Capítulo 17

Quando Felicith chegou no restaurante ao ar livre acompanhada de seus dois filhos, que a seguiam, seu pai, o duque Markins Marsani, já estava sentado na mesa branca de ferro, a perna direita sobre a esquerda, os braços esticados segurando-as como se estivesse extremamente puto; E estava. A costumeira cartola preta com sua faixa de seda na mesma cor, cujo pai apenas usava quando estava prestes a sair dos lugares, estava bem posicionada em sua cabeça acinzentada.

Felicith aproximou-se, um sorriso nervoso pendurado nos lábios cheios pintados de um vermelho sangue, destacando os olhos verde-dourados; enquanto isso, atrás dela, Marcus segurava a irmã, Louise, pelo braço entrelaçado ao seu, num aperto inseguro, todos acostumados com o humor tóxico e aura ácida do duque. Felicith sentou-se devagar, sem desviar o olhar do pai, que sequer depositara os olhos sobre a filha que não via há anos.

-Extremamente deselegante – ele começou desmontando o sorriso de Felicith. - Desarrumados – disse, olhando para Marcus e Louise, que acabavam de sentar-se. - Ela já não é mulher? - perguntou, o olhar rígido sobre Felicith, que abriu a boca para responder, mas de nada adiantou, pois o viúvo continuou: - Cadê o marido? - questionou, negando com a cabeça, o olhar desesperançoso.

Felicith já estava ruborizada quando se levantou irritada, batendo as mãos sobre a mesa.

-Esses são os meus filhos, PAI; seus netos, que você não vê a anos. Como você pode... - ela começou a falar, controlando ao máximo o tom de sua voz para não demonstrar irritação, que ele transformaria em descontrole, porém, seu pai levantou-se também, apoiando-se em uma bengala preta de entalhes dourados que passara despercebido até então; e interrompeu-a:

-Podendo. Se sou eu que vai sustentar vocês até você arranjar um casamento que preste, eu posso o que eu quiser. - Explicou ele, retirando do bolso interno no terno polido um envelope grosso – Porque seu filho não aprendeu os ofícios do marido? - questionou-a.

-Porque ele tem o direito de escolher o que vai fazer... - ela disse, o olhar cabisbaixo.

-Não quando vocês são mais pobres do que os empregados, que eu pago, aliás.

O duque aproximou-se da filha, que fechara os punhos ao lado do corpo, apertando-os tanto que suas mãos ficaram inteiramente brancas, e jogou o envelope em sua frente, as notas de dinheiro pulando para fora como se quisessem espiar a pequena discussão.

-Conserte isso – ele disse, antes de sair, a bengala batendo sob o cimento da calçada.

Quando o navio de Marrish enfim atracou em Iliona, a realidade bateu na porta de Marrish, que abraçou Melissa por longos segundos, sabendo que perderia a parceira mais divertida de viagem que já tivera. Melissa sentia-se levemente mal, e em uma tentativa tentada a falhar desde o começo, ela se deixou acomodar nos braços do capitão, sentindo que ao sair dali tudo voltaria a ser como antes, tedioso e cansativo.

-Eu não tô morta, sabe? - ela disse, sorrindo para Marrish, que não conseguia tirar os olhos dela, cujos cabelos louros longos voavam com mais vida do que nunca com a brisa do mar.

-E eu estou quase sempre por aqui - ele respondeu abrindo os braços para a brisa, os olhos quase lacrimejando.

Melissa abraçou-o novamente, numa promessa silenciosa de que se veriam novamente.

Marrish segurou seu rosto em suas mãos e olhou-a por alguns segundos e respirando fundo, dando-lhe um beijo na testa. Melissa riu, ajeitando a caixa de Felicith nas mãos e a sacola com o vestido que Katrina lhe dera na outra; e juntos, os três desceram rindo do barco, despedindo-se uma última vez.

Melissa olhou à sua volta em busca de Daisy, mas ao invés disso, encontrou o príncipe Louis, que a observava de longe enquanto fazia compras e mastigava algo suspeito, usando um sobretudo preto sobre a roupa de príncipe, com suas faixas decorativas.

Melissa deu-lhe um pequeno sorriso culpado enquanto ele se aproximava, uma pequena caixa de morangos suculentos em mãos, os lábios vermelhos da fruta, tentadores.

-Vossa Alteza veio comprar morangos justo hoje? - ela questionou-o, corando.

-Na verdade, vim buscar você. - disse, chamando um servo com um gesto de mãos. Em segundos, um jovem de pele bronzeada pegou os itens das mãos de Melissa e levou-os para carruagem real, que estava parada dali há alguns metros.

Louis estendeu a mão para garota, que, sentindo olhos sobre ela, segurou firmemente.

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Comments

nimorango

nimorango

hum que lindin

2022-11-23

1

nimorango

nimorango

e Louisi não, aff tão injusto

2022-11-23

1

nimorango

nimorango

hum , tá aí o pouco de rancor

2022-11-23

1

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