A ENFERMEIRA DO MORRO
Estou sentada no ônibus, destino ao Rio de Janeiro.
Ansiedade a mil, para saber como será minha vida de agora para frente. Sei que tenho muitos planos, onde realizarei com o final do contrato, que tive que fazer para ser contratada. Não imaginava que para trabalhar de enfermeira em um morro, precisaria de tanta burocracia. Firmei o contrato por 4 anos seguidos, sem folga. Minha melhor amiga também irá trabalhar comigo, concluímos o contrato juntas, aceitamos plenamente o exigido pelo cliente. Estou triste em ter que sair da casa que era dos meus pais, mas não á muita escolha, nestes últimos anos estudei muito para conseguir uma vaga de emprego como esta. Em nem outro lugar teria algo tão bem pago para trabalhar na minha área. Estou olhando a paisagem para fora do ônibus de viagem, com a mão esquerda segurando meu colar, sendo a única lembrança que tenho dos meus pais. Sou tirada dos meus devaneios, por Alice;
— Bia, oque acha de pegar um hotel?
Saio do meu transe olhando para ela.
Alice tem um jeito de menininha, olhos grandes na cor azul piscina. Lábios finos, rosto pequeno e fino.
Eu já tenho um rosto mais quadrado. Não exagerado, mais, sim, sexy. Meus cabelos são longos, até abunda, ondulados. De olhos verdes, com a pele clara.
Encaro novamente minha amiga que ainda aguarda minha resposta. Faço cara de desentendida.
— Eu disse para nos pegar um hotel, descansar. Antes de ir para o Vidigal. O que você acha?
— Impossível! Lice, o Tau do Alemão já mandou alguém nos buscar na rodoviária.
— Serio? Ele quer que comece quando chegar la?
— Provavelmente não, mais ele mandou nos buscar. Talvez por que não confia em nos ainda! Digo voltando minha atenção para fora da janela do ônibus.
— Mais ele não tem que confiar, não vamos mora com ele. Né?
— Talvez, ele tenha medo de sermos policial ou até mesmo, trabalhar para outro morro rival. Sei lá, estes caras são cheios de inimigos.
— Da até medo de fazer isso neh? Digo, medo de eles pira quando levar um tiro e matar todos nos no posto. Tenho medo de ele ser doente da cabeça, meio que, psicopata. Diz me olhando amedrontada.
Por fim, um silêncio reina dentro do ônibus.
— Acho que ele não seja tão maluco assim. Por mais que nunca pisamos em uma favela. Já ouvia falar que as favelas são muito seguras. Eles tem uma lei, dentro do morro. Então, creio que vamos esta, salvas. Mais nada de ficar de paixonite com traficante, lice. Não sabemos como que funciona, vai que tu se encanta por um deles e acaba careca. Falo e começo a rir, enquanto ela me encara seria.
— Tu fala de mim, mas pode acontecer com você.
— Difícil! Sabe que nunca namorei, pelo simples fato de ter prioridades na vida. Falo seria
— Você que pensa. Para o amor sempre tem uma possibilidade, afinal de contas, vai que seu grande amor e um bandido.
— Não diga besteira, lice!
Ela apenas sorrir, sabendo que ela pode esta certa.
Passar algumas horas chegamos na rodoviária, descemos e pegamos nossas malas. Seguimos em direção a saída da rodoviária. Assim que passamos pela porta da frente, avistamos um rapaz usando umas roupas de maloqueiro, com uma folha escrito meu nome e de lice.
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Atualizado até capítulo 76
Comments
Cintia bela Gomes
já começou bem,só uns erros de textos aí
2024-10-11
0
Angela S Silva
trabalhar por quatro anos sem folga 😞😕 que locura e essa
2024-07-30
2
Lane Silva
fotos
2024-07-29
0