Esparramado sobre sua cama em seu quarto, Louis Pontes dormia tranquilamente. O cobertor já não estava sobre si, sem blusa, não que fosse novidade, se revelava um corpo magro, porém de músculos desenvolvidos, além de uma cicatriz abaixo do seu peito direito de um tiro que levou anos atrás. Seu cabelo era ondulado e preto na altura dos olhos, com lábios carnudos e rosados, seu rosto tinha traços latinos herdados de uma mãe mexicana, numa fisionomia infantil, transmitia pureza e confiança.
— Que cheiro bom... — É a primeira coisa que o menor fala ao acordar. Se levanta, descalço mesmo, segue o cheiro e desce as escadas indo direção a cozinha.
— Bom dia, maninho! — Louis observava o sorridente loiro.
— Bom dia! — Diz dando um abraço no seu irmão mais velho por trás que preparava o café da manhã. — Qual o rango? — Perguntou se espreguiçando assim que desgrudou do irmão.
— Panqueca. — Respondeu sem suspense.
— Meu preferido! — O menor senta numa cadeira próxima à ilha. — Como foi ontem?
— Bem, primeiro eu fui resolver umas coisas pro Sr. Merlin. Depois, já que me sobrou tempo e não estava muito longe, eu fui visitar uma cidade no Japão ver como estava o povo de lá, já que Apolo fala muito deles.
— Hm, deve ser legal lá...
— Sim, o povo é bem acolhedor, mesmo nas mãos de Puma. — Diz sério.
— Um dos pilares... — Os olhos de Louis brilham.
— Nem começa Lo, ele é o mais forte dos quatro pilares ou ao menos o mais cruel.
— Eu não quero desafiar pilar! Eu quero desafiar o Rei... — Diz o garoto fazendo bico.
— Ah claro.
O primeiro a obter esse título, foi um faccioso que chegou a governar o tráfico de boa parte do continente. George Ross foi aquele que criou a organização Grandina Piece, apenas para tornar as disputas por dinheiro e território, um espetáculo, além de colocar sua própria posição em disputa. Bastava ser mais forte. Porém, ninguém nunca o derrotou, por fim se entregou à polícia e seu império foi inteiramente fragmentando por seus subordinados.
Desde então a cidade de Grandina, mesmo 23 anos após sua morte, se tornou o epicentro das ações de novas facções que aspiram, assim como Louis, superar quem reside a posição atualmente.
— E você irmãozinho, como foi o seu dia ontem?
Louis rangeu os dentes.
— Uma das cargas foi roubada. Agora eu quero saber quem foi o bundão que me roubou e matou meu motorista, pois eu mesmo vou até ele. — Disse sério.
— Esse é meu garoto. — Sorriu.
De repente a expressão do Leonino muda completamente.
— Daí a noite eu fui no leilão, acredita? Eu vi o Tav!
— “Tav”? — Disse confuso. — Você quis dizer...
— Tom Tavares? — A voz do homem que surgiu na porta da cozinha chamou atenção dos jovens.
— Bom dia, véio. — Louis sorriu encarando o pai.
— Bom dia, filhos — Respondeu dando um beijo na testa de cada um.
— Desculpa se o acordamos pai. — Disse o loiro.
Merlin é o pai do Louis que eventualmente adotou Saymon na época uma criança refugiada e o Apolo, filho biológico do primeiro Rei, que atualmente trabalha para o Thunder.
— Eu dormi o suficiente. — Disse para o filho mais velho. — Aliás, bem lembrado, preciso agradecer o menino Tavares. — Afirmou pensativo.
— Pois é, a gente trabalhou junto, mas ninguém me disse que ele havia salvado sua vida! Eu vou matar você e o Apolo não falaram nada nem por telefone! — Afirmou fingido esganar o irmão.
Merlin riu.
— Bem, o que tem o garoto filho?
— Ah, eu o vi no leilão! Mas ele nem falou comigo... — O menor fez um leve bico.
Os mais velhos se encaram.
— Por que você não foi falar com ele? — Saymon observa o irmão tão curioso quanto o pai.
— Ah mas... Tipo, eu... — O garoto ficou um pouco sem jeito.
— Certo, entendi… Se está com saudade dele e só chamar ele pra se encontrarem, afinal duvido que ele vá recusar, mesmo que vocês sejam tecnicamente rivais. — Falou de uma forma mais brincalhona a última parte.
— Concordo. — Afirma o pai, também bagunçando o cabelo do mais novo e esse fica vermelho fazendo os mais velhos rirem.
Você está entendendo errado... — Sussurrou.
— Estamos? — Disseram enquanto riam, pois o garoto estava corado.
Algumas vezes durante os anos que Louis permaneceu fora, seu pai e seu irmão se reuniram com o médico em uma parceria temporária de contrabando de remédios e tratamento de pessoas em alguns países emergentes. Sabiam que Tom não era uma pessoa ruim, para os seus padrões.
— Eu não sei... — Diz o Leonino pensativo.
— Bem, não me deixem esquecer de agradecê-lo. — Merlin puxou a cadeira e sentou-se esperando Saymon terminar o café da manhã.
— As coisas seriam mais fáceis se você não fosse um mafioso? — Comentou o loiro ao ver que seu irmão ainda tinha uma interrogação no rosto.
— Mas eu gosto de ser assim e ter o que eu quero.
— Mimado pelo crime, ou melhor, pelo chefe do crime.
— Mas respeito, sou eu que mimo vocês como os socos do amor. — Disse o pai orgulhoso. — Mas a família da sua mãe é absurda, isso explica porque ela se casou comigo quando meu nome já tava na Interpol. Enfim, contanto que não faça mal a nenhum civil, pode seguir a influência que quiser, com a carreira que bem entender.
— Bravo, belíssimo discurso. Vai ganhar a maior panqueca. — Diz o loiro realmente lhe entregando a maior panqueca.
— Não é como se eu pudesse fazer meu pequeno egoísta bonzinho mudar de ideia. — Sorriu abraçando o filho. — Aliás, Louis, fiquei sabendo que roubaram uma carga. — Disse o mais velho.
— Sim, vou pegar esse cara e deixar de exemplo. Pode ficar tranquilo pai.
— Eu tô tranquilo, sei o potencial dos meus filhos. Mas, alguns deles vão querer armar pra cima de você, então como pai, gostaria que tomasse cuidado filho.
— Pode deixar. — Sorriu.
— E vou deixar — Riu. — A gente vai sair amanhã, então fica tudo por sua conta.
— Quando vão voltar?
— Em meses.
— Quê?
— Relaxa que já tô me aposentando. — Ambos sabiam que não foi isso que Louis no fundo, quis dizer, mas o próprio sabia a resposta.
Naquela manhã eles colocaram toda a conversa em dia, se divertiram e conversaram o máximo que puderam, afinal depois não se veriam mais, Merlin e Saymon precisavam resolver um assunto num país, e só voltariam em mais ou menos dois meses.
(…)
Já eram 7 da noite quando o loiro passou pela sala e reparou no irmão jogado no sofá, assistindo Tv.
— Louis, você vai pra festa?
— Que festa?
— Piece? — Saymon olhou incrédulo para o irmão.
Desde que o jovem teve sua cabeça a prêmio pela primeira vez, há quase quatro anos, só havia ido uma vez.
— Ah! Eu me esqueci! — Diz coçando a cabeça.
— Esqueceu? Mais é hoje!
— Hoje?! — Grita o menor surpreso.
— Vamos maninho, anda, se arruma.
— Daqui a pouco aparece seu bando gritando aqui. — Disse o pai saindo da cozinha.
Merlin por um mero momento pensou ser um mago invocador, pois logo começou a ouvir um certo barulho de conversa se aproximando pelo jardim da casa.
— Por falar neles. — Coçou Saymon a cabeça, em seguida vai em direção a porta — Olá! Meus jovens! — Diz o loiro ao abrir a porta.
— Saymon! — Gritam.
— Não vou falar nada, mas meu irmão nem tá arrumado. — Disse como se estivesse sussurrando. — Podem entrar.
— Grande Chefe como vai? — Diz Gim, o mais responsável do grupo.
— Bem.
— Olá Sr. Merlin — Diz Bianca e Mia.
— Bom vê-las meninas.
O grupo ficou conversando até o menor aparecer, usando um short Jeans rasgado, uma larga blusa de manga vermelha sem detalhes, calçando um tênis branco. Ele foi bem contemplado. Louis estava bem sexy. Foi o que todos pensaram.
— O senhor Louis está pintoso. — Diz Caveira.
— Concordo — Bianca o observava atentamente.
— Mas será que está mais bonito do que eu? — Completou o moreno que tinha a idade do Louis, fazendo pose de modelo.
— Aqui ninguém me supera! — Afirma Mia, ela usava um vestido azul-claro de apenas uma alça, era curto e ainda possuía uma abertura lateral que valorizava as suas curvas.
— É claro Mia gatinha! Você é perfeita.
— Nem chega perto Ravizinho — Diz a moça.
— Não tem vergonha? — Provoca Jung.
— Fica na sua cabeça de morango.
— Ah não, não comecem a brigar aqui! — Lucca inutilmente tenta parar os amigos.
— Não se intromete! — Disseram os dois juntos. — A beleza da Mia é incomparável — Completa Ravi.
— Ora, todos estão bonitos! — Diz Robin, quase decretando que ela era a mais bonita. — Mas devo dar crédito ao chefe, para quem você se produziu todo assim? — Diz curiosa com um sorriso no final.
— Para quem? — Perguntou Pontes, recebendo um sorriso da mulher como resposta, o deixando pensativo.
— É como a Biazinha disse, eu estou lindo! — Afirmou Ravi.
— É, está igual um príncipe. — Diz Jung em tom sarcástico
— Isso foi um elogio Jung? — Indagou o loiro.
— Tá parecendo o príncipe das fadinhas piririm plim plim, até brilha. — O avermelhado se aproximou mais do loiro. — Você passou maquiagem? — Curioso tocou no rosto do mesmo.
— Não imbecil! — Disse retirando a mão do “aminimigo”. — Meu brilho é natural!
— Bem, vamos? — Diz Lucca cortando o assunto.
— Cuidem do meu irmãozinho! — Grita Saymon ao vê-los ir embora.
— Pode deixar. — Respondem.
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Atualizado até capítulo 29
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