Hora de entrar na casa das feras. Se antes eu tinha medo do Don Luigi, agora com a versão feminina por perto… Melhor ponderar minhas palavras e tentar sair vivo daqui. Entrei na casa e vi que Morgana estava mostrando a bebê para o avô. Não sabia que ele gostava de crianças.
— Entre, Felipe, vai ficar aí na porta até quando? — disse Luigi. Ele já estava com a minha filha nos braços e, ao contrário de tudo o que eu pensei, estava sorrindo alegremente.
— Boa tarde, Don Luigi! Obrigado por nos receber.
— A Morgana disse que você está apreensivo. Saiba que, se a dona da casa te trouxe, você é bem-vindo aqui. Fique tranquilo.
— Bom, é que as coisas não estão muito boas entre as nossas famílias.
— Você está seguro aqui e essa princesa também. Eu jamais faria algo contra pessoas que são tão importantes para a minha neta. Já estou exigindo muito dela. Não importa de quem você é filho.
“Eu sou importante para ela?”
Luigi continuou falando, mas essa frase continuava ecoando na minha cabeça.
— Eu sou importante para você, Morgana?
Ela estava brincando com a bebê. Quando ouviu a minha pergunta, me olhou fixamente como quem está escolhendo as palavras, mas não disse nada.
— Vamos dar uma volta no jardim com o bisavô, minha princesa. Venha também, Salvatore, quero conversar com você sobre a segurança da Morgana.
Parece que eu tenho um aliado aqui. Espera. Ele disse “bisavô”? Isso não é o que se espera do Don da máfia. Enquanto estou aqui pensando em como nada faz sentido, vejo que Morgana está subindo as escadas.
— Ei, você não vai responder a minha pergunta?
— Não ligue para isso. O meu avô adora uma fofoca. Ele só disse isso porque gostou muito da SUA filha. Não sei o que essa menina tem que deixa a gente babando por ela.
— Pensei que seria jogado em um porão ou algo assim. — Tentei fazer uma piada, sem sucesso. Ela estava com o mesmo olhar frio de antes.
— O quarto da bebê será ao lado do meu, se você não se importar, é claro. O seu é na ala oeste. Vá buscar as suas coisas ou comprar roupas novas. Quando voltar, eu mando alguém te mostrar o seu quarto.
— Sim, senhora. Você cuida da minha filha?
— Você sabe que sim. Vá logo ver a sua namorada, suponho que esteja ansioso.
Ela subiu as escadas e eu decidi que era melhor não dizer mais nada. Eu nem deveria estar puxando assunto com a minha sequestradora.
— Sua filha é linda, parabéns — disse Joana.
— Obrigado, Jô. Não sabia que estava aqui.
— Cheguei hoje. Vim cuidar da minha menina. Você viu como ela está abatida? O Seu Luigi disse que ela não está dormindo, nem se alimentando. Se deixar, ela cuida de todo mundo e esquece de se cuidar.
— De quem ela está cuidando, Jô?
— Você acha que ela veio para a Itália porque quis, meu filho? Eu não vejo essa menina fazer nada que seja por vontade própria faz tempo.
“Será que eu fui injusto com a Morgana?”
— Eu vou levar essa bandeja e fazer ela comer, nem que seja um pouquinho, com licença.
— Foi bom falar contigo, Jô.
Ela sorriu e subiu as escadas com uma bandeja cheia de coisas. Eu tentei processar tudo o que estava acontecendo. Alguém tocou o meu ombro e eu me virei assustado.
— Acho melhor você levar a criança para o quarto. Tem presente surpresa nessa fralda. Estou velho para subir as escadas com um bebê no colo — disse Luigi.
Eu peguei a minha filha. Ele me explicou onde ficava o quarto da Morgana e eu fui até lá. Cada lado da escada dava acesso a lugares diferentes. São muitos corredores, é fácil se perder aqui. Tive que perguntar para outra funcionária da casa e finalmente achei. O cheiro não estava bom, eu já não estava aguentando mais, então nem pensei em bater na porta, abri e fui entrando. Encontrei uma cena de partir o coração. Morgana estava deitada em posição fetal na cama com a cabeça nas pernas da Jô, que acariciava seu cabelo.
— Calma, minha filha, isso vai passar — disse Joana.
— Eu sei, Jô. Mas estou me sentindo tão sozinha, eu só preciso colocar tudo pra fora.
Estava paralisado ali. Em anos de convivência, nunca tinha visto ela chorar assim. Eu me sinto culpado por parte do sofrimento dela. Talvez eu tenha descontado a raiva que eu sinto da máfia toda na Morgana. Meus pensamentos foram interrompidos por um choro e, dessa vez, não era a Morgana.
— O que você está fazendo aqui? Não sabe bater? O que ela tem? — Ela se levantou rapidamente e limpou o rosto.
— Ela sujou a fralda, desculpe. Eu não sabia o que fazer. O cheiro me deixou desnorteado.
— Deixa que eu cuido disso — disse Joana.
— Valeu, Jô. Morgana, eu vou buscar as minhas coisas e já volto.
— Leve o Salvatore com você.
“Com tantos soldados aqui, tinha que ser logo ele?”
Apenas concordei e saí à procura da escada. Não precisei chamar, esse cara aparece do nada, parece um fantasma. Fomos até o carro em silêncio. O sorriso no rosto dele me irrita profundamente. Passamos no meu apartamento e depois fomos até o endereço da Patrízia. Eu preciso saber o que houve para ela abandonar a nossa filha na maternidade.
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Atualizado até capítulo 52
Comments
Luciana Barboza Santos
Eu quero muito que a Morgana fique com o Salvatore. Ele é o homem certo para ela. O Felipe além de frouxo não sabe reconhecer o que ela fez por ele.
2023-05-12
5
Alba Farias
tomara que ela fica com savatorio o Felipe n merece o amor dela
2023-01-13
0
adri
E não é que estou gostando do Salvatore kkkkkkkkk
2023-01-12
0