No dia seguinte, acordei muito disposta. Fazia tempo que eu não dormia tão bem. Tomei um longo banho e fiquei impecável. Hoje é o dia da “grande” reunião com o Conselho. Tantas coisas ruins já aconteceram que nada mais me assusta. Fui dar uma olhadinha na minha Mel e depois desci as escadas animada. O café da manhã da Jô é perfeito e eu estava faminta. Chego na sala e estão todos sentados.
— O que estão fazendo aí sentados? Já comeram? — perguntei, surpresa.
— Estamos esperando por você — respondeu Salvatore, com um sorriso.
— Bom dia, meu tesouro! Soube que teve uma noite agitada ontem — disse meu avô, Luigi, com um olhar curioso.
— Bom dia! Nossa, você não deixa nada passar mesmo — respondi, rindo.
— Bom dia, momo! — exclamou Felipe, de repente.
“Momo? O que deu nele?” pensei, confusa.
Meu avô olhou para Felipe em repreensão. Conhecendo esse velhinho fofoqueiro, eu tinha certeza de que havia algo rolando por ali.
— Vamos comer logo, antes que eu decida descobrir o que está acontecendo por aqui — falei, tentando ignorar minha intuição.
Comi tranquilamente. Após o café da manhã, Felipe foi cuidar da Mel e o vovô, Salvatore e eu fomos para a reunião.
O vovô sempre usava o próprio carro, mas dessa vez ele resolveu ir conosco no meu. O segurança estava no volante, Salvatore no banco do carona, e vovô e eu no banco de trás.
— Muito obrigado por não me desapontar, meu tesouro — disse meu avô, com um tom de gratidão.
— Até parece que um dia eu tive opção — respondi, com um sorriso irônico.
— Não era a melhor do mundo, mas você tinha sim — comentou Salvatore, tentando aliviar a tensão.
— Ahan… — murmurei, sem muita convicção.
— Vão tentar intimidar você, não permita — aconselhou meu avô, sério.
— “É só uma conversa informal” — repeti, lembrando das palavras dele. — Ainda bem que eu não acreditei quando você disse isso.
Após poucos minutos, o carro parou em frente a uma barbearia. Aposto que esses dinossauros nunca viram uma mulher ali dentro que não fosse para servir alguma coisa.
— Sério isso? Vocês se reúnem em uma barbearia? — perguntei, incrédula.
— É um local neutro, ninguém suspeita de nada — explicou meu avô, com um sorriso.
Entramos e um homem acionou alguma coisa na parede, que se abriu, nos dando acesso a uma sala de reuniões luxuosa. Na cabeceira da longa mesa de reuniões, havia uma grande cadeira preta. As outras cadeiras, nas laterais da mesa, eram brancas e um pouco mais simples. Todos já estavam sentados. Nas cadeiras mais próximas a minha estavam Cláudio e Pepe, que tinham os cargos mais altos, depois do meu, é claro. Meu avô pediu para Salvatore puxar uma cadeira ao lado da minha na cabeceira da mesa e se sentou. Ficamos em pé enquanto ele fazia seu último discurso como Don da máfia italiana.
— Boa tarde, senhores! É com muito orgulho que eu finalmente vou me aposentar. Hoje a nossa família terá um novo chefe. Essa nova liderança vai guiar essa organização para o futuro. Como é de conhecimento de todos, somente um Castellano pode ser Don da máfia, por isso a demora. Tive que esperar meu sucessor estar pronto. Em breve, faremos a cerimônia de posse. Todos estão convidados — anunciou meu avô, com um tom solene.
Os olhares estavam voltados para Salvatore. Ele sempre esteve ao lado do meu avô. E depois desse discurso que ele fez de propósito, todos pensavam que mais um homem ocuparia o cargo de chefe dessa grande organização que chamamos de família.
— Sente-se e ocupe o lugar que é seu por direito — disse meu avô, olhando para mim.
Salvatore puxou a cadeira e eu me sentei.
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Atualizado até capítulo 52
Comments
Maria De Fatima Carvalho
Morgana é uma mulher que não se deixa abalar é forte
2024-03-11
1
Jainemaria fraga santos
👏👏👏👏👏👏
2023-11-21
0
Kelly Sartorio
nasce uma mafiosa
2023-03-17
0