É a minha vez de tentar conter meu sorriso. Lo tem me apoiado desde que ele descobriu que eu estava grávida. O fato de que ele nunca quis filhos - que esse bebê foi uma surpresa indesejável, em vez de uma alegria - foi arquivado em outro lugar. Em algum lugar longe demais para nunca aparecer novamente.
— Eu te conto tudo, — eu lembro a ele. — Como eu joguei bolachas de água e sal em uma tigela de sorvete de menta com gotas de chocolate. Que foi tão bom, mas tão nojento. — É o meu lanche favorito.
— Foi nojento, — confirma Lo. Ele apoia o cotovelo na cama, seus dedos roçando levemente meu quadril.
Eu fecho meus olhos, praticamente derretendo, e sua mão volta para o meu colarinho. Tão malvado. Quando os abro novamente, vejo o envelope branco na mesa de cabeceira. — Talvez não devêssemos esperar.
Lo segue meu olhar e balança a cabeça. — Rose vai te matar.
Ele tem razão. Algumas semanas atrás, ela estava obsessivamente comendo laranja enquanto eu mergulhava bolachas em um oceano de sorvete. Quando ela arrancou a casca, ela disse que queria estar presente quando eu descobrisse o sexo do meu bebê.
Ela foi intimidamente assustadora, mas eu teria dito sim, mesmo que ela fosse toda sorrisos. Então, depois do meu ultrassom, nós dissemos ao médico para selar a notícia em um envelope. Ali repousa. Eu acho que posso esperar até de manhã.
— O que você quer? — Eu faço a pergunta que nós dois evitamos há algum tempo. — Um menino ou uma menina? — No fundo, eu sei a minha resposta, mesmo que eu desejasse ser neutra e querer um menino e uma menina igualmente.
— Não deveria importar, — ele se esquiva, seus olhos âmbar procurando os meus, procurando minha resposta para a mesma pergunta. Está bem. Eu posso admitir isso primeiro.
Abro a boca para dizer as palavras, e elas se alojam na minha garganta, impedidas de sair por medos internos.
— Lily?— Ele murmura, se inclinando sobre a minha pequena estrutura e penteando o cabelo do meu rosto. Ele está no quase em cima do meu corpo, semi-camuflado em Loren Hale.
Eu enlaço minhas pernas com as dele. Melhor. — Você não precisa dizer nada, — ele me diz.
Eu acho que preciso, embora. Prefiro deixar essas coisas saírem. — Se tivermos uma garota… — eu respiro suavemente.— ...há uma boa chance de que ela seja ridicularizada. — Sua mãe será a viciada em sexo. Será como Daisy, atrelada como uma só por ser minha irmã. Eu posso imaginar minha filha tendo uma estrada mais instável, dura. E a de Daisy já é horrível o suficiente.
Lo encontra minhas mãos e entrelaça nossos dedos juntos. Minha perna roça sua coxa, se aproximando de sua virilha, e meu pulso acelera uma fração. Sua mão desce de volta para o meu quadril, me segurando no lugar. E eu relaxo nessa posição, o calor do seu corpo me aquecendo. É sem esforço. Nosso normal.
— Talvez no futuro as pessoas não julguem as meninas de maneira diferente dos meninos, — diz ele.
— O que você quer dizer? — Eu estou olhando para seus lábios novamente, mas eu me concentro em suas palavras.
Ele enfia um pedaço de cabelo esvoaçante atrás da minha orelha. — Quando as garotas transarem por aí, talvez não sejam chamadas de vadias e putas. Talvez elas sejam tratadas como os homens. Então ninguém vai se importar com seu vício, não o suficiente para assediar Luna.
Luna. Meu coração palpita no nome que escolhemos se tivermos uma menina.
O mundo que ele descreve parece imaginário. Um feito de ficção. Não um futuro.
— Duvidoso, — eu sussurro.
Ele olha para mim e diz, — Eu vou manter ela segura.
Meus olhos se enchem de lágrimas enquanto meus lábios se levantam. — Contra o mundo, Loren Hale?
— Sim, — ele balança a cabeça. — Contra o mundo, Lily Calloway. Eu estou familiarizado com essa batalha.
Eu o beijo, levantando a cabeça do travesseiro para encontrar aqueles lábios rosados.
Ele aprofunda o beijo, sua língua deslizando sensualmente contra a minha antes de se afastar. — Então você quer um menino? — Ele pergunta, descobrindo. Eu acho que poderia criar um menino melhor que uma menina. Eu acho que ele irá gostar de mim como mãe. Pelo menos eu espero que sim.
— Sim, — eu digo em um sussurro, procurando os olhos de Lo agora por sua resposta. — Você quer um menino?
— Se você quer um, então sim, — ele acena com a cabeça.
Eu soco ele levemente no braço. — Isso não é uma resposta, — refuto. — Pare de me apaziguar.
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Atualizado até capítulo 88
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