13 - O Casamento - Ep 12

Palito ficou totalmente acuado, é verdade que ele tinha um carinho enorme por Minerva, mas o que ela não sabia era que ele não era um simples guarda-costas, ele era um dos homens de confiança de Giancarlo na máfia.

– Princesa, assim você complica a minha vida. Eu não posso me meter nos assuntos pessoais do meu chefe. Acho que você vai ter que perguntar a ele, pessoalmente.

– Não gostei nada dessa resposta, Palito. Se é um assunto pessoal então ela é namorada dele mesmo, não é?

– Princesa, você sempre foi decidida e independente. Eu acho que não precisa ficar nesse casamento se está infeliz.

Minerva entendeu aquilo como uma confirmação que Giancarlo tinha uma amante, mas Palito, pelo carinho que sentia por ela, tentou apenas lhe incentivar a sair do casamento antes que os planos de Giancarlo se realizassem. Pois ele sabia que as coisas ficariam muito ruins para ela.

O relacionamento de Giancarlo sempre foi uma incógnita para todos que os conheciam. Eles sabiam que Giancarlo demonstrava um cuidado por ela, mas ninguém tinha presenciado nenhuma cena tórrida.

A verdade que todos não sabiam, era que há muito tempo atrás, Giancarlo salvou a vida de Mei-Lin.

A garota, aos dezesseis anos foi vendida pelo padrasto para a prostituição. Como era jovem e virgem, ela foi leiloada em um evento no submundo do crime.

Giancarlo estava presente no evento e quando a viu, assustada e chorando, enquanto olhos famintos lhe secavam e muitos lances eram dados, ele acabou dando o maior lance e comprando a garota.

A partir daquele momento ele se tornou dono dela, mas ao invés de a violar, ele a levou para a sua organização e a treinou para se defender de quem tentasse a machucar.

Mei-Lin acabou se apaixonando por Giancarlo, pois além de ser um homem atraente, ele foi o seu salvador.

Após a garota atingir uma certa idade, e ter pressionado o homem, eles acabaram tendo um relacionamento por um curto espaço de tempo, mas Giancarlo não quis continuar, por vários motivos. O primeiro é que no seu coração só tinha espaço para o ódio que sentia pelos Braganças e a sua cabeça só conseguia focar em seu plano de vingança.

Mei-Lin nunca desistiu de reatar o relacionamento, mesmo percebendo que Giancarlo com o tempo se tornou mais distante.

Ela fez de tudo para chamar sua atenção, até se formou Engenharia de Sistemas, para se tornar uma peça importante de Giancarlo em seu plano.

Mas no fim, era só isso que ela era, uma ferramenta para o seu plano. Ele continuava a tratá-la apenas como uma irmã e ultimamente, desde que se casou, começou a ignorar suas mensagens e ligações.

Mei-Lin começou a alimentar um ódio por Minerva, já que ela se casou com o seu amado. Mesmo que fosse um casamento por conveniência, ela não tinha certeza se eles estavam se entendendo, já que percebeu mudanças no comportamento de Giancarlo.

Ela pensou que já que ele estava a ignorando, ela então iria atrás dele em sua cobertura.

Quando chegou a residência, ela foi direto para o quarto do casal. Ela começou a procurar vestígios de que eles estavam tendo intimidades ou até de que havia uma relação de amor.

Revirou todo o closet e não encontrou nenhuma roupa íntima sensual de Minerva. Olhou nas gavetas da mesa próxima da cabeceira e até encontrou uma caixinha de preservativos, mas estava fechada e lacrada.

Mesmo sem vestígios de que eles estavam tendo intimidades, ela ainda bufava de raiva.

Foi aí que a porta se abriu e ela presenciou Giancarlo carregando Minerva no colo. Ela abraçava o seu pescoço com intimidade e aquilo destruiu Mei-Lin por dentro.

Ela saiu do quarto correndo e chorando de raiva.

Giancarlo foi atrás dela, pois queria saber o que ela estava fazendo lá. O combinado era que não houvesse interferências de nenhum de seus subordinados enquanto o plano ainda não pudesse se realizar. Ele também se preocupou com ela, pois percebeu o seu estado emocional.

Agora, Minerva estava agindo estranha com ele e ele ainda não se tocou que foi devido a sua postura quanto a Mei-Lin, já que para ele, era óbvio que ela era apenas como uma irmã.

…

Próximo ao horário de almoço, Minerva chegou com Palito e Giancarlo estava sentado em sua poltrona os esperando.

Os dois chegaram sorrindo e conversando com intimidade e isto não agradou em nada, Giancarlo. Parece que ele estava experimentando o mesmo sabor do ciúme, ao qual Minerva experentara.

– Sérgio, vocês estão atrasados. Deveria ter trago a garota há uma hora atrás. – ele diz com uma carranca no rosto.

– Me desculpe, senhor. – diz Sérgio, mudando a postura para uma postura séria. – A senhora quis passar em uma delicatessen no caminho.

Giancarlo olhou para Minerva, que apenas deu de ombros. Ele estranhou, pois pela manhã não quis comer e depois que encontrou Sérgio, até foi se empanturrar de doces.

– Onde a encontrou, Sérgio?

– Ei, você pode me perguntar, Giancarlo! Eu estou aqui e não preciso de porta-voz. – disse Minerva, sendo ignorada por ele.

– A encontrei correndo no parque, senhor. A senhora sofreu uma tentativa de assalto.

– Tentativa de assalto? Você está louca de ir correr no parque sozinha!? – nesse momento ele nem percebeu que já cultivava a preocupação pelo bem estar dela.

– Eu gosto de correr, ué? Ninguém me disse que depois de casada eu não poderia mais praticar minhas atividades.

– Pois você está proibida!

– O quê? Nem pensar! Você não manda em mim, Giancarlo.

– Senhor, quando eu cheguei a garota estava espancando o assaltante. Ela sabe se cuidar. – disse Palito, tentando acalmar os ânimos.

– Hã? – Giancarlo estava sem palavras.

– Ele tem razão, Gianzinho. Eu imaginei bem a sua cara naquele bandido e enchi de porrada. Agora me sinto até mais leve. Vem Sérgio, vamos ver se tem alguma coisa para comer na cozinha. – ela segura Sérgio pelo braço e sai o puxando, deixando um Giancarlo nada satisfeito.

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