— Já são oito horas da noite e você disse que queria sair hoje, mas desse jeito...
— Me desculpem. — Tom estava pensativo, tem coisas que não pode adiar, tinha um empasse grande nas suas mãos e para resolver isso a curto prazo ele precisaria entrar nas disputadas por poder das máfias, algo que ele entraria com facilidade, pois ele pode.
Sua atividade de médico mafioso era voltada a atender a população em geral, cuidando da saúde pública e privada, até mesmo o governo e os criminosos, em troca de favores, principalmente dinheiro. Um dos seus trabalhos de mais rentabilidade e status na organização GP era o de limpar os restos que ficam depois de um confronto de pessoas anônimas.
— E a gatinha lá ajudou no seu atraso? — Perguntou Felipe curioso.
— Era só uma paciente.
— Mas ela era bonita.
— Já tive muitas mulheres na minha vida pra um decote me chamar atenção agora.
— Pega uma mina que tu gosta e pronto, se não tú fica sem.
— Talvez eu fique, sequestro só vira romance em livros.
— Olhaa pelo lado bom, “Antes só, do que mal acompanhado.” Não é chefe? — Disse Biel.
— Naturalmente.
(...)
— Chefe a gente vai passar aqui às 9:00. — Ao deixá-lo na porta de casa, os amigos se despedem.
O médico entra em casa, vai direto ao seu quarto, guardou suas coisas, e logo seguiu em direção ao banheiro para tomar um banho.
Ao sair do boxe ele se encarou no espelho.
Tavares era magnífico, querendo ou não ele se preocupava com aparência, mantinha um bom físico e usava boas roupas, com uma mania de sempre usar um boné Baker boy de pelos. Como mafioso, ele era perigoso, observador e cauteloso, e não se importava em colocar a própria vida em risco. Como pessoa, sabia amar, sabia cuidar, sabia rever suas ações, sabia pedir desculpas, coisas que aprendeu ao ter nascido num lar caótico de uma amável mãe e um pai gângster.
Era um desperdício não ter sorte de achar boas mulheres, mas ela jamais mudaria seu estilo de vida por causa disso. Gente ruim existe em todo lugar e boas também.
Com apenas as roupas de baixo, ele saiu a cozinha para preparar o chá.
Voltou ao quarto para se arrumar, colocou uma calça e botas de couro preta e uma blusa azul anil com o símbolo da sua facção em laranja. E por cima um sobretudo preto com detalhes em amarelos, por fim nem arrumou o cabelo, pois colocaria seu chapéu. Voltou e tomou o chá que já estava pronto e esperou seus subordinados aparecerem.
Dez minutos depois, Biel, Felipe e Mateus chegaram para o levar ao leilão.
Ao adentrar a casa, procuram sentar num local alto e mais atrás, geralmente se fazia presente nos leilões de sábado, porém havia, embora relutante, decidido ir hoje, sexta, por curiosidade.
Sentado em seu lugar, a primeira coisa que seus olhos focam é o local onde Louis, o Leonino, estava, seu provável rival, o protagonista e mentor de diversos crimes ousados. O jovem estava acompanhado por apenas duas mulheres, estranhou por não ver o resto do grupo que ele sabia ter o costume de vir nesse dia.
Os itens logo começam a ser leiloados e um acessório chama atenção de Tom, um par de anéis de diamante azul, seu arco era prata e possuía dois pequenos rubis, um de cada lado, não era todo dia que via algo assim, decidido iria tê-las.
Mas a Leonina Mia, era realmente insistente.
Ela o encara com os olhos impertinentes, Tom sorri, porém, observa haver atraído os olhares dos que estavam com ela, a outra mulher o olha indiferente, e o jovem Louis, esse, o olha em seus olhos fixamente, em seguida os fecha enquanto dá um grande sorriso, sincero e brilhante.
Surpreso, isso o fez se desconcertar, devolveu um meio sorriso e rapidamente desviou o olhar, culpando a si mesmo pela reação pífia.
Quem sorri assim de forma tão pura e doce, ao seu rival?
(...)
(...)
Quando acabou a primeira parte do leilão, Tom foi conferir seus novos pertences e na saída vê ao longe uma agitação, um monte de garotas tentavam chamar a atenção de alguém que não podia ser ninguém mais e ninguém menos do que Louis.
Os leoninos eram um grupo que sumiu por dois anos, e tem menos de 3 meses que eles voltaram espalhando o caos. Era comum que atraísse o olhar de quaisquer um e o jovem chefe aparentemente inexperiente era um prato cheio para as mulheres mais velhas.
Não demorou muito e o resto do grupo, isto é, cinco homens apareceram e se juntaram. Eles riam e conversavam alto como se mais nada importasse.
— Chefe?
— Hm. — Diz Tom alheio.
— Chefe!
— Oi? — Diz finalmente ao ter sua atenção voltada para quem o chamava.
— Por que comprou esse par de anéis? — Questionou Biel.
— Ah... — Tavares ficou pensativo. Afinal, por que comprou? — Acho que vou vendê-las...
— Sério? Mas são tão lindas. — As pedras centrais eram escuras num azul-marinho, mas cativava em intenso brilho com o reflexo da luz.
— Não sei bem. — Diz olhando para as mesmas, pensativo.
— Dê para aquela moça.
— Eu já falei que ela era só uma paciente!
— Me perdoe. — Diz ao pedir desculpas.
Tom voltou a caminhar. Cauteloso não queria dá um passo maior que perna, mas agora estava realmente confiante.
E essa é a minha melhor aposta.
— Por que está sorrindo chefe? — Perguntou Gabriel curioso pelo sorriso malicioso do mesmo.
— O brilho da joia. — Diz.
— Os anéis?
— Sim. — Respondeu.
— O que tem? — Sussurrou Matheus para o companheiro.
— Eu não sei, só sei que ela custou mais que o olho da cara, 80 corações! — Sussurrou de volta.
— Pode garantir que essa não é amaldiçoada? — Perguntou Mateus assombrado.
Tavares parou de andar e encarou seu subordinado.
— Não.
E então entrou no carro.
— Como assim?! — Disseram os três, tendo o dobro de cuidado com o par de anéis.
5 milhões foi o preço pago pelos diamantes azuis.
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Atualizado até capítulo 29
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