Um herói com caráter duvidoso

Eu pensei, na minha inocência, que August iria dialogar com o idiota que jogou minha irmã no chão, mas foi totalmente o contrário, ele disse algo muito baixo, olhando nos seus olhos do babaca e arremessou o surfista no vidro que servia como parede do restaurante. Todos que estavam sentados se levantaram chocados.

— Vocês dois, querem ir pelo mesmo lugar que seu amigo saiu ou vão preferir a porta? — August perguntou para os amigos que logo se levantaram e saíram correndo porta a fora, sem nem olhar para trás.

— Licença. Poderíamos conversar? — a gerente se aproximava parecendo assustada. Não julgo. Também ficaria se fosse ela.

— Não se preocupe. Pode enviar todo o prejuízo causado por mim direto para meu quarto. Vou arcar com todas as despesas — August disse, o sorriso da gerente mostrava seu alívio por não ter que pedir ao homem que havia arremessado a poucos alguém para pegar o que quebro.

— Gabi, você está bem? — perguntei preocupada ajudando ela a se levantar.

_ Não muito, queria ter jogado eu mesma ele no vidro. — Gabi disse olhando para o buraco no vidro

— Ainda bem que não tem forças para isso. Não temos dinheiro para pagar esses luxos não, senhora. — Brinquei enquanto ela levantava, Gabi fazia careta, não sei se era de dor ou por se pobre.

— Obrigada pela ajuda.. — Gabi disse envergonhada.

— Sem problema. Apenas aconselho você, antes que se arrependa, priorize sua irmã na frente dos seus desejos carnais. Poderá se arrepender absurdamente no futuro. Como teria se eu não tivesse interrompido aqueles idiotas. E se for aprontar algo, não leve ela junto. Não quero ela metida em problemas por sua causa. — August sussurrou para Gabi que olhou para ele desnorteada. O homem que não era mais tão misterioso assim depois seu recado foi embora sem ao menos se despedir de mim.

— O homem dos seus sonhos é um pouco intenso. E acho que ele goste de você. — Gabi brincou, mas na realidade, ela suspeita desse sentimento pelo conselho nada solicitado que ele deu para Gabi.

— Acho que você deve ter batido a cabeça quando caiu. Não fala besteira. Vamos embora. Tá todo mundo nos olhando. — Eu disse puxando ela dali.

— Beijos, gente! Próximo show eu irei cobrar. Dessa vez foi gratuito mesmo. — Gabi gritou debochada para as pessoas que estavam no restaurante.

— Tu não tem um dedo sequer de juízo. Vamos nos arrumar. Quero ir a praia. — Já tinha passado muita coisa para me deixar aqui. Vou pelo menos aproveitar o final de semana.

— Vamos! Prometo que não vou arrumar problema para você dessa vez. Seu paquera é um pouco... assustador. — Gabi disse fazendo careta.

— Cala boca! — Respondi empurrando ela.

Subimos para nosso quarto, que estava completamente arrumado, já que ninguém dormiu naquelas camas. Colocamos um biquíni e descemos para praia. No caminho, paramos em uma padaria para comer. Com toda a confusão esquecemos de tomar café. Nunca tinha experimentado o tal do cuscuz. É realmente uma delícia. Foi acompanhado de um guisado. Gente. Perfeito. Indico. Depois de alimentada, aí sim, voltamos ao nosso objetivo: A praia.

— Gente! Não canso de dizer quando esse lugar é lindo. — Gabi disse.

— E quente. Muito quente. Vou derreter. Porque aqui é tão quente? Estou de frente ao mar, deveria ser fresquinho, mas tenho certeza que estou sendo assada, a areia vai me deixar uma Melissa salgadinha assada. — Eu nunca tinha sentido tanto calor.

— Quanto drama. Tá com calor, se joga na água, bebê. Eu vou pegar um pouco de bronze. Ficarei tostadinha para alimentar bem alguém mais tarde. — Gabi disse estendendo a canga na areia e passando um óleo com cheiro nada agradável no corpo.

— Espero que o cheiro não fique em você. Ou vai achar que você está podre. — Brinquei me afastando para o mar.

— Idiota! — Gabi gritou jogando areia em mim, mas corri para o mar. Diferente dela, não queria ficar tostada e morrer de calor. Queria um ar-condicionado mega geladinho na verdade. Não nasci para o calor, de jeito nenhum.

Estava muito bem na água, finalmente não estava mais fervendo, parei até de odiar aquela praia por instante, a água realmente era gostosa. Já ouviu aquela que alegria de pobre não dura muito? Pois é, do nada, senti cãibra na minha perna. Não conseguia mais nadar. Tentava segurar em algo e não conseguia. Queria ri, lembrando que minha mãe sempre me avisava para ter cuidado com o mais que não tinha cabelo e ao mesmo tempo chorar, porque ela estava certa. Quando já estava perdendo a esperança, senti alguém me pegando pelos braços e me tirando do mar. Acabei perdendo a consciência, quando voltei foi cuspindo horrores de água.

— Melissa? Você está bem? Alguém chama a emergência. Eu não sei se fiz isso direito. — Arthur gritava em cima de mim. Demorei um pouco para compreender o que estava acontecendo. Quando finalmente o download foi feito, minha mão foi bem na cara dele.

— Se afaste de mim. — Gritei me levantando com dificuldade.

— Fala isso agora, mas 10 segundos a mais lá dentro você estaria morta. Não fala besteira. Vou te levar para o médico — Arthur disse se reaproximando de mim.

— Eu preferia ser morta, do que salva por você. — Disse a ele. Não, não era verdade, mas o ódio que eu estava me fez falar aquilo, no fundo, eu estava grata.

— Hey! Lissa! Você precisa mesmo ir no médico. Depois vocês dois brigam. Vamos! — Gabi disse me levando para uma moto da SAMU que estava parada lá em cima.

Descobri pelo atendente da SAMU que haviam chamado eles fazia dez minutos, talvez, antes mesmo que eu me afogasse. O que não fazia sentido. Conclui que deveria ser uma confusão, que ele estava indo salvar outra pessoa e por sorte me achou. Difícil mesmo será para ele achar a pessoa que realmente estava buscando.

— Lissa, sua férias estão bastante azaradas — Gabi disse enquanto entravamos desanimadas no hotel.

— Com a chegada de Arthur aqui, a tendência é apenas piorar. Não sei como lidar com ele ou a situação ainda. — Confessei para ela.

— O que pretende fazer? — Gabi perguntou preocupada comigo.

— Sair para jantar com o homem misterioso que joga as pessoas pela janela. Depois descubro que faço com Arthur, talvez jogue ele para janela também. Parece divertido — brinquei.

— Quê? Você vai sair com ele? Como aconteceu isso? — Gabi perguntou animadíssima.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***