CAPÍTULO 2

Matheus narrando...

Tem algo diferente em Yuri hoje... Eu não posso me meter nisso, mas ele não parece feliz. Ele não parece nem querer estar no mesmo lugar que eu, sério. O que eu fiz? A última vez, ele praticamente fez amor com meus mamilos e agora ele nem olha pra mim.

Passou uma semana antes de Enrico ligar e marcar outra sessão de fotos. Eu estava nervoso pra caralho. Eu tinha certeza que eles haviam encontrado uma pessoa melhor que eu pra estar com Yuri... Talvez alguém maior, mais bonito... Bem, que seja. Agora eu estou feliz pra cacete por estar aqui, porque isso significa mais dinheiro na minha carteira. Não que eu seja uma puta por dinheiro... É só que é legal ter coisas boas. E eu amo comer fora. E comprar coisas novas. Eu acabei de comprar um novo e estrondoso aparelho de som.

“Terra para Matheus...”

"O que?" Eu perguntei, olhando pelo quarto. Yuri está ocupado fazendo nada num canto, Kira está pegando a maquiagem de sua bolsa e Enrico está me encarando. Meu chute é Enrico que queira minha atenção.

Ele rolou os olhos e me arremeçou algumas roupas. "Vá se trocar e apresse essa sua bunda.”

Eu olhei pro uniforme branco em minhas mãos. Beisebol. Nós teremos que interpretar jogadores de beisebol hoje. Yuri já está em seu uniforme e ela está muito bem. De novo, a calça é um número menor pra ele e sua bunda fica perfeita assim. O capacete está escondendo seus cabelos, mas eu sei que logo ele vai ser desprezado, quando começarmos a fotografar.

Deus, ele não tem que parecer tão irritado. Talvez nem seja comigo, talvez eu esteja sendo egoísta. Algo pode ter acontecido em sua vida pessoal e está fazendo ele agir assim. É, com certeza é isso.

Depois de trocado e pronto, Yuri estava jogando uma bola de beisebol pra cima, e a pegando no ar, como se isso não fosse nem grande coisa. Eu sou hetero, mas puta que pariu, eu poderia virar gay por Yuri. Mas só se eu estivesse bem bêbado. Drogado, talvez. Não que tenha algo de errado com os gays, eu apenas não acho homens nada atrativos. Mas eu estaria mentindo pra mim mesmo se eu dissesse que Yuri era feio, ou algo do tipo.

"Merda." A bola caiu no chão e rolou até mim. Eu aparei com meu pé e me abaixei pra pegá-la, claramente surpreso que o tecido branco não rasgou com meu movimento. Lançando de volta pra Yuri, eu encarei seu rosto e ele ainda não olhava na minha cara. Se ele não consegue olhar pra mim, como diabos a gente vai fazer essa sessão?

"Okay, Matheus. Traga sua bunda pra cá e pegue o bastão... Façam parecer como se vocês estivessem se divertindo horrores." Enrico me disse, não levantando os olhos da camêra que manuseava.

Eu ajeitei meu pacote na calça antes de andar até Yuri, olhando-o suspeitamente. "Cara, você está bem? Você parece meio pra baixo hoje."

"Eu estou bem." Foi sua curta resposta e eu suspirei com isso. Eu tenho a sensação que esta tarde vai ser longa.

"Tchau, meninos! Se divirtam, vocês estão fofos pra caramba!" Kira falou enquanto pegava sua mochila de livros e alcançava a porta.

Eu acenei pra ela, mas eu acho que ela não me viu. Eu desejei por um segundo que ela pudesse ficar e melhorar o clima, mas eu sei que ela tem aula. Porra, por que eu não entrei na faculdade? Como eu coloquei minha maldita bunda em situações como essa? Eu vi quando Yuri se abaixou pra amarrar seus sapatos. Hmm. Eu acho que alguém chamaria isso de sorte.

●●●●●●●●●●●

"Não! Yuri! Paixão! Eu preciso de um pouco de paixão! Que porra tá errado com você hoje? E Matheus, você parece constipado, porra! O que está pegando, gente? Já passou uma hora e tudo o que eu tenho, no máximo, dez fotos boas. Vocês sabem o que isso significa? Provavelmente uma única foto aproveitável. Vocês sabem o que mais isso significa? Vocês estão me matando!"

Maldição. Quando Enrico fica com raiva é até divertido, mas quando ele está gritando no seu ouvido pelos últimos vinte minutos, meio que faz você querer quebrar a câmera dele, chorar, ou vomitar. E Yuri, parece que vai fazer o mesmo.

"Não tem química!" Ele reclamou, batendo em seus joelhos para parecer dramático. "Onde ela foi? Vocês estavam tão bem semana passada!”

Eu olhei de soslaio para Yuri procurando uma resposta. Ele só deu de ombros e olhou para o chão. Eu olhei de volta pra Enrico e dei de ombros também. Como, em nome da porra, eu tenho que parecer apaixonado por alguem que nem consegue olhar pra mim?!

"É, isso..." Enrico suspirou e andou até o set. Ele tirou sua câmera do tripé e começou a empacotar tudo, murmurando alguma coisa pra si mesmo. Eu dei a Yuri um olhar triste e me sentei no sofá. Nós dois estavamos sem camisa e só nas calças brancas coladas. Eu podia ver a cueca preta de Yuri pela malha vagabunda da calça que ele usava, e definitivamente ele não está tão excitado como estava na última sessão quando nós tinhamos ereções de dar inveja. Eu nunca imaginei que um cara me deixasse daquele jeito. Sua língua era incrível e o jeito que chupava meus mamilos... Porra. Aquilo foi ótimo em mandar arrepios pra os lugares exatos.

"Vocês dois.." Enrico murmurrou enquanto se aproximava. “Estão me tirando do sério... Matheus, vem aqui.”

Eu levantei e parei do lado de Yuri. A última coisa que eu queria era irritar Enrico ainda mais.

Dois segundos depois, eu estava preso à Yuri... Sei lá qual é o seu sobrenome.

"Que porra é isso?" Eu falei, levantando meu braço trazendo também o de Yuri que estava preso ao meu por um metal cinza em seu pulso.

"Eu estou saindo para um café e comprar mais filme. Quando eu voltar, é bom vocês estarem prontos e não importa se é falso ou real, eu não dou à minima." Enrico nos disse, pegando sua carteira e suas chaves do balcão de mármore na cozinha.

"Você não pode estar falando sério." Eu disse, meus olhos crescendo em choque. "Você não pode fazer isso, porra!”

Ele deu de ombros. "Eu posso e fiz. Olhe, Matheus você sabe que eu te amo como um irmão, mas eu preciso de dinheiro também! E se vocês não contribuirem, eu estou fodido. Oh, e vocês tem que dar as mãos.”

"O que?!”

"Dar. As. Mãos." Ele respondeu chateadamente, olhando nossas mãos.

"E pra que essa porra?" Eu perguntei, não engolindo essa história. Isso parecia um fetiche estranho que você vê na Tv tarde da noite.

Enrico fechou os olhos e nos disse pra simplesmente obedecer.

Eu segurei as mãos de Yuri com as minhas, mas seus dedos estavam frouxos.

"Desculpe, caras. Mas como eu disse," Enrico continuou. "Vocês dois são meu ganha-pão."

"É, mas pelo amor de Deus! Algemados?"

"Eu não sou um terapeuta, eu não sei o que porra tenho que fazer. E além do mais..." Enrico sorriu, abrindo a porta. "Eu vi isso em um pornô uma vez e trinta segundos depois as duas gostosas estavam se agarrando.”

Eu arfei e o encarei. "Isso não é uma merda pornô de sua grande coleção, Enrico. Isso é vida real."

Pegando sua jaqueta, Enrico olhou pra mim, meio triste. “Olhe ao redor, Matheus... Você acha que qualquer coisa aqui é real?" E com isso, ele fechou a porta atrás de si.

Minha boca caiu aberta, enquanto ele saía, e finalmente eu recuperei a capacidade de falar. "Ótimo, isso é simplesmente ótimo!"

Yuri rolou os olhos e se jogou no sofá, soltando minha mão. "Não pira. Ele volta em o que? Uma hora no máximo?”

Eu ri nervosamente. "É, claro. Ele disse que ia comprar filmes. O que significa que ele vai na loja de câmeras, Você sabe quanto tempo ele passou lá da última vez? Quase três horas."

"Oh."

"É." Eu respondi de volta. "hum." Falei hesitantemente, antes de perguntar, eu me sentei ao lado de Yuri e o olhei de soslaio. "O que que tá pegando contigo hoje?”

"Nada. Por quê?”

"Por que? Porque você nem consegue olhar pra mim. O que? Ficou com vergonha ou algo assim?" Eu perguntei, tentando manter minha voz longe de chateado, mas não consegui. Eu estou chateado.

"hum..." Ele se mexeu desconfortavelmente. "Eu não sei?"

"Bem, está acontecendo alguma coisa lá fora?”

"Nada, além da minha vida chata, então não." Ele respondeu.

Eu o encarei, travando meu queixo. "Você está doente?”

"Não."

"Alguem morreu?”

"Não."

"Então seu gato fugiu e foi atropelado, ou você só está sendo um idiota retardado por querer?" Eu cuspi, não me preocupando com nada.

Um olhar machucado cruzou seu rosto e meu estomago deu nós. “Desculpe...” Ele disse suavemente, lançando seu braço sobre sua cintura, quase como se estivesse com vergonha de estar sem camisa na minha frente.

"Olha..." Eu comecei lentamente. "Eu não quero ser um cara chato aqui, mas nós estamos com um contrato, sabe? Sem você eu não posso fazer essas fotos, então meio que preciso que colabore.”

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, olhando fixamente para seu joelho, como se a resposta de todas suas perguntas estivessem na malha branca. "É, eu sei... Me desculpe." Ele disse e eu posso jurar que foi sincero. "Eu só não imaginei que isso..." Ele me encarou e respirou profundamente. "Eu não pensei que fosse ser tão... Intenso."

Isso me confundiu e eu apertei os olhos. "Bem, e como você esperava que fosse?”

Ele deu de ombros e puxou seus joelhos pra cima, então ele podia descansar seu queixo neles. "Eu não sei... Ridículo?"

Eu sorri e balancei minha cabeça. "Eu estou feliz que você não me ache ridículo."

A curva mínima que apareceu em seus lábios me mostrou que ele estava cedendo. "Você está longe de ser ridículo."

Eu peguei sua mão e a apertei amigavelmente. Sem intenção de afastá-lo. "Então, você melhorou? Tudo bem com os toques gays?”

Ele riu dessa vez, finalmente me olhando. "Na verdade, não."

"Nem eu...“ Eu quase menti. "Eu não acredito que têm caras gostam de levar lá."

"Eu sei...” Ele começou como se quisesse dizer mais alguma coisa, só que não sabia como.

"O que?" Eu incentivei.

"É só que é estranho... Assim, na última vez quando eu tive que... você sabe... com seus... sabe?" Ele disse, encarando meu peito. "Foi meio legal que você se excitou... Eu gostei de poder ter feito aquilo... E a mesma coisa serve pra mulheres.”

"E..." Eu concordei. "Mas não é como se eu tivesse ficado tão excitado." Eu provoquei, sorrindo e me esquivando da almofada que ele arremessou em mim.

"Que seja, cara. Eu lhe tive na palma das mãos.”

"Você estava lambendo meus mamilos!" Eu apontei felizmente. “Claro que eu estava meio interessado no que você estava fazendo com eles."

Ele balançou sua cabeça em descrença. "Foi mais que isso e você sabe. Você gostou.”

Eu dei de ombros, não deixando ele vencer. “Talvez um pouquinho."

"Psssh. Um pouquinho..." Ele murmurou. "Eu aposto que eu poderia... Hmm, não importa.”

"Não. O que?" Eu perguntei.

Lentamente, um corar subiu de seu pescoço até suas bochechas. "Aposto que eu poderia fazer você gozar só por fazer aquelas coisas em seus mamilos... Mas então, isso seria bem gay.”

Eu engoli em seco. Deus, eu queria tanto aceitar esse desafio. "É, seria bem gay.”

"Mas aí então..." Eu comecei, mas então me controlei.

"O que?" Ele perguntou com curiosidade em sua voz.

"Não é como se uma parte realmente gay fosse tocada... Quero dizer, mulheres têm bocas e elas têm mamilos, então eu acho que não é tão gay..."

"É verdade..." Yuri concordou. "Mas seria bem estranho." Ele fez uma careta.

Eu deixei minha cabeça cair pro lado. "Você está dizendo que o problema está aqui?" Eu perguntei, apontando pra meu peito.

"Uhhh..." Ele olhou pra eles rapidamente, e então balançou sua cabeça. "Não... Nenhum problema aí."

Eu sorri. "Que bom." Ele riu de volta e então olhou para a algema. "Você acha que a gente pode se livrar disso?”

"Eu acho que se Enrico voltar e descobrir que nós conseguimos, ele vai pirar, cara.”

"É, ele pode ficar bem sério, às vezes." Yuri assentiu. "Você acha que deveríamos dar as mãos, então? Pra ele não ficar tão puto?"

Eu lambi meus lábios. É possível ficar duro só por dar as mãos? "É... Quer dizer, é melhor. Só pra, sabe? Ele não nos despedir nem nada.“

"Ele pode fazer isso?" Yuri perguntou ao que entrelaçava nossos dedos. Dessa vez segurando firmemente e gentilmente acariciando meu polegar com o seu.

"Eu não faço ideia." Eu o disse e nós rimos. Nossos dedos não se separaram pela próxima hora, enquanto nós conversávamos e nos conhecíamos, nada mais e nada menos que dois caras heteros de mãos dadas.

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Oii amores mais um capítulo, o que está achando desses "héteros"?

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Comments

Rosimary Da Silva

Rosimary Da Silva

Quanta força estão fazendo, para se manterem heteros. kkk

2024-03-29

1

Eliane Pereira

Eliane Pereira

nossa que diálogo mais estranho

2022-10-03

2

Ver todos

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