Capitulo 18

Acabei voltando para casa mais cedo, o Joaquim acabou se aborrecendo comigo, então não tinha o porquê de eu ficar lá.

Clarissa: Uer...! Você não ia maratonar série na casa do Joaquim? Eu pensei até que você ia dormir por lá.

Mordi os lábios encarando minha irmã, coloquei minha bolsa na mesinha e sentei no sofá.

Mariana: Joaquim acabou ficando chateado, acabamos discutindo e eu achei melhor vim para casa.

Suspirei tensa.

Mariana: Uer, o que aconteceu? Não me diga que a Fabíola tem a ver com isso? Por quê se tiver eu vou ser obrigada a meter a sola naquela galinha novamente.

Mariana: Não, a Fabíola sumiu eu nunca mais vi ela rondando o Joaquim. Ele ficou bravo comigo por conta do Heitor.

Clarissa: Por quê? Ele não está gostando do seu emprego na mansão dos Martins?

Mariana: Mais o menos, eu estou com dor de cabeça Clarissa. Acho que vou dormir um pouco. Boa noite Clari.

Clarissa: Mari, volta aqui!

Girei os calcanhares e dei meia volta em direção a Clarissa.

Mariana: O que é?

Clarissa: Senta aqui vamos conversar.

Clarissa sentou no sofá me fitando séria.

Clarissa: Você não vai deixar o Joaquim se meter no seu trabalho, querer comandar sua vida está me entendendo? Eu não vou admitir.

Mariana: Eu não vou deixar, relaxa.

Clarissa: Assim espero. E como sempre digo namorado só traz problemas, nunca deixe de viver por causa de um imbecil.

Minha irmã as vezes era tão dura em relação ao amor, mas eu a entedia complemente e ela tinha suas razões. Clarissa namorava um rapaz chamado Lucas, no início ele era super gente boa, porém depois começou a pegar no pé de Clarissa e querer a proibir de ter amigos, depois começou a se incomodar com seu trabalho por conta dos plantões noturnos, eles acabaram discutindo por isso, a gota d'água foi ele pedir para Clarissa escolher entre sua carreira e ele, foi então que Clarissa deu um pé na bunda dele acabando de vez com esse relacionamento tóxico, e desde então começou a focar somente no trabalho e fechou as portas para o amor. Ela sempre diz que melhor um coração vazio do que um embuste dentro.

Mariana: Você vai sair?

Perguntei a analisando dos pés a cabeça, Clarissa estava com uma roupa de academia.

Clarissa: Vou malhar na academia do condomínio. Ah! Eu já ia esquecendo de te falar, no próximo sábado o Gael vai completar ano, e Janice pediu ajuda para a gente organizar uma festa surpresa pra ele aqui em casa.

Mariana: Oba! Faz tempo que não comemoramos nada aqui gostei da ideia, diz pra Janice que pode contar comigo na organização.

[...]

Na manhã seguinte quando cheguei na mansão Martins, Rafael havia me alertado que o patrão não estava de bom humor. Então eu deduzi que eu sofreria as consequências, pelo que entendi ele teve uma briga com o pai por conta do irmão mais cedo.

Quando entrei em seu quarto eu o avistei encarando o jardim, me parecia pensativo.

Mariana: Senhor? Cheguei!

Dei um sorriso e acenei com a mão. Ele me encarou por alguns minutos antes de falar.

Heitor: É você, babá!

Eu desfiz o sorriso um pouco frustrada. Parece que ele não gostou de me ver.

Mariana: O Rafael me contou que você está um pouco aborrecido hoje. Se quiser dar um passeio para relaxar, Ah... Podemos ir no...

Ele me cortou franzido a sobrancelha.

Heitor: Eu não quero ir para lugar nenhum babá, dá para me deixar sozinho. Eu quero ficar só, preciso ruminar algumas coisas que estão intalados na minha garganta.

Mordi o lábio sem saber o que fazer.

Mariana: Eu não posso deixar você só, esse é meu trabalho senhor. Eu cuido de você, aliás se sua mãe não me pegar fazendo meu trabalho eu posso me encrencar.

Cheguei mais perto dele e sentei numa poltrona ao seu lado, fiquei encarando o jardim por alguns minutos estava tentando dar espaço a ele, ao mesmo tempo não queria deixa-lo sozinho ele estava tão triste, seu rosto estava uma máscara de seriedade e aquele entusiasmo da manhã passada já não existia mais.

O humor do Heitor era como uma chuva no verão, um arco íris em meio da tempestade. Era tão inconstante... tão imprevisível... a sensação que tinha era estar nadando contra correnteza o tempo todo.

Heitor: Hoje não é um bom dia babá.

Mariana: Então vamos fazer ser um bom dia, eu não gosto de ver o senhor triste. O que acha da gente levar os livros para ONG hoje? Você poderia se distrair em alguma oficina que tal?

Heitor: Hoje eu não estou com cabeça para isso, outro dia a gente vai.

Mariana: Ok, então.

Respirei fundo.

Heitor: Eles vão casar, ontem a noite vieram aqui em casa comunicar a novidade aos meus pais.

Coloquei a mão na boca chocada.

Mariana: Você os viu?

Heitor: Não eu estava dormindo, mas queria ter visto sim, estou com muitas coisas entalada na garganta sabe.

Mariana: Você ainda ama ela?

Heitor olhou pra mim e riu sem humor.

Heitor: Claro que não, tudo o que restou do amor que um dia senti pela Bárbara foi rancor e desprezo.

Mariana: Eu entendo senhor, você tem razão é o que ela merece por ter lhe feito tão mau.

Heitor: Eu tomei uma decisão Mariana, você pode me ajudar a me vestir. Abre o meu guarda-roupa e pega uma camiseta preta e um blazer da mesma cor por favor. Hoje eu quero ir à redação, eu vou acertar as contas com o desgraçado do Patrick.

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