Tá perdida? – uma voz masculina e grossa perguntou. – O que uma garota como você... - disse, olhando-a de cima a baixo -... faz no meio da floresta sozinha?
Melissa esfregou os olhos e virou-se, dando de cara com o príncipe Louis. Surpresa, ela imediatamente reverenciou-o de forma desajeitada.
- Eu te fiz uma pergunta – falou ele, em tom mais sério. A mão segurando o cabo de uma espada que pendia em sua cintura. – Levante-se.
- Sim, Vossa Alteza – ela respondeu, olhando-o atentamente. - Apenas estava caminhando.
- E de onde você é?
- De Iliona, Alteza.
O príncipe gargalhou alto e continuou:
- Que você é daqui, dá pra ver. Mas onde exatamente você mora? – perguntou.
- Na mansão Tressan, Alteza. – disse, direcionando seu olhar para o chão.
Supreendido, Louis estica a mão para ela, que, desconfortável e ruborizada, pega a mão do príncipe, que a guia até um cavalo preto, onde ele monta e a ajuda a subir em seguida, colocando-a na frente de si.
-Vou levar você até lá, mas não pode falar pra ninguém que me viu aqui. - Sussurra, o hálito quente soprando alguns fios do cabelo de Melissa, que sente um arrepio em seguida.
Automaticamente, ela acena que sim com a cabeça, sentindo a respiração dele constante em sua nuca.
Depois de alguns minutos, Melissa conseguia ver a mansão e seu coração se acalmou. Louis desce do cavalo ajuda a garota, segurando-a pela cintura.
-Então, você é filha do barão John? – pergunta, o olhar fixo em seu rosto.
-Sim – ela responde, a voz trêmula.
-Posso te ver de novo? – o príncipe surpreende Melissa, que pisca algumas vezes, extasiada.
-Claro, Alteza. – diz, felicidade preenchendo-a.
-Me encontre na fronteira da floresta com a parte de trás do terreno, às nove da noite. – Ele diz, e vira-se para ir embora, mas torna a Melissa novamente - E... não se esqueça: não conte pra ninguém.
Melissa assente e faz uma reverencia, ao que o príncipe sorri de canto e sai, deixando-a tremendamente confusa. “Que droga foi essa?” pensou, um sorrindo escapando pelos lábios. Animada, Melissa segue para a porta de trás da casa praticamente saltitando, onde, ao passar pelo batente, encontra Felicith em frente ao fogão, remexendo alguns ingredientes estranhos em uma panela que emana um cheiro fétido, preenchendo a pequena cozinha.
Elas se olham de cima abaixo, ambas perguntando-se o porquê da situação da outra, mas sem querer revelar o próprio segredo, no entanto, Melissa não tinha muitas escolhas neste cenário.
- De onde você está vindo? - Felicith disse, o tom rígido e frio, a sobrancelha levantada.
- Fui apenas caminhar madrasta. - Melissa diz, omitindo boa parte dos ocorridos da noite, mantendo-se fiel ao pedido de Louis.
- Caminhar ontem e voltar a esta hora? Quer realmente que eu acredite nisso? - questiona Felicith, observadora.
- Por acaso você fica me seguindo?
- Você mora sob o meu teto, saber onde cada um está é minha tarefa. O seu pai infelizmente te deixou aqui e...
- Esse teto não é seu, e ele não me DEIXOU aqui! - a garota disse, interrompendo a madrasta. Seu sangue fervendo e os olhos marejando - Você invadiu esse lugar! Eu não ficaria surpresa se descobrisse que foi você quem sumiu com meu pai!
Em um instante, a palma da mão de Felicith atingiu com força o rosto de Melissa, emitindo um barulho alto, que ecoou pela cozinha, manchando a pele branca da garota de um vermelho ardente, pulsante, estampando a marca da mesma. Melissa olhava surpresa para Felicith, que até então nunca havia encostado nela, apenas a ameaçado.
- Você é uma vadia, igual a sua mãe. Acha que suas escapadas me fogem aos ouvidos? Um auxiliar do palácio, Melissa? Jura? - Felicith riu - Não me surpreenderia se ele pagasse pra entrar em você! Finalmente decidiu sua profissão? Devo levar você a um daqueles bordéis de Iliona? Podemos ir hoje mesmo.
- Ele nunca... - Melissa começou a falar, mas foi interrompida pela madrasta.
-Nunca entrou em você? Eu duvido. Mas de qualquer forma, nunca achei que você fosse gerar um casamento vantajoso para nossa família. Limpe a cozinha.
Batendo forte os saltos sobre o mármore, Felicith saiu com a panela fedida para seu quarto, deixando Melissa na cozinha, os olhos lacrimejando de ódio.
Todas aquelas tarefas de casa apenas irritavam mais a garota, que correra de um lado para o outro da mansão sem cessar durante a manhã, a nuvem de pensamentos que rondava sua mente era espessa e escura, ela não parava de imaginar-se punindo a madrasta.
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Atualizado até capítulo 27
Comments
nimorango
e mais bocuda que cinderela
2022-10-16
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