12- O Casamento - Ep 11

(Palito)

Giancarlo pegou o seu celular, discou alguns números e disse:

– Oi, tenho um trabalho para você.

– Sim, chefe. Estou a disposição.

Após ele desligou e voltou para o seu quarto, para se arrumar.

Minerva gostava de se exercitar, principalmente quando estava com raiva. Nesse momento ela estava com raiva e triste ao mesmo tempo, um sentimento, ao qual não sabia lidar.

Ela foi para um parque próximo dali, ao qual algumas pessoas usavam para correr.

Colocou o seu fone de ouvido, aumentou o volume da música até o máximo e começou a correr. 

Ela correu até sentir seus problemas ficando para trás enquanto sua cabeça esvaziava, sentindo o vento tocando em sua pele e os músculos protestando.

Ela correu por uma hora, fazendo o percurso entre as árvores até se sentir esgotada o suficiente para parar de pensar na mulher que viu ontem, supostamente uma namorada de Giancarlo.

Esbaforida e sem ar, Minerva parou e colocou as mãos nos joelhos, recuperando o fôlego. Nesse momento não percebeu que estava em uma área do parque onde não tinha ninguém por perto.

Ela ouviu passos atrás de si e o seu sentido apitou, lhe dizendo para tomar cuidado.

Ela se levantou, virou para trás e viu um homem estranho se aproximando com um canivete nas mãos.

Ele girava a arma branca e caminhava em sua direção.

– Fique quietinha aí, ô patricinha, senão vai se machucar. – o homem continuou se aproximando com um olhar ameaçador e a princesa ficou o olhando, sem demonstrar medo – Passe o celular e o tênis! Vamos!

Quando o homem chegou mais perto, Minerva armou seus punhos o balançando.

– Eu não vou passar o meu celular, seu bocó! É melhor você ir embora antes que leve uma surra de uma garota. Acredite, eu acordei hoje com vontade de socar a cara de um homem e eu não vou me segurar em socar a sua!

Ela realmente queria socar um homem, mas esse homem não era o pobre bandido, que zombou da atitude da garota.

Ele riu, avançou para cima dela, com o canivete apontado. Mas antes que chegasse perto, levou um soco certeiro no nariz, que começou a sangrar. Percebendo o seu atordoamento, Minerva fez um dois, com os dedinhos e furou os olhos dele. O homem caiu no chão, gritando:

– Piranha, você vai me pagar! Eu te mato!

Ela aproveitou que ele estava no chão e deu um chute no abdômen dele.

– Escolheu a piranha errada para assaltar, seu bocó!

Após ela começou a chutar ele mais vezes e dizendo:

– Isso é por você me abandonar por causa daquela Mei-lixo! Eu te odeio, Gian! Te odeio!

– Ah, por favor, moça! Pare por favor! Chamem a polícia, alguém chame a polícia! – o bandido gritava.

De repente, Minerva sente o seu corpo sendo puxado pela cintura e ela continuava a balançar os punhos enquanto era levada dali e gritando:

– Você é um sem-vergonha e safado! Eu não te perdoo, Gian! Eu não te perdoo!

Quando se deu conta, ela foi colocada no chão, próximo a um carro e só neste momento ela viu quem a carregava.

– Ei! Quem é você? – nesse momento fechou os punhos e os balançou novamente, ameaçando o homem – Você viu o que fiz com aquele c*zão? Não tem medo do perigo, cara?

O homem sorriu, olhando para ela e lhe disse:

– Essa sua posição está toda errada. – após ele pega em seus punhos e os levanta, colocando-os na frente de seu rosto. – Assim está bem melhor. Você tem que aprender a não deixar a guarda baixa, princesa.

– Eu soquei a cara daquele maldito, com guarda baixa e tudo, amigo! Aliás? Quem é você mesmo?

– Meu nome é Sérgio, e sou o seu guarda-costas.

– Guarda-costas? Eu não preciso de mërda nenhuma de Guarda-costas! As minhas costas já estão bem guardadas. Está dispensado!

– Só quem pode me dispensar é o meu chefe, princesa.

– Quem é o seu chefe?

– O seu marido, princesa.

– Aaaah! Que raiva! – ela grita batendo os pés no chão. – Ele te mandou aqui para me vigiar?

– Não. Ele me mandou para te buscar e levar para casa.

– Ah, que idiota! Olha, eu não vou deixar de fazer minha corrida matinal!

– Você sabe que eu cumpro ordens, não é? Vamos fazer assim, você se exercita na academia do prédio e facilita a minha vida e a sua, tudo bem? Essa área aqui é muito perigosa.

Ela olhou para ela e estranhou o seu comportamento. Ele estava barganhando com ela, diferente de um homem que estaria somente cumprindo ordens.

– Por que está tentando ser bonzinho comigo? Quer ganhar algum trocado?

– Não! Eu ganho muito bem pelo meu trabalho! Eu só acho que deveria ajudar uma velha amiga.

– Velha amiga? – nesse momento Minerva ficou ainda mais confusa.

– Você não se lembra de mim, mas eu me lembro de você princesa. Eu cresci na comunidade próximo ao condomínio de luxo dos seus pais e nós brincávamos muito, naquela época.

– Meu Deus! – ela sorriu radiante – Quem é você? O Joãozinho pé torto!? Não, não… esse aí eu soube que foi pro beleléu! Ah! Você é o Bananinha! Acertei, não foi?

Ele sorri, com a animação dela e diz:

– Errou, princesa! Eu sou o palito!

– Palito? – ela diz incrédula – Ah, cê tá de brincadeira! Não pode ser você! – ela dá um soco no peito dele e ele começa a sorrir.

– Estou falando sério! Sou eu mesmo!

– Palito! Você mudou muito! Você era um molequinho magro e mirrado. Agora está alto e cheio de músculos com essa cara aí de mal.

– É a vida, princesa. A vida muda a gente.

Ela se aproxima dele e de surpresa o abraça.

– É muito bom te rever Palito! É muito bom saber que está bem.

Com respeito, ele dá dois tapinhas em suas costas e diz:

– Também é muito bom te rever, princesa.

Após isso, ela entra no carro e Palito dá a partida, os tirando dali. 

– Palito, o Giancarlo sabe que nós somos velhos amigos?

– Ele não faz a menor ideia. Nem eu sabia, só soube quando te encontrei aqui.

– Deixe isso só entre nós. Eu não quero ele se metendo na minha vida.

– Pode deixar, princesa. 

– Palito! Agora você será leal a mim, ok? Eu te conheci antes do Giancarlo! – ela diz cruzando os braços e Palito sorriu, vendo sua reação através do espelho retrovisor.

– Na medida do possível, vou tentar ser leal a você.

– Ótimo! Então para começar, eu quero que me diga qual é a relação do Giancarlo com aquela Mei-Lixo!

Palito coçou a nuca, percebendo que acabou de se meter em uma enrascada.

– Essa informação eu não posso dizer, princesa.

– Como assim não pode dizer?! Diga ou eu nunca mais vou querer olhar na sua cara, Palito!

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