Capítulo 17 - Aposta

...Boa leitura ❤️ ...

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Motivos? Se tivesse que ser sincero então, era porquê estava muito cansado, cansado não ser suficiente para os homens que namorava, exausto de não poder namorar alguém em quem confiasse cem porcento, talvez nunca conseguisse confiar em ninguém novamente por conta do seu irmão.

— É por que... eu não consegui cancelar a disciplina pra você, então ainda somos professor e aluno, é meio impossível continuarmos tendo qualquer coisa.

Kan se mantém neutro enquanto o olha de cima a baixo.

— É por isso mesmo?

Conan acena com a cabeça baixa. Ele segura a jaqueta preta, pronto para tirá-la e jogar no chão, mas, ao mesmo tempoo não sentia vontade de fazer isso, seus sentimentos oscilavam tanto.

— Naquele bar, no meio de um monte de bêbados, o que te atraiu em mim? — Conan pergunta baixo.

Estava evitando encontrar seus olhos, mas quando finalmente ergue a cabeça para lhe olhar, se arrepende. Ele percebe com um simples olhar que Kan queria lhe devorar. Seus olhos escuros não haviam tirado os olhos dele em momento algum.

— Mesmo depois de tanto tempo, eu sinto que você sabe tudo sobre mim... é estranho, você até sabia onde eu morava, sem eu ter te contado, mas eu não sei nada sobre você.

Kan, agarra sua cintura o colocando em cima da moto e beija sua boca, enquanto puxa o seu corpo para si. Inicialmente ele sente seu corpo relaxar, mas logo se lembra que está no campus ainda, e empurra seu peito, mas Kan não permite que ele se afasta e. continua a beijá-lo.

Um som muito alto soava nos ouvidos de Conan, demorou um pouco pra perceber que era o próprio coração. Tinha medo de quem quer que pudesse ver. Kan continua agarrando sua cintura enquanto lambe os seus lábios. Era insaciável.

Eles ouvem vozes se aproximando. Conan se desespera tentando se afastar, mas Kan o esconde sob o seu peito, enquanto o abraça. Seu cheiro era tão bom que Conan se distrai por um momento, mas assim que as vozes cessam, ele o empurra ficando de pé e acerta um tapa no seu rosto.

— Você ficou louco?

— Diga que terminamos mais uma vez e te beijo amanhã na sala de aula, na frente de todo mundo.

— Não pode me impedir de terminar algo que nem começou, nós nem sequer temos um relacionamento, você tem que parar de agir assim.

— Você quis fazer o acordo, mantenha ele até o final.

Conan fica em silêncio, enquanto lhe encara com raiva, sentia raiva, mas parte sua, sabia que não era direcionado a ele.

— Mas a aula...

— Vou conversar com o diretor para mudar isso.

— Não, por favor, isso não.

— Por quê não?

— Ele vai te mudar de sala, ao invés de cancelar, para assim te fazer mudar de ideia. — Se sentia um idiota por ter que explicar isso.

— Mas isso não resolve o problema? Não era pior pra você se eu fosse seu aluno, tendo aula com outro professor, eu não seria mais o seu problema.

Por alguma razão, sentiu essa frase como uma ofensa pessoal.

— Mas eu não quero que você seja problema de outra pessoa, quero que cancele.

Kan suspira pensando no quão complicado Conan estava sendo.

— Vamos fazer assim, vou conversar com o coordenador, se ele não quiser eu saio dessa faculdade e me transfiro a outra unidade.

Sabia que devia disfarçar o seu alívio, mas não conseguiu evitar um pequeno sorriso.

— Você faria isso?

— O quê? Vai ficar tão feliz por se livrar de mim?— Parece que a raiva de Conan havia sido transferida para ele.

— Não... não é isso.

— Vou cuidar disso, então não repita que vamos acabar, se não quiser me ver irritado.

— O que você vai fazer se estiver irritado? Se eu ainda quiser que a gente termine, vai me agredir, ou talvez me prender?

— Quer mesmo descobrir?

Conan dá um passo pra trás quando sente ele se aproximando. A expressão de Kan é feia quando ele diz:

— Sobe na moto.

— Não.

— Não vai subir mesmo?

Não queria lhe obedecer, devia acabar com tudo isso. O vídeo havia sido excluído, então não tinha obrigação nenhuma com ele. Mas estava no meio da faculdade, se Kan armasse uma cena, as coisas ficariam ruins para ele. Então apesar de tudo, ele decide subir. Kan pega o único capacete que tem e coloca nele.

O caminho é muito longo, e Conan não faz ideia de para onde estava sendo levado, ele agarra sua cintura com medo de cair.

.

.

.

O lugar era barulhento e estava muito cheio. As paredes eram repletas de pichações, e Conan tinha certeza absoluta de que haviam certas coisas ilegais circulando por ali, a música era tão alta que fazia seus tímpanos doerem. Uma bela mulher com cabelos curtos, roupas pretas e o rosto repleto de piercings se aproxima para falar com Kan.

— Ah, lembrou que tem que trabalhar? Faz uns dias que não vem, pensei que tinha esquecido de mim amor.

— Ainda tem lugar pra mim?

— Você sabe que sempre tem um lugar pra você, bonitão.

— O que você... — Conan começa um pouco confuso mas para ao receber a atenção da mulher.

— Quem é esse? É bonito, seu brinquedinho da vez?

Kan ri:

— Eu diria que sim, mas é uma pena que ele odeie brincar, poderíamos nos divertir muito mais.

— Acho que é suficiente, vou embora daqui, não precisa me seguir. — Conan se vira para ir embora, mas Kan agarra o seu pulso.

— Você não vai a lugar algum, não disse que queria me conhecer? Vou te mostrar um pouco do meu mundo, só não fique chorando no fim do dia professor.

Ele franze o cenho, como seu mundo podia fazer parte de um lugar tão caótico?

— Antes disso... qual sua relação com essa mulher?

— Por quê? Está com ciúmes?

De todas as respostas possíveis, não esperava por essa. Não entendia como Kan podia ser arrogante a esse ponto.

— Quem você pensa ser para eu ter ciúmes de você?

Seu sorriso desaparece.

— Se não está com ciúmes, então não tenho motivos para te dar uma explicação, até por quê, como você mesmo específicou no acordo, eu posso ficar com quem eu quiser.

Certo, isso não era nenhum pouco importante. Kan não lhe devia nada. Por alguma razão, isso fez o peito de Conan doer um pouco, era a primeira vez que sentia isso desde que descobriu que foi traído pelo seu irmão. Era meio estranho para falar a verdade, geralmente não tinha ciúmes de seus namorados com ninguém, apenas com seu irmão, talvez por quê parte sua, não conseguia parar de se comparar com ele. E suas inseguranças atingiam o topo cada vez que era trocado por ele, que tentava fugir dele mas falhava miseravelmente. Então nunca se considerou uma pessoa ciumenta.

Mas pela primeira vez sentiu raiva, de imaginar Kan tocando outra pessoa da forma que ele lhe toca.

Ele lhe leva até uma arquibancada que fica de frente para o ringue. Isso mesmo, bem ao lado da pista de dança, havia um ringue de luta.

— O que exatamente vai acontecer aqui?

— Vou lutar, meu rival de hoje já foi campeão nacional, mas acabou com a reputação ruim por se envolver com drogas e prostitutas, também houve boatos de que ele estuprava a ex mulher, e espancava os filhos, então só pode competir em lugares como esse.

Conan morde os próprios lábios.

— O que quer dizer com "lugares como esse"? — Ele olha para um homem um pouco mais musculoso do que Kan, sem camisa que não parava de lhes encarar — Se aqui é tão ruim, por quê você compete aqui? Tenho certeza que poderia encontrar lugares melhores.

— Tenho os meus motivos... você logo vai entender.

A mulher se aproxima deles novamente, dessa vez com o brutamontes do seu lado.

— A noite está tão entendiante, por quê não apostamos na luta de hoje?

Conan segura no braço de Kan.

— É melhor não, apostas são ruins. — Conan diz para ele.

Isso parece chamar a atenção do homem musculoso que não consegue tirar os olhos de Conan.

— Calma amor, vai ser divertido — Kan diz, e logo devia o olhar para o homem, a escuridão ganhando seus olhos aos poucos — tem algo que você queira.

— Se eu ganhar — O homem começa — Você me dá ele.

O sorriso de Kan aumenta.

— Você quer o meu homem de recompensa?

O homem ainda encarando Conan com desejo, seus olhos pareciam repletos de vontades lascivas, ele o olhava de cima a baixo, como se soubesse exatamente o que faria com ele essa noite. Ao invés de ficar sério, Kan parece rir mais, embora o brilho da diversão não chegasse aos seus olhos.

— Pode tê-lo então.

Conan arregala os olhos chocado e dá um soco nas suas costas.

— Você só pode ter enlouquecido, não sou a porra de um troféu para ser apostado, seu idiota. — Ele tenta sair dali mas Kan agarra seu cintura, o prendendo no lugar.

— Em troca, se eu ganhar, quero seus olhos.

O homem ri parecendo se divertir com a situação.

— Meus olhos? Por quê desgraçado, achou bonito?

Conan se debatia em seus braços, mas sentiu seu corpo inteiro se arrepiar quando ouviu a frase seguinte:

— Não costumo ser alguém territorialista, mas eles olharam o que é meu.

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...Espero que tenham gostado 🔥...

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Comments

Nali

Nali

Tem coisa melhor que essa

2025-01-20

18

Maria Odilia Conceição da Silva

Maria Odilia Conceição da Silva

Olha se isso não for amor ,não sei não.

2025-02-19

0

hy.xt

hy.xt

ISSO AE PORRAAAA

2025-03-07

0

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