12

Sem hesitar, Ryke facilmente a levanta. Ela balança as pernas e estende seu telefone. Em vez de uma foto, ela começa a nos gravar. Até narra: — É sábado, 7 de fevereiro. Lily Calloway está prestes a descobrir o sexo de seu bebê. Será um menino ou uma menina? Previsões? — Seu telefone chicoteia para Ryke.

— Menina, — ele diz secamente.

— Um sorriso, — diz Daisy. Seus lábios mal se levantam.

— Patético, — digo a ele. — Você não pode nem sorrir para a minha futura criança.

— É, tio Ryke, — brinca Daisy.

Ryke lhe dá um olhar duro. — Não diga isso de novo. — E então ele realmente sorri, não um completo com dentes, mas é bom o suficiente. Essa gravação de vídeo realmente diminui a tensão nos meus músculos.

Lily até se anima com mais emoção, suas preocupações se agitando em outro lugar. Obrigado, Daisy.

— Quais são as suas previsões, Connor e Rose? — Ela aponta o telefone da câmera para o casal perto da cafeteira.

Rose endurece, — Menina.

— Menino, — diz Connor, colocando sua caneca no balcão Rose gira para encará-lo. — Você tem que discordar de mim?

— Eu não tenho. — Ele faz uma pausa para sorrir. — Embora eu goste.

Rose de repente fica quieta, e as mãos dele deslizam sob os cabelos dela e ele beija sua testa.

Então Daisy vira a lente do celular para nós. — Lily e Lo, previsões?

Os olhos verdes de Lily piscam para os meus e eles estão com tantos medos e hesitações que eu gostaria que estivéssemos sozinhos. Nesse momento solitário. Então eu poderia segurá-la. Esquecer o resto do mundo.

Só nós.

Sem nenhum outro barulho.

— Uma menina, — Lily respira. Não é o que ela quer. É o que eu quero, mas vai doer de qualquer forma.

— Menino, — eu sussurro.

Seu peito desmorona, e ela balança a cabeça para mim como se não fosse um menino. Pode ser. Metade de mim ficará feliz por Lily. A outra metade ficará assustada novamente. As partes de mim que mais amo são as partes que pertencem a ela.

— Se apresse, — diz Rose, sua voz anormalmente aguda. Eu me encolho. Ela não está nada menos que petrificada porque ela está indo em seguida. E não importa o quanto Rose me irrite diariamente, eu não gosto de vê-la assim.

Connor sussurra rapidamente em seu ouvido e percebo como ela esfrega as mãos ansiosamente. Ele agarra uma para que ela pare de deixar sua pele crua. — Você abre, — Lily sussurra para mim, redirecionando minha atenção. Ela empurra o envelope em minhas mãos.

Meu estômago se contrai, mas, de alguma forma, forço minhas articulações a trabalhar. Eu rasgo o selo e desdobro o papel branco. Meu pulso dispara como se eu estivesse prestes a pular de um prédio e fazer um discurso em frente a um estádio lotado. Eu mal posso ler as letras digitadas no começo. Eles se misturam e leva alguns segundos para separá-los.

Ela estuda minha expressão por um longo momento e diz, — É um menino.

Estou inundado de temperaturas abaixo de zero, e passo o papel para ela, para que ela possa verificar o que ela já sabe ser real.

Seus olhos viajam avidamente sobre as palavras e depois ela dobra delicadamente o papel.

— Você pode sorrir, Lil. — Por favor, sorria.

Uma lágrima desce pela bochecha dela.

Não. Eu me inclino para a frente e seguro seu rosto em minhas mãos. — Lily. Estou feliz. — Em algum lugar. Em todos os bons lugares que pertencem a ela. Lá eu sei que estou.

Seus lábios estão rachados enquanto ela os lambe, e ela olha para o papel para reafirmar que estamos realmente tendo um menino.

Eu enxugo suas lágrimas que caem. — Diga alguma coisa, — eu respiro. Sorria, Lil.

— Estou... muito, muito feliz. — Sua voz treme. E então ela ri em um sorriso, um que é meio dolorido. Por mim. No precipício de duas emoções opostas.

— É melhor assim, com um menino, — eu sussurro, seus olhos vidrados voando entre mim e o papel. — Você tem que acreditar que eu acredito nisso. — Tudo que eu quero é sentir sua alegria e livrar do breu que está vazando de mim para ela. Eu estrago a maioria das coisas que toco, e ela é a melhor coisa que me resta.

Ela acena repetidamente, tentando aceitar isso como verdade, e então eu a beijo, o desespero afogando minhas veias, meus ossos, minha alma muito quebrada. Um barulho se agita em sua garganta. Ela se agarra a mim do jeito que eu faço com ela - nossos corpos prometendo coisas que nossas palavras não podem.

Eu inalo nitidamente em um abraço mais profundo, minha língua emaranhada com a dela. Seu peito se funde com o meu, minhas mãos desaparecendo em seu cabelo curto sob a toca.

Há momentos com Lily, onde eu sinto que somos uma pessoa. Onde compartilhamos toda sensação que morde nossa pele.

Ninguém está na cozinha além de nós.

E, no entanto, eles estão. Eu me dou conta desse fato no momento em que Rose grita algo alto em francês.

Lily e eu abruptamente nos separamos.

Rose está apontando para nós enquanto ela grita, e Connor é rápido para gritar de volta, a seriedade da conversa iluminada no momento em que Connor agarra seus pulsos, apertando para que ela pare de se debater.

Lily e eu nos levantamos rapidamente. — O que está acontecendo? — Lily pergunta a única pessoa que saberia além do casal brigando.

Ryke tem uma mão na coxa de Daisy enquanto ele assiste Rose, suas sobrancelhas franzidas. — Ela está dizendo que ela não pode fazer isso, — ele traduz. Daisy clica no celular e coloca a câmera de lado.

— Fazer o quê? — Eu franzo a testa. Ela não pode ter tanto medo de ter um menino.

— Ver o sexo, — esclarece Ryke. — Connor está dizendo a ela que ela precisa parar de agir como se isso não estivesse acontecendo.

A boca de Lily cai e sua cabeça vira entre sua irmã e Ryke. — E? — Ela pressiona. Ter um tradutor é bom, o que levanta a questão… — Por que você não fez isso antes? — Eu estalo.

A mão dele sobe na coxa de Daisy, que balança as pernas para fora do balcão. — Porque não tinha sido importante antes dessa porra . Você não quer ouvir as coisas que eles dizem um ao outro diariamente. Confie em mim nessa merda.

É, eu confio.

Lily balança para frente em seus pés. — O que Rose disse?

Ryke ouve por um segundo. — Que não importa se eles descobrirem o gênero agora ou quando o bebê nascer.

Connor respira pesadamente, mais emoções percorrendo seus traços: raiva, preocupação, determinação - coisas que ele geralmente esconde. Ele fala novamente. Em francês. Eles estão em seu próprio mundo. Tipo como o que Lily e eu acabamos de fazer. Bloqueando nosso ambiente por um momento sério.

Ryke continua a traduzir: — Ele diz, você não quer se preparar da melhor maneira que você pode?

Rose tenta se desvencilhar do seu aperto e grita com ele.

— Ela diz, eu não posso me preparar para um bebê, não importa o quanto eu leia e estude. Eu nunca estarei pronta. — Um peso cai na cozinha com essa verdade. É um medo que eu acho que todos nós compartilhamos, mas Rose nunca gostou de crianças, então é diferente para ela, talvez. Eu não sei. Eu sacudo minha cabeça. Vai além de ter um menino, ter uma menina - é só ter um filho.

Ryke suspira como essa coisa de traduzir está frustrando ele. — Eu não consigo ouvir Connor. — Porque ele está sussurrando no ouvido de Rose.

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