11

Ele me mostra o dedo do meio, mas eu vejo ele acenando enquanto ele fecha a porta.

Os caros eletrodomésticos de prata, bancadas de granito, paredes cinzentas e bancos de bar de couro são todos graças a uma designer de interiores contratada por Rose. Toda vez que eu noto a decoração da mansão, moderna e clássica e mais adulta do que eu, percebo que devo pôr minhas coisas em ordem.

Que eu não estou mais nos meus anos de faculdade.

Eu tenho vinte e quatro anos. Hora de crescer.

Estou tentando.

Deus, estou tentando.

Na pia de mármore, Connor pega uma caneca azul de um armário de vidro. — Bom dia, querido, — ele diz. Ele está vestindo uma calça esportiva da Nike e uma camiseta azul-marinho, então eu não tenho que perguntar se ele ainda vai pra academia.

Eu aceno para ele e descanso meus antebraços no balcão frio. — Menino ou menina? — Eu pergunto, a questão já prendendo meus músculos em um vício desconfortável. Eu decido fazer abdominais na cozinha enquanto espero por ele. Eu ando para a frente da ilha e deito no chão.

— Isso é o que eu quero ou o que acho que Rose vai ter? — Ele questiona.

— O que você quer. — Eu o vejo colocar café na caneca, e então eu descanso minhas mãos atrás da minha cabeça e uso o meu núcleo para subir até as minhas pernas dobradas.

Connor se aproxima e pisa no topo dos meus sapatos, me mantendo parado. Ele segura sua caneca. — Eu quero muitos filhos, então eu realmente não me importo qual é primeiro, contanto que haja um segundo.

Isso me surpreende e eu congelo no meio do caminho até meus joelhos. — Por quê? — Ele é arrogante, vaidoso - realmente auto-absorvido, não de um jeito ruim. É apenas um fato. E nenhuma dessas coisas dizem eu quero uma família grande e barulhenta.

Ele sorri em seu gole de café, se elevando acima de mim em um metro e noventa e três. — O desafio vale a recompensa e estou pronto para um novo desafio.

Pelo menos um de nós está confiante. Eu faço uma careta, minhas costas tocando o chão novamente.

— Você vai se sair bem, Lo. — garante Connor.

Eu quero acreditar nele, mas se alguém é bom em apaziguar as pessoas, esse alguém é Connor. Eu não posso colocar fé em cada palavra que ele diz quando sei que ele foi feito para me acalmar. Eu amo isso. Eu preciso disso. Mas minha história passada diz que tenho mais chances de falhar do que de ter sucesso. Então eu digo a ele: — Vamos ver.

Pés tamborilam contra as tábuas do assoalho e eu viro minha cabeça, primeiro notando uma pulseira de tornozelo. Pernas longas escondidas debaixo de calça de moletom - a calça de moletom do Ryke - e um top amarelo com as palavras: flower power.

Que diabos. — Onde está seu namorado? — Pergunto a Daisy quando ela abre a geladeira. De jeito nenhum que eles fizeram sexo. Ele duraria mais de um minuto com ela. Eu sufoco uma encolhida pior. Não pense nisso.

— Hm? — Ela se faz de boba, pegando uma bebida energética Lightning Bolt!

Eu descanso meus antebraços nos meus joelhos, e Connor a observa de perto, ainda tomando seu café. Ela tem anéis escuros debaixo dos olhos vermelhos.

— Você parece uma merda, — lhe digo categoricamente. — Onde está seu namorado?

Ela afunda o boné de beisebol, encobrindo o olhar. Isso é irritante. — Seu pai não vai se importar com minha aparência, certo?

Eu não sei. — Se você está preocupada com isso, você pode colocar maquiagem, — eu digo, meu tom afiado cortando meus tímpanos. — Lily não vai usar, então você não precisa. — Eu exalo, e Connor sai dos meus sapatos para encher sua caneca de café. Algo me diz que não vamos para a academia hoje.

— Ryke está bem aqui. — Ela passa por mim e toma um gole de sua bebida energética.

É quando meu irmão contorna a esquina da ilha e entra na cozinha. Ele se dirige diretamente para Daisy e tira o boné de beisebol da cabeça dela, seu cabelo loiro e úmido encharcando sua camisa.

— Ei, mano, — eu digo, sem acrescentar mais nada já que Daisy está aqui. É normal que nós três falamos sobre as meninas e sexo, mas não quando elas estão por perto. E tenho uma boa impressão de que elas fazem o mesmo conosco.

Ryke vira a cabeça e eu lhe dou uma olhada como que porra aconteceu?

Eu pensei que ele tinha um plano em movimento.

— Ela não é a Lily, — ele de repente me diz.

Meus olhos se estreitam, meu sangue aquecendo. — O que isso quer dizer?

— É? — Daisy pergunta a Ryke com uma careta.

Ryke solta um gemido frustrado. — Apenas esqueça isso.

— Não, — eu digo. Agora minha mente está girando. — Você começou isso. Você termina.

— Palavras para viver, — Connor sorri. Ele está completamente à vontade sem informações sobre esse argumento, mas talvez ele tenha tudo de que precisa ao nos observar.

— Tudo o que eu quis dizer, — Ryke diz, estendendo os braços, — é que Lily fará quase qualquer coisa na cama. — O fato de ele falar com Lily sobre sexo muitas vezes ainda me enerva. — Daisy não vai, e eu não vou forçá-la a fazer sexo quando ela não quer.

A boca de Daisy caiu, seu rosto avermelhado de vergonha. Ela olha rapidamente para Connor e fica ainda mais vermelha. — Isso não está acontecendo, — ela murmura.

— Está acontecendo, — digo a ela com um sorriso sarcástico.

— Não seja um fodido idiota, — Ryke diz, tentando acabar com o assunto agora.

Eu poderia esperar para perguntar a Lily se Daisy já usou ou não sexo para adormecer - e então, não ser um idiota do caralho. Ou eu poderia esperar para perguntar a Ryke depois que Daisy fosse embora. Mas, francamente, isso parece muito trabalho. Além disso, Ryke fala frequentemente com a minha namorada sobre sexo, então adivinhe só? É assim que me sinto. — Daisy, — eu chamo ela, esticando minha perna enquanto eu me sento no chão.

Ryke me lança um olhar. — Lo, vai se foder.

Eu o ignoro enquanto Daisy me reconhece. E eu pergunto à toa: — Você já tentou dormir depois de fazer sexo? — É preciso mais esforço para manter uma cara séria, sem me encolher, do que dizer as palavras.

— Você não precisa responder, — Ryke diz a ela. E ele olha para mim, cale a porra da boca. Tarde demais para isso.

Seu rosto fica vermelho. — Não de propósito, não… — Ela abre a boca para acrescentar mais, mas ela hesita.

— Não tenha medo de ferir meus sentimentos, — digo a ela. — Eu posso aguentar. — É por isso que ela sempre se retém - porque todos andam em ovos em volta de Lily e eu. Com medo de nos quebrarem como se fossemos bonecos de vidro. Eu já passei por isso. Todo o dano já foi feito. Você não pode quebrar algo que já está quebrado.

— ...Eu não queria usar sexo assim. — Ela acrescenta rapidamente, — Não quer dizer que o que você faz com a Lily está errado, eu só… — Ela solta um suspiro. — Talvez eu devesse tentar...

— Não, você não quer, — Ryke interrompe.

— Mas o Lo diz...

— Lo, eu vou te matar, porra, — Ryke rosna para mim, seu olhar assassino. — Você não tem todas as fodidas respostas.

Eu levanto minhas mãos. — Se acalme, Chewbacca, foi apenas uma sugestão. — Eu aceno para Daisy. — Ele tem razão. Você obviamente não quer fazer isso, então não faça.

— Não faça o que? — Lily de repente cai na minha virilha, escarranchada no meu colo. Suas mãos estão no meu peito. Ela coloca seu rosto muito perto do meu e sussurra, — Por que você está no chão? — Suas bochechas estão brilhando com essa felicidade eufórica que me faz sorrir quase imediatamente.

Ela está usando johns longos e seu chapéu felpudo branco do Wampa, e eu sou arrebatado em um flashback: ela tinha dezessete anos, do lado de fora da minha casa de infância, na mesma roupa íntima de acampamento. Tão adorável quanto ela é agora.

Meu nariz roça o dela em um leve toque de pena, e eu ouço sua respiração falhar. Com meus lábios no ouvido dela, murmuro, — Eu estava preparado para você me montar.

Ela empurra meu peito de brincadeira e eu dou risada, agarrando seus quadris para que ela perceba que eu a quero bem aqui, não mais longe. Não a um metro ou um quilômetro. Ela subconscientemente afunda sua pélvis em mim e eu engulo um gemido quando a pressão aumenta em meu pau. Estou acostumado com isso.

Estou até mesmo acostumado com o rubor vermelho que cresce do pescoço dela até a testa. Ela pega a si mesma no meio do ato e congela. Eu puxo suas abas de orelha do Wampa enquanto ela percebe todo mundo olhando.

— Oi, — diz ela. — ...o que eu interrompi?

— Nada, — diz Daisy rapidamente.

— Isso não é suspeito, — Connor anuncia como se ele esperasse algo melhor dela. Como se ela fosse um maldito mestre do engano. Quer dizer, ela escondeu muito de nós, mas ela não é tão boa assim.

O olhar da Lily vai do Ryke para o Connor para mim. — Vocês não estão se unindo em cima dela, não é? — Ela faz uma pausa com uma inspiração aguda. — Eu não quero dizer desse jeito!

Eu estremeço, de repente percebendo que ela levou "unindo em cima dela" para um nível sexual.

— Lily, — Ryke geme, suas mãos na cabeça em aflição. Ele parece como eu me sinto. Connor ainda é complacente. Eu gostaria de poder ser assim, mas minha mente precisa ser limpa.

— Desculpe, — ela grita, cobrindo os olhos. — Eu pensei que todo mundo estava pensando nisso. — Ela olha entre os dedos para mim. — Você estava pensando, certo?

— Claro, — eu minto.

Ela geme em suas mãos, pegando meu tom seco facilmente.

— Lily, tudo bem, — diz Daisy. — Não é nada demais.

Lily solta um longo suspiro e massageio seus ombros. Então, um par de saltos cruza as tábuas do assoalho. Aqui vamos nós.

— Está todo mundo pronto? — Rose pergunta, um envelope entre os dedos.

— Eu pensei que estávamos esperando até a tarde? — Eu digo.

— Todo mundo está junto agora. — Ela realmente detém uma réplica rancorosa. E está claro o quanto ela está nervosa, o medo cintilando em seus olhos verde-amarelados. Connor também deve sentir isso porque ele instantaneamente a puxa para seu peito e agarra sua cintura com firmeza. Seu vestido preto mostra sua barriga, que é muito maior do que a pequena da Lily.

Isso me assusta.

Eu sei que o corpo de cada garota é diferente - mas às vezes me pergunto se Lily pode perder nosso bebê, apenas em comparação com o tamanho da barriga da Rose. E isso me assusta ainda mais... que eu tenha medo de perder algo que eu nunca quis.

Esses sentimentos são loucos. Eu tenho a experiência de cada emoção fodida sem uma muleta. Nenhum Marker's Mark. Nem Macallan ou Jameson. Eu acho que estou bem com isso. Mesmo quando dói.

Lily desenrola seu envelope amassado, e minhas costas se endireitam, inclinando-se contra os armários inferiores, Lil ainda no meu colo.

— Você vai primeiro? — Lily pergunta a irmã, esticando o pescoço por cima do ombro.

Rose sacode a cabeça, as clavículas salientes enquanto segura a respiração. — Não, você vai. — Connor fala em francês, não se importando que Ryke possa escutar, e Rose responde em voz baixa.

— Devo pegar minha câmera? — Daisy pergunta com um sorriso brilhante. Isso quase me distrai dos círculos escuros sob os olhos dela.

— Use o seu telefone, — diz Lily, com as mãos tremendo de nervosismo.

— Mas não poste nada no Instagram.

Daisy suspira zombateiramente. — Eu já postei.

— Ha ha, — eu digo secamente.

Ryke parece que poderia transar com ela contra os armários, uma expressão que eu não gosto de pegar nele. E então Daisy se esforça para pular no balcão alto com uma mão boa, a outra em um gesso.

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