Capítulo 2

Após ser recebida por uma senhora muito simpática, ela me acomodou na sala de estar e falou que ia chamar a sua patroa. Sentada um pouco inquieta eu estava começando a suar pelo nervosismo, quando de repente eu escutei uma discussão no outro lado do cômodo. Parecia ser entre um homem e uma mulher, ele estava muito irritado e algo me diz que eu era o motivo de sua irritação. Engoli em seco quando vi uma mulher loira de cabelo chanel, ela aparentava ter uns cinquenta anos carregando um homem grande, ele me encarou bufando e eu pensei que fosse aniquilada pelo seu olhar mortal.

Teodora: Você deve ser Mariana Vieira! Prazer, eu sou Teodora Martins e esse é meu filho Heitor.

Dei um pulo do sofá e me levantei pondo meu melhor sorriso, estendi minha mão para a senhora, encarei o homem com olhar da medusa a minha frente. Em seguida eu acenei com a cabeça para ele, que em resposta deu uma longa bufada acompanhada de uma revirada de olhos.

Mariana: Muito prazer em conhecê-los!

Sorri mais uma vez, porém o homem a minha frente está a todo momento me encarando e eu já estava começando a ficar nervosa. Passei as mãos suadas no cós da minha jeans e tentei desviar o olhar para a sua mãe.

Teodora: Tem alguma experiência como cuidadora? Se não tiver não tem problema essa não é uma exigência.

Mariana: Com humanos não, mas trabalhava como Pett Sitter no meu antigo trabalho.

Tentei sorri, porém fui intimidada por ele.

Heitor: Uau...! Que interessante senhorita Vieira! Um futuro bastante promissor, babá de cachorros.

Engoli em seco, uma bola na minha garganta me sufocava por dentro. Como esse prepotente tem a coragem de me julgar? Trabalhar com animais era mil vezes melhor que trabalhar com seres humanos.

Mariana: Sr. Martins não vejo porque o sarcasmos, e fique sabendo que eu amo meu trabalho, então o que você falou não foi nenhuma ofensa.

Tentei sorrir, mas meus olhos estavam ardendo.

Teodora: Você tem disponibilidade a qualquer hora?

Mariana: Sim, senhora.

Sorri encarando a senhora, quando ele começou a arranhar a garganta chamando a atenção.

Heitor: Não preciso de babá, então senhorita Vieira acho melhor você procurar emprego em outro lugar. Eu não tenho focinho nem ando abanando rabo.

Teodora passou a mão no cabelo parecia cansada, e voltou a me encarar ignorando o filho.

Teodora: Heitor tem a perda completa do uso das pernas, e o uso bem limitado das mãos. E não, você não vai ser contratada para ser babá— Olhou para o filho carrancudo — Você vai ser apenas companhia para o Heitor.

Mariana: Sim, senhora.

Heitor: Dá pra parar de fingir que eu não estou aqui droga! Eu já disse que não quero ninguém sendo minha sombra.

Teodora: Você está contratada Mariana. Eu vou deixar você e meu filho a sós para já irem se enturmando. Daqui a pouco o Rafael vem te mostrar o funcionamento da rotina do Heitor.

Então ela saiu me deixando com ele. Heitor era um homem muito bonito e bastante intimidador, e eu estava sendo analisada metodicamente pelos seus olhos verde esmeralda.

Heitor: Então se não resta outra alternativa vou me divertir com você, até você querer sair correndo pela quela porta.

Eu sorri nervosa.

Mariana: O que você quer fazer agora? Que tal dar um passeio no jardim?

Heitor: Depois da minha ida ao banheiro. Vamos babá, me leve ao banheiro.

Mariana: A... ao banheiro?

Fiquei ruborizada, minhas bochechas estavam queimando.

Heitor: Claro, algum problema? Não será esse seu trabalho ser minha babá? Pois, então eu quero ir ao banheiro.

E sorriu me encarando, eu mordi os lábios nervosa.

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