Capítulo 3

Mariana: Ao... ao... banheiro?

Heitor começou a sorrir vendo rosto da Mariana vermelho de constrangimento, a garota mulher em sua frente de pálida ficou da cor de um tomate, suas bochechas coradas era algo interessante de se apreciar.

Heitor: Sim, eu preciso muito ir ao banheiro algum problema em me levar ao banheiro babá? Eu preciso me aliviar.

Mariana: No-não, é claro que não... Eu só acho que... ah!

Mariana colocou a mão no peito e estufou os olhos tentando recuperar o ar, ela não sabia o que fazer nessa situação, começou a gaguejar. Heitor vendo o embaraço em que a colocou começou a rir.

Rafael: Que maldade senhor Heitor, não assuste a moça. Vamos eu te levo ao banheiro.

Heitor: Não corte minha onda Rafael, não é todo dia que eu acordo com senso de humor.

Falou rindo para a Mariana que parecia menos desconfortável.

Rafael: Prazer, senhorita eu me chamo Rafael, assistente pessoal e enfermeiro do senhor Heitor. Não se preocupe eu cuido da higiene pessoal dele.

Mariana: O prazer é meu.

Mariana sorriu aliviada para o homem que era o dobro da sua altura, Rafael tinha os cabelos levemente enrolados e um rosto bem marcante.

Mariana: Ufa! Eu pensei que ia ter que limpar o bumbum dele.

Ela riu nervosa, logo pousou os olhos em Heitor que fez uma cara de triste e se lamentou.

Heitor: Ah.... Que pena babá, eu ia adorar sentir essas mãos delicadas limpando meu traseiro.

Falou encarando a garota a sua frente, Mariana parecia ter perdida as rédias da situação e começou a corar novamente. Nenhum homem nunca tinha a deixado tão constrangida em toda sua vida, como Heitor a deixou em apenas dez minutos de conversa.

Rafael: Senhor vamos, você não queria ir ao banheiro? Vamos trocar a sua bolsa coletora.

Heitor assentiu sem tirar os olhos de Mariana, Rafael pegou sua cadeira e entraram no elevador com destino ao seu quarto. Durante o percurso Rafael o encarou querendo falar algo.

Heitor: Algum problema, Rafael?

Rafael: Pobre moça senhor, você a deixou constrangida com suas piadinhas. Foi muito indelicado da sua parte.

Heitor: O problema é dela Rafael, eu não mandei ela vim procurar emprego aqui. E outra eu estou começando a me divertir. Aposto que ela não vai durar aqui uma semana igual as outras.

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Já fazia alguns minutos que eles subiram e eu estava na sala sem ter o que fazer, será que eles esqueceram de mim aqui? Me sentei no sofá bufando quando minha bolsa vibrou, eu peguei o celular e vi que era uma mensagem da Clarissa.

📳Clarissa: Mari, como você se saiu? Conseguiu o emprego? Retorna essa mensagem assim que você visualizar eu estou ansiosa.

Eu suspirei um pouco tensa, bom eu não tinha a certeza que o emprego era meu, até porque ninguém mais deu conta de mim aqui nessa enorme sala. O Heitor saiu e ninguém mandou me chamar, então eu definitivamente estava deslocada.

📳Mariana: Oii mana, bem não está sendo tão fácil como nós pensamos. Acho que consegui, a noite eu dou mais explicações até mais tarde beijos.

Desliguei o celular e o coloquei na bolsa. Quando de repente o elevador abriu e vi Rafael saindo de dentro dele sem o Heitor.

Rafael: Desculpa a demora, vem comigo eu vou te mostrar o funcionamento do tratamento do Heitor e a rotina dele. Você pode precisar usar essas dicas quando eu não estiver por perto.

Eu segui ele até uma enorme sala, que mais me parecia um ambulatório farmacêutico ou coisa parecida. Tinha muitas prateleiras e remédios, e no centro uma enorme tabela com horário e nomes de remédio que ele deveria tomar.

Mariana: Estamos num mini hospital literalmente!

Falei chocada com tudo que tinha ali. Rafael me encarou e riu.

Rafael: Heitor odeia hospitais, então isso foi o que os pais puderam construir para que o filho não desistisse do tratamento. Vem aqui eu vou te passar o horário dos remédios. Aqui temos remédio para pressão, anti-plasmáticos quatro vezes ao dia para os espasmos, comprimidos para nevralgia, e nessa prateleira aqui em baixo tem os analgésicos. Não de comprimidos para dormir, ele acaba se viciando, e depois quando não os toma geralmente ele fica mais irritado.

Mariana: Ok. Eu sei lidar com remédios. Ah... E se ele quiser que eu o leve para o banheiro de novo?

Perguntei ruborizada, não podia deixar esse grande detalhe para depois.

Rafael: Não se preocupe, você não está aqui para isso.

Mariana: Não?

Perguntei aliviada.

Rafael: Claro que não, eu fico responsável pela higiene.

Mariana: Então para que eu estou aqui?

Perguntei rindo de nervoso.

Rafael: Sei lá pra dar uma levantada nele, uma dama de companhia ele é muito solitário apesar do que se negue, e a dona Teodora não consegue lidar com o mau humor do filho, então ela acha que uma figura feminina pode ajudá-lo.

Mariana: Onde ele tá agora?

Rafael: Vem eu te levo.

Subimos o elevador Rafael apertou o botão para o segundo andar, e sorriu levando as mãos ao bolso. Assim que o elevador parou, saímos e entramos num enorme quarto, andamos mais um pouco e pude ver a figura do Heitor encarando o imenso jardim da janela.

Rafael: Vou deixar vocês as sós, boa sorte.

Eu segurei firme na minha bolsa, Heitor me encarou divertido.

Heitor: Com medo de mim babá? Eu não mordo!

Eu caminhei até ele um pouco deslocada.

Mariana: Pode me chamar de Mariana.

Sorri para ele que ergueu a sobrancelha me encarando.

Heitor: Eu prefiro babá, não é o que você é? Só acho que você me confundiu com um cachorro eu não lato, mais posso morder se você quiser.

Eu bufei ele continuou, parecia que nada era suficiente e continuava a querer me desestabilizar.

Heitor: Então babá ainda não desistiu do emprego?

Mariana: Eu não vou desistir, e você pode tentar o que for mais eu vou ficar com o emprego.

Falei decidida, ele começou a rir. Com dificuldade conseguiu apertar o controle remoto da cadeira e se distanciou de mim.

Heitor: Isso vamos ver. Fiquei sabendo que eu gosto de ficar sozinho. Tchau, babá!

Mariana: Eu não vou sair daqui. Eu fui contratada pra fazer companhia ao senhor e daqui eu não saio.

Falei irritada.

Heitor: Ótimo! Vamos ver quem vai conseguir aturar quem. Fique sabendo que eu ganhei medalha de ouro na categoria irritação.

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