Capítulo 8 - Favorito

Boa leitura ❤️

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Seus olhos carregavam um brilho juvenil especial, apesar das suas óbvias intenções ruins com aquele vídeo, Conan preferia acreditar que Kan devia ter um lado bom, em algum lugar. Ele dá um passo para trás evitando seu toque.

— Eu estava pensando que poderíamos entrar em um acordo, não me sinto confortável em saber que você tem um vídeo assim meu.

Ele quase podia ver Kan revirar os olhos de tédio.

— Eu já expliquei professor, é bem simples, você só precisa fazer o que eu digo e aquele vídeo vai permanecer seguro comigo.

— Sou seu professor Kan, e não vejo futuro algum em uma relação com...

— Relação? Não vamos ter relação nenhuma, vamos apenas curtir, eu nunca fiquei com um homem, estou interessado.

Conan franze o cenho.

— Como?

— Também não quero nada sério, só quero ficar com você até encontrar um brinquedo melhor.

— Desculpe, mas não vou ser seu ratinho de teste, pode procurar qualquer outra pessoa, mas não eu.

— Mas acontece... — Ele se aproximou tanto dele que Conan acaba batendo na sua própria mesa — que não tenho o vídeo de qualquer outra pessoa, tenho o seu.

— E-e quanto a sua vida universitária se esse vídeo vazar?

Kan apenas permanece em silêncio, o olhando com um sorriso travesso. Sua pele bronzeada ficava ainda mais bonita no escuro da sala. Sabia que esse ambiente era estranho mas se ligasse a luz alguém poderia vir checar, então era melhor permanecer apagada.

Ele provavelmente era mestiço, parecia ter descendência asiática, mas era alto e tinha braços fortes, seus cabelos negros tinham um moderno Wolf cut, e ele parecia trazer uma sensação quente. Se não soubesse que esse homem era praticamente um Diabo, diria que era divino.

— Estou cansado disso, seu tempo acabou. — Ele tenta ir até a porta, mas Kan coloca os braços em volta dele, apoiados na mesa.

— Não vou te deixar ir a lugar algum professor.

— O que você tem de bonito, tem de irritante, desrespeitoso, ardiloso e sem escrúpulos.

Kan sorri charmoso e acaricia seu pescoço com o nariz. Um lindo sorriso com covinhas se formando em suas bochechas.

— Me acha bonito?

Isso atingia um novo nível de "só enxergar o lado bom das coisas". Conan sente vontade de retirar o que disse então abre a boca para brigar com ele, mas fica sem palavras quando sente os lábios de Kan acariciando suavemente sua clavícula. Por mais que quisesse resistir, ele não se move, a escuridão da sala, o fazia se sentir que estava em outro lugar, com uma pessoa desconhecida, ao mesmo tempo sentia que estava fazendo algo muito errado.

Seus lábios sobem suavemente acariciando a parte suave do seu pescoço, era um movimento tão sutil mas que causou arrepios em todo o seu corpo. Ele deposita um beijo suave ali.

— Eu p-preciso ir para–

Kan interrompe aproximando bem o rosto do seu, e levando o polegar ao lábio inferior de Conan, tocando ali em um movimento para baixo, enquanto acaricia de direita a esquerda.

— Não amor, não precisa.

Ele desce novamente até seu pescoço, e desabotoa sua blusa, descendo a alça e deixando seu ombro esquerdo totalmente nu.

— Sabe o que dizem sobre o lado esquerdo? — Ele sussurra.

— Kan, apague o vídeo.

— Dizem que geralmente é o lado menos sensível de alguém, por quê... geralmente é o que menos usamos, ah não ser que seja canhoto, mas você é destro — Ele aproxima se nariz da área entre o ombro e o pescoço e respira profundamente ali, sua voz se tornando cada vez mais baixa — Isso é estranho sabia? Acho que na vida passada você foi canhoto por quê toda vez que eu apertava sua nádega esquerda, você também me apertava, só que de outra forma.

Conan dá um soco no seu peito.

— Seu atrevido, safado, pervertido.

Kan ri contra o seu ombro, o som fazendo cosquinha em Conan. Seus dentes brincam com a parte sensível do seu pescoço, parecendo saber exatamente em quais áreas seu corpo desejava ser tocado. Sua mão sai da mesa e agarra sua cintura com o força, o puxando contra si.

— Vou levar como um elogio.

Ele passa a língua nessa mesma área e começa a beijar como se estivesse beijando sua boca, era suave no início então inconscientemente Conan apenas cedeu, mas logo foi se intensificando. Seu coração estava batendo forte e seu corpo queimava, sua respiração também estava mais ofegante. Sentia que todo lugar que Kan tocava causava arrepios e uma expectativa estranha que lhe fazia se perguntar, qual seria o próximo lugar que ele tocaria?

Seus beijos em seu pescoço se tornam agressivos e ele começa a chupar a tal ponto que Conan teve certeza que já haviam ali as tais marcas que ele tanto falava. Logo era como se quisesse lhe torturar, Kan começa a beijar o centro de sua clavícula e vai subindo até seu pomo de Adão, o obrigando a levantar o rosto voluntáriamente. Não sabia o que fazer com as mãos, então puxa os seus cabelos negros perfeitos.

— Kan...

— Você fica adorável quando diz o meu nome.

Certo, ainda precisava ir para casa, tinha algo pulsando um pouco abaixo da sua barriga. Nem sequer percebeu o momento exato em que Kan lhe colocou sentado na mesa, tinha que admitir que nunca sentiu tamanha atração por ninguém antes.

Kan puxa sua nuca para ele e invade sua boca, sua língua era violenta e parecia querer saborear cada parte sua, o queria por inteiro, ele lambe com vontade toda a sua boca, desde seus dentes, a parte inferior e macia da sua língua, seus lábios não param nem por um segundo, enquanto suas mãos descem por suas costas.

Estava se sentindo sem ar, era como se Kan tomasse todo o seu fôlego e também engolisse os seus gemidos, todas as suas palavras e protestos, foram devorados por ele.

Queria fazer com ele bem ali.

Eles ouvem uma batida na porta.

Kan se afasta, a respiração ofegante enquanto acaricia os cabelos de Conan.

— Eu não aguento mais. — Ele suspira.

Falando em aguentar, Conan sente suas bochechas queimarem, ao perceber que havia algo úmido em suas calças, ele realmente não havia desistido a um beijo e molhou as calças. Ele arregala os olhos e afasta o peito de Kan.

— Tem alguém aí dentro? Professor é você?

— Sou — Ele percebe a contra gosto que sua voz estava rouca — estou aqui, passei para organizar umas coisas, já vou sair.

— Entendi, é que eu preciso limpar a sala, e o cartão chave não estava lá.

— Logo eu devolvo, não precisa limpar a sala, eu mesmo faço isso, deixe os utensílios aí.

A pessoa parece ter entendido e vai embora. Conan. parece ter retomado o pouco de autocontrole que tinha e se afasta, olhando irritado para Kan. Ele finalmente liga a luz e olha para o reflexo do celular, mas não conseguia ver direito, provavelmente estava cheio de marcas.

— Você é algum tipo de animal e eu não sabia?

— Vai limpar a sala professor? Não sabia que era tão dedicado.

Conan lhe dá um sorriso, e podia jurar que Kan paralisou por uns segundos ao ver. Então ele vai até a porta, a abre e pega os utensílios de limpeza.

— Para ser sincero, não tenho vocação para limpeza, por isso sempre que começo a namorar, encontro alguém que faça isso por mim, enquanto pago as contas da casa, sou do tipo antigo e antiquado.

O mais alto lhe dá um olhar complicado.

— E isso quer dizer?

— Quer dizer que estou mentalmente exausto, fisicamente cansado, emocionalmente desgastado, e preciso de uma boa noite de sono para acordar cedo e trabalhar, enquanto o meu aluno favorito, vai fazer a gentileza de cumprir com o papel doméstico e limpar a sala por mim.

Kan lhe olha irritado.

— Deve estar brincando com a minha cara, você acha que sou um empregado seu?

Conan arruma as próprias roupas fechando bem, e o próprio cabelo, prendendo uns fios soltos. Logo ele joga a vassoura em direção a Kan o olhando friamente e apenas sai da sala, o deixando sozinho.

O olhar escuro do jovem se tornou sombrio, ele encarou a porta aberta por um longo tempo, e observou a mesa que a momentos antes havia aquele belo homem sentado nela. Em seguida ele observa a droga da vassoura, antes de pegar e começar a varrer.

Um sorriso preenche seu rosto enquanto ele murmura baixo:

— Aluno favorito ele diz...

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