5- O Casamento - Ep 4

(Imagem meramente ilustrativa)

Pela manhã, a nossa princesa acordou renovada. Se levantou e espreguiçou preguiçosamente, ela podia ter levado um susto na noite anterior, mas assim que voltou para a cama, dormiu como uma pedra.

Foi caminhando, esfregando os olhos, indo em direção ao banheiro.

Abriu a porta e se pôs em frente à pia. Pegou sua escova de dentes e começou a escovar os dentes.

De repente deu um pulo de susto quando olhou o reflexo no espelho.

– O que está fazendo aqui?! – ela disse se afastando e encostando na porta.

Simplesmente Giancarlo estava lá, enrolado apenas em uma toalha, saindo da cabine do banheiro.

– Eu estava no banho, é você que não deveria estar aqui. Por acaso veio me espiar?

– E… e… espiar? – ela pergunta, vermelha de vergonha – Esse banheiro aqui, é meu! Por que veio tomar banho aqui?

– Esse banheiro é meu também, na verdade. Esse é o nosso quarto, querida esposa. – ele diz com tranquilidade e após, passa espuma de barbear no rosto.

– Nosso quarto? Como assim nosso quarto? Você vai dormir aqui?!

– Vou! Assim como já dormi nessa noite que passou.

– Você dormiu aqui!? – ela arregala os olhos – Dormiu ao meu lado?

– Dormi e você até que gostou, me abraçou e tudo! – ele dando de ombros.

– É mentira! Só pode! – ela diz, vermelha de vergonha, só de se imaginar abraçada a ele.

Ele deu de ombros e continuou o que estava fazendo.

– Olha é…. Como é o nome do meu marido mesmo?

– Nossa, que coisa feia! Saiu assinando as coisas sem ler. Como não sabe o nome de seu marido?

– Para mim tanto faz o nome que estivesse escrito nos papéis, eu não queria me casar com ninguém, mesmo! – após, ela cruza os braços fazendo uma cara de mimada.

– Giancarlo.

– Giancarlo, o seu nome?

Ele apenas acena em positivo.

– Enfim, Giancarlo, eu quero ter privacidade. Então peça aos seus empregados para preparem um quarto só para mim ou um só para você.

– Nenhum dos quartos daqui estão disponíveis.

– O quê? Impossível!

– Sim, estão todos em reforma. Me mudei para cá há pouco tempo.

– Então eu quero dormir no sofá da sala.

– Ok. Mas sabe que dormir no sofá é desconfortável, não é? Vai acordar cheia de dores no corpo.

– É mesmo? – ela diz com curiosidade, pois nunca passou pela experiência de dormir em um lugar desconfortável.

– Estou falando muito sério.

– Ah, tudo bem. Eu aceito que durma aqui, mas nada de me tocar, ok?

– Você já se olhou no espelho? Não te tocar é a coisa mais fácil para mim.

Ouvir aquilo doeu um pouco, ela sabia que era feia e estava acostumada a receber insultos de todos as suas volta, mas ficou um pouco triste ao ouvir de seu marido que ela não o atraia.

– Eu sei que eu sou feia, não precisa me lembrar. Só não quero que fique aparecendo na minha frente desse jeito aí.

– Qual jeito? – ele se vira para ela e a princesa fica vermelha ao observar o físico invejável de seu marido.

– Esse jeito aí, ó! Não apareça pelado na minha frente, por favor!

– Eu não estou pelado, e foi você que invadiu o banheiro. Se essa toalha cair e você ver alguma coisa, não vai ser por culpa minha.

– Ah meu Deus!

Ela sai correndo do banheiro, com muita vergonha e medo de acabar vendo-o completamente nu.

…

Minerva foi ao closet trocar de roupas. Lá ela começou a se olhar no espelho de vários ângulos. Se perguntava pela primeira vez se deveria fazer uma plástica no nariz ou talvez no rosto.

Uma cirurgia plástica era o que todos a sua volta, menos os seus pais, lhe indicavam.

Muitos a perguntavam porque vivendo com tanta riqueza, ela nunca fez uma cirurgia plástica, pois dinheiro não seria problema.

Porém, para Minerva, mesmo que seu nariz fosse totalmente fora do padrão, ele era uma característica de orgulho da sua família. Todos os seus antepassados exibiam com orgulho o narigão e na mansão de seus pais, haviam quadros de cada antepassado, todos em pose de perfil, orgulhosos de sua característica peculiar.

Augusto, seu pai, tinha o mesmo nariz e ele a ensinou desde muito pequena a se orgulhar da história de sua família. Que até foi uma história interessante, que irei contar em algum momento.

E também era uma questão ideológica, ela não iria fazer plástica e ficar com o mesmo rosto plastificado da maioria das mulheres que convivia no meio da alta sociedade. Ela não queria ceder aos padrões de beleza.

Deixando esses pensamentos de lado, Minerva se arrumou e desceu para tomar café da manhã.

Chegando lá uma empregada a esperava ao lado da mesa, que já estava posta.

– Noossaaa! Que delícia! – diz a princesa arregalando os olhos com toda a comida. – Vocês fizeram ovos mexidos com bacon? Eu adoro bacon!

Ela se sentou e nem esperou Giancarlo e começou a comer tudo que via pela frente.

– Meu Deus! Esse bolo está dos deuses! – exclamou pegando o terceiro pedaço de bolo. – Foi você que fez? – ela perguntou para a empregada que estava ao lado da mesa e esta sorria, com o comportamento da princesa.

– Fui eu sim, Senhora Minerva!

– Ah, você é muito boa! – ela se levantou de repente, e abraçou a empregada, que ficou sem reação – Muito obrigada, está tudo muito gostoso!

Quem ficou sem reação também foi Giancarlo, que descia as escadas naquele momento e presenciou essa cena. Era muito incomum ver os ricos tratando os empregados com intimidade e para ele, Minerva não tinha esse comportamento.

– Ah, será que faz mal eu comer mais um pouco? Ainda estou com fome. – ela diz voltando para o seu lugar e lambendo os lábios.

– Fome? Você ainda está com fome? – disse Giancarlo se sentando na mesa, com um olhar irritado – Olha só isso? Só sobrou os restos, você comeu tudo e não deixou quase nada para mim!

Minerva deu um sorriso, sem graça e deu de ombros, pois ela era um "tratorzinho" comendo e acabou se esquecendo que tinha que dividir a refeição.

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