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Minha teoria, — diz Daisy para diminuir a tensão, — é que Jonathan quer que nós tenhamos algum tipo de função de caridade para ele. Como coisas para publicidade.

— Essa é uma teoria muito boa, — eu aceno. Eu consigo ver isso acontecendo. Meu dedo lateja... mordisquei a unha até o talo. Merda.

— Lil, coloque os pés no chão, — diz Lo. Ele deve ter notado a posição do meu calcanhar.

— Você deveria estar observando a estrada, — eu digo enquanto abaixo meus pés para o tapete, mas eu aperto minhas coxas juntas, meio que esperando por uma pressão mais forte, só para tirar essa ansiedade. Um clímax parece bom agora.

Pare, Lily.

— Eu posso ser multitarefa, — diz ele, verificando o retrovisor novamente. — Connor Cobalt não patenteou essa habilidade - droga.

A van estúpida alcançou nosso carro e eu me contorço desconfortavelmente no banco. Lo olha para mim por um segundo, — Lil.

Eu recuo em seu tom de repreensão. Minha mão está se arrastando como um criminoso entre minhas pernas. Nãonãonão. Eu levanto minhas palmas no ar, me rendendo. — Estou bem. Eu prometo.

Sua preocupação se elevou a proporções extremas. — Talvez não devêssemos ir a essa reunião...

— Nãonãonão. Eu posso fazer isso. Lo, por favor. — Meus olhos se arregalaram como se dissessem acredite em mim.

Ele estuda meu estado, seu olhar voando da estrada para mim. E então ele concorda. — Ei, mano, — ele fala de volta para Ryke. — Eu vou encostar no lado da estrada. Lil e eu vamos trocar com você e Daisy.

— Tudo bem por mim, — diz Ryke, realmente parecendo feliz em dirigir.

Lo está tão preocupado assim com minha ansiedade. — Eu estou bem, — eu tento convencê-lo.

— Eu menti, — diz Lo, diminuindo a velocidade na pista de emergência.

Ele estaciona o Audi e tira seu cinto. — Eu não posso ser multitarefa.

Oh. Eu lambo meus lábios secos. — OK.

Eu solto meu cinto de segurança. A van estaciona à nossa frente, as portas já se abrindo. Estamos em propriedade pública, então eles têm todo o direito de tirar fotos. Quando todos saímos do Audi, dois paparazzis deixam sua van para tirar fotos.

— Lily, olha aqui, — um deles chama.

Aprendi a não pegar a isca da câmera, me concentrando no carro de Lo e nada mais.

Quando Ryke passa pelo irmão, ele mostra o dedo para os dois caras da câmera e os flashes piscam repetidamente.

— Lily está grávida com o seu bebê? — Um pergunta a Ryke.

— Daisy, como você se sente sobre Ryke dormindo com sua irmã?

Meu estômago dá uma cambalhota. Eu odeio que ela ainda esteja sendo afetada pelos meus erros.

Exceto pelos dedos do meio de Ryke, nenhum de nós responde aos paparazzi. Nós entramos em nossos novos lugares, e Lo imediatamente envolve seu braço em volta da minha cintura, suas mãos nas minhas. É carinho e toque que acalma meus nervos em alguns graus.

Ryke e Daisy colocam seus cintos de segurança, e então Daisy coloca a mão bem no fundo do bolso da frente do Ryke...

Uhhh… eu cresço inesperadamente quente, e eu não posso dizer se é de vergonha ou algo pior. Eu tento me convencer de que é o primeiro.

Eu olho em volta para ver se alguém percebe o que ela está fazendo, mas Lo está mandando mensagens, provavelmente para o pai dele. E Ryke está ajustando seu assento e espelhos.

Daisy pega o smartphone de Ryke e o conecta ao aparelho de som. Eu relaxo um pouco. Minha mente é um lugar muito, muito sujo.

— Vocês dois...— Ryke gira para olhar para mim e seu irmão mais novo. — Coloquem a porra dos cintos de segurança.

— Só não me mate, — diz Lo quando nós dois os colocamos. — Eu sou jovem demais para morrer. — Ele pisca seu meio sorriso de assinatura.

Ryke da ré no o carro, mesmo com uma mão no volante. Ele dirige com muito mais precisão do que Lo, mas Ryke sucumbe à raiva na estrada muito mais rápido de todos. Na minha opinião, não é uma troca muito boa.

Daisy escolhe uma música que eu me lembro vagamente e vejo o título na tela do painel: “Dark Center of the Universe” o Modest Mouse. Eu aposto que é mais uma música do Ryke, já que ela geralmente gosta de músicas animadas e menos angustiantes.

No momento em que Ryke muda a marcha do carro, nós vamos de zero para eu-vou-morrer. Eu envolvo meu braço em volta da minha barriga e, em seguida, agarro a perna de Lo.

— Ele vai nos matar, — eu sussurro para Lo.

Ele está muito ocupado assistindo os paparazzi voltarem para a van para responder.

— Não há policiais por perto por dez quilômetros, — Daisy diz a Ryke.

Eu franzo a testa. — Como você sabe disso?

Ela balança seu celular. — Um aplicativo.

Minha audaciosa irmãzinha teria quer ter um aplicativo a alertando sobre policiais por perto.

— Bonnie e Clyde, — Lo diz secamente, — nós não estamos roubando um banco. E sério, eu não quero saber o que deixa vocês excitados. Tá, obrigado.

Ryke se inclina para frente para olhar pela janela. — Filhos da puta.

Sim, eles nos alcançaram.

Lo sai do Audi e imediatamente coloca as mãos nos meus quadris. — Lily, — ele sussurra, — uma ambulância está chegando. Eu só quero que te cheque. Por precaução, ok? — Ele coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

Eu mordo meu lábio para manter as lágrimas no lugar. — E sobre o encontro com seu pai?

— Eu mandei uma mensagem para ele. — Ele me abraça em seu peito. — Provavelmente não é nada, — ele diz novamente.

Sim. Provavelmente não é nada.

Eu sinto uma lágrima quente escapar. Estou à mercê do destino. É uma coisa cruel. Estar nas mãos do universo.

Forças que raramente estão do nosso lado.

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