Meia gárgula, para viagem, por favor.

Acordei meio desorientado. Muito barulho lá fora. O que estava acontecendo? Me levantando e saiu da cabana. Tinha um exército. Wow. O que eles querem? Me aproximo da multidão para entender o que estava acontecendo.

— Entreguem o Lumen. O imperador prometeu que não haveria outras penalidades, além do aumento dos impostos por esconderem um foragido — Um cara no cavalo falava gritando.

— Não tem nenhum Lumen aqui. Já dissemos. — Lídia falou e os moradores confirmaram

— Se querem assim! Assim será! Podem começar. — Os soldados começaram a atacar as casas com flechas.. mas não eram flechas, eram tochas de fogo. Em segundos toda a vila já estava queimando. — Tem certeza que ele não está? Vamos começar a atacar pessoas agora.

Eu já estava pronto para me entregar. Quando uma menina linda. Ruiva, segurou minha mão. Ela deve ter por volta de sete anos. Ela me puxou para um lado da Vila por dentro de algumas casas. Quando me dei conta já estávamos na floresta.

— Me desculpa, criança. Tenho que voltar e ajudar eles. Ou eles vão ficar ainda mais encrecados. — Me ajoelhei explicando a ela. Que em troca fez uma careta para mim e me deu um peteleco na cabeça.

— Seu idiota. Se te pegam lá todos morrem. Além de ter escondido você todos mentiram. Não tem como ser mais burro? Eles não podem matar ninguém sem provas. Vamos embora — Ela falou e a fofa criança se transformou na assustadora Lilith

— Gosto mais de você criança — Eu disse fazendo careta para ela adulta

— Mentira! Você adora a minha forma humana. Acha irresistível de tão fofa a minha forma de criança e assustadora a minha forma demoníaca. — Ela falou andando e eu acompanhei ela

— Como sabe? — Falei surpreso por ela saber tanto. Nunca disse a ela.

— Porque você já me disse. Você é o Lumen. Eu sabia que você iria querer se entregar. É o mesmo idiota. Como também sabia que não diria não para minha versão criança — Ela falou sem humor nenhum

— Você parece que conhece o Lumen muito bem — Eu disse confuso.

— Sim, foi o meu karma por ter confiado em um humano. — Ela disse irritada — Agora aumente esse passo, andando assim não vamos chegar a lugar nenhum.

— Que mandona! — Falei fazendo careta

— Pega — Ela entregou-me um arco e flechas — O senhor continua o mesmo. Vai saber usar. Já magia tem que se lembrar. Habilidades físicas podem ser mais fáceis, já que podem ser instinto.

— Pensei que você iria sempre ficar me defendendo. É muito boa nisso. — Eu falei e ela gargalhou

— Tenho mais o que fazer. Vou quebrar essa merda de contrato ainda. — Ela disse irritada

— Se você não gostava, porque assinou? — Ela parou de andar e colocou a mão no meu pescoço me sufocando, depois caiu fraca no chão — Porque humanos são seres corruptos e eu esqueci por um instante. Você me enganou. Me traiu. E eu, fui o demônio que acreditou no maldito bruxo. Você é pior que o Lúcifer. Não se lembra, mas você é o ser mais desprezível e imundo que existe.

Ela levantou-se, voltou a andar. Eu não falei mais. Não sei o que o tal o Lumen fez, mas a mulher ficou nada feliz com ele. Bom, pelo menos tive certeza que ela não pode me ferir. Estou seguro com ela. Não até quando. Será que ela pode desfazer o contrato?

Andamos por horas. Eu já não aguentava mais. Como podem andar tanto sem um cavalo, bicicleta , carro. Eu preciso descansar. Já estava andando devagar. Me arrastando. Quando sinto Lilith me empurrando com tudo para o lado. Ela me desviou de uma bola enorme de fogo que vinha ao nosso encontro.

Me levanto para olhar melhor o que estava acontecendo. Vejo que a Lilith levantando com dificuldade. Ela foi atingida? Ela olha fixamente para uma lado da floresta. Sigo seu olha e me deparo com uma e criatura que conheci da mitologia. Com toda certeza eu conheço e já vi várias em prédio aleatório. Isso é uma gargula.

É impressão minha ou tem ossos debaixo dos seus pés? Sim! São ossos humanos. Não tinha lido nada que dizia que eram canibais. Ela joga outra bola de fogo para cima de Lilith. Que com dificuldade segura, soltando uma espécie de bola roxa em direção da gárgula, que desvia com uma facilidade enorme voando.

Ela se aproxima de Lilith, que coloca as suas unhas e asas para fora. Elas duas começam a lutar no ar. Eu só consigo ver dois pontos brilhosos se chocando no ar. Um vermelho e um roxo. Não tenho como saber nem quem está em vantagem. Até que observo o ponto roxo caindo com toda a velocidade do céu. Acho isso responde a minha pergunta sobre quem está em vantagem.

Lilith se choca no chão com tanta força que sinto o chão tremer. Parede um pequeno terremoto. A Gárgula já vem com toda a velocidade se aproximando dela novamente. Pelo que vejo, Lilith está desacordada. Ela não vai ter como reagir. A Gárgula vem apontando as unhas em velocidade na direção dela. Parece que tudo está em câmera lenta na minha mente. Isso é adrenalina?

Olho em volta buscando uma alternativa. Algo que eu possa fazer para ajudar ou ganhar tempo. Vejo o arco que acabei de ganhar e nunca ao menos usei um. Não tenho muito tempo para pensar. Tem que pelo menos chamar atenção dela. Espero ter pelo menos força para chegar perto. Corro para perto do arco, coloco a flecha e respiro fundo.

— Olha aqui, sua ave idiota! — Falei chamando atenção da gárgula antes de soltar a flecha

Por incrível que pareça, consegui fazer com que fosse na direção certa, bem, mirei na cabeça, ela brilhou e acertou no pescoço. A Gárgula parou seu voou pelo menos, desesperada tentando tirar a flecha presa em seu pescoço. Quando ela finalmente consegue tirar, ela me olha e começa voar na minha direção. Eu tento colocar outra flecha, mas estava com tanto medo que me tremia. Quanto mais ela se aproximava, mais eu me tremia.

Quando ela estava tão perto que eu já me sentia vendo a luz da morte. Fechei os olhos e esperei a morte. Senti algo molhado em mim. Merda. Morrer de forma decadente e vergonhosa é tão a minha cara. Pensei.

— Já pode abrir os olhos, medroso. — Lilith falou ofegante

Quando abri os olhos, tem a metade de baixo uma gárgula na minha fente, onde estava o resto dela? Como uma estátua quebrada pela metade. Percebi em cima de mim tem o resto dela, os pedaços para ser exato. Vendo isso. Eu senti meu estômago revirar e vomitei. Lilith gargalhou me olhando.

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