrado com o que via. Com uma felicidade no olhar. De quem encontrou algo que perdeu a muito tempo.

— Boa tarde. Se quiser, até passo o número dela depois do atendimento, mas poderia flertar com ela depois do atendimento? — Gaby disse sem muita paciência. Ela estava nervosa com a possibilidade de ter algo realmente sério comigo.

— Me desculpe. É que ela é.... Bem, me lembra alguém que conheci. Essa pessoa morreu. Por isso meu choque. Pode me contar o que traz vocês aqui? — Henry por um minuto teve um vislumbre de tristeza no rosto ao lembrar da pessoa e depois se recompôs, voltando a postura padrão de médico.

— Tudo bem. Meus sentimentos — Eu disse de uma forma incomoda. Quem era aquele homem?

— Minha irmã se afogou, um tempo depois teve um apagão, mas antes disso, já estava apresentando lapsos de memória. Ela não conseguia lembrar momentos que passamos algumas horas antes. — Gaby explicou. Eu não conseguia dizer nada. Estava olhando sem parar para o médico. Algo nele era tão assustadoramente familiar.

— VOCÊ ESTÁ BEM? — Henry se exaltou com a ideia que estava realmente doente.

— Acho que sim. Não sinto nada. Apenas esqueci uma pessoa que ela diz que eu conheci no final de semana. — Expliquei sem jeito para ele.

— Na verdade, foram duas. Ela lembra de tudo, menos desse cara e a mulher que pareceu ameaçar ela. — Gaby explicou. O médico teve uma crise de riso e enviou uma mensagem para alguém no seu celular.

— Sua irmã deve está bem. Deve ter sofrido algum trauma emocional ou físico que fez ela preferir esquecer essas pessoas. Vou passar alguns exames para confirmar as suspeitas . — Henry disse entregando alguns papéis para nós.

— Imaginei. Então vamos aos exames. — Gaby disse me puxando da cadeira. Eu realmente parecia está hipnotizada com aquele homem.

— Obrigada... — falei sem jeito.

— Vai ficar tudo bem, Tatia. Sempre fica. — Henry disse olhando nos meus olhos.

— Acho que confundiu. Me chamo Melissa. — Corrigi sorrindo ele.

— Sim, essa é a vez da Melissa. Te vejo depois. — Henry tinha um sorriso daqueles que te ganha apenas de olhar.

Gaby me puxou da sala. Me arrastou para sala de exames. Eu só conseguia pensar naquele sorriso. Ela até falou algumas coisas para mim, mas minha mente estava presa naquele homem, naquele sorriso, porque me era tão familiar?

— Lissa! Terra chamando Lissa! Não bastou você quase babar na sala do médico por ele, agora tá em outro mundo. Foca aqui e controla o seu fogo. Depois encontramos uma forma de você dar para ele. — Gaby disse me olhando sério.

— Você não presta mesmo. — Gargalhei com a conversa dela. Se continuasse andando com ela, acabaria aprendendo a arte de ser bandida. Ia me levar para perdição total. O que talvez não fosse tão ruim. Acabei de terminar um relacionamento bastante sério. Talvez seja realmente o que preciso.

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Comments

Ivania Ferreira da Silva

Ivania Ferreira da Silva

agora tou tentando entender....ele é o vampiro August? é outro? é o renascimento que a outra vampira falou?

2023-11-30

2

Joelma Oliveira

Joelma Oliveira

esse médico é um deles! 😨

2022-11-09

4

Joelma Oliveira

Joelma Oliveira

eita!! ele tb é vampiro!! sera q a mens foi pro August? aaaaaa sao tantas teorias.

2022-11-07

1

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