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Ele pisa no acelerador e meus pulmões de repente voam para minha garganta. — AimeudeusAimeudeus. — Isso é como uma daquelas montanha russas de parques de diversões - aquelas em que eu acabo me mijando um pouquinho porque tenho pavor de altura.

Só que isso é pior porque Ryke está operando a maquinaria.

Ele pisa nos freios. — Se segurem, — ele nos diz, o aviso chegando muito tarde.

Eu acho que acabei de fazer xixi. Eu verifico minha virilha. Nem tanto. Graças a Deus.

Lo aperta minha mão enquanto a van acelera à frente e Ryke desliza através da grama mediana entre as pistas indo para o outro lado. Agora estamos indo na direção oposta da van. E do clube de campo.

Daisy não está apenas sorrindo como se essa fosse a melhor experiência que teve toda a semana, mas ela também abaixa a janela e estende a mão para fora.

Eles são realmente feitos um para o outro.

— Vocês dois são loucos, — diz Lo com naturalidade. — Vocês não deveriam se preocupar com crianças, porque eu não acho que algum dos dois viverá o suficiente para ter alguma.

Daisy zomba ofegante. — Tarde demais. Eu já estou grávida.

— Fofa, Calloway, — Ryke diz, acelerando e pegando a saída mais próxima para que ele possa seguir um novo caminho. Ele ainda está acelerando.

— Devemos começar a rezar? — Eu sussurro para Lo. — Ou talvez, se nos concentrarmos o suficiente, nossos poderes de teletransporte entrem em ação e podemos ir para longe. — Eu paro. Isso é muito egoísta, deixando Ryke e Daisy para se defenderem sozinhos. — Ou talvez podemos parar o tempo.

E é quando um Trailblazer branco gigante se funde em nossa pista e atinge nosso Audi, batendo na porta do motorista e na mais próxima do Lo.

Os airbags laterais estouram e pequenos pedaços de vidro chovem tanto em Ryke quanto em Loren, crocantes como cascalho.

— Porra, — Ryke amaldiçoa. Nós devemos estar no ponto cego deles.

O cinto de segurança cavou com força na minha barriga e sinto mais umidade entre as pernas. Eu me solidifico, imaginando se é algo pior do que apenas xixi. Ryke tem que parar em um posto de gasolina nas proximidades com o Trailblazer, especialmente porque o Audi está estranho.

— Eu acho que as rodas estão tortas, — diz Ryke. Daisy desliga o som e tira um pouco do vidro do cabelo de Ryke.

Eu deveria fazer o mesmo com Lo, mas meus olhos estão muito arregalados, paralisados em um problema. Eu abro minhas pernas e olho para baixo, mas não consigo ver muito, já que minhas leggings são pretas.

— Lil? — Lo diz, preocupação em sua voz. Eu não posso me mexer.

Ryke tenta abrir a porta do carro, mas está entupido. Daisy sobe primeiro no Audi, então Ryke rasteja pelo console do meio e sai. Eu sou a próxima.

Eu não posso me mexer.

— Lily, — Lo força meu nome e cobre meu rosto, o virando para ele. — O que há de errado?

— Ou eu fiz xixi ou… — Meus olhos queimam.

Lo olha para o meu colo. — Você está sangrando? — Eu não sei, — eu digo em um suspiro apertado.

Ele levanta meu suéter e puxa a barra das minhas leggings para olhar para baixo. Depois de puxar minha calcinha, nós dois vemos algumas gotas de sangue.

— Lo… — Eu digo, lágrimas enchendo meus olhos.

— Provavelmente não é nada… — Mas ele já está com o celular pra fora, discando um número. Eu estou supondo que o 911. Ele beija minha testa e então sussurra, — Vá para fora. Estou bem atrás de você.

Eu engulo um caroço e saio do carro. As sirenes da polícia tocam à distância, e o vidro polvilha o chão. O Trailblazer não está tão ruim quanto o nosso carro menor, mas o motorista ainda inspeciona seu pára-choque.

— Daisy, — diz Ryke, sua voz cheia de preocupação.

Minha cabeça vira para o lado e vejo minha irmãzinha encostada no capô do Audi. Ela olha para longe, parece perdida em sua mente. Ryke continua acenando com a mão para ela, mas ela nem está respondendo.

— Daisy, porra, olhe para mim.

— O que… — Ela pisca em transe e seus braços tremem. É como se ela estivesse em outro lugar inteiramente, talvez de volta a Paris, no tumulto, onde seu rosto foi machucado. As sirenes e os destroços podem ter provocado o trauma daquela noite.

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