Surpresa na Biblioteca

A festa de aniversário de Ricardo estava em pleno andamento quando Kira chegou ao chalé da família. A decoração estava impecável, com lanternas de papel iluminando o ambiente e criando uma atmosfera suave e acolhedora. A música ao fundo, uma mistura de clássicos e sucessos atuais, preenchia o ar com uma vibração festiva.

Marina e Isabela estavam no centro da celebração, cumprimentando os convidados e espalhando sorrisos calorosos. Ricardo, o homenageado do dia, estava rodeado de amigos e familiares, recebendo felicitações e abraços. Ao ver Kira, Marina se aproximou com um brilho nos olhos.

— Kira! Que bom que você veio — exclamou Marina, puxando-a para um abraço afetuoso. Logo Isabela também se aproximou e ficou encantada ao vê-la

— Ricardo vai ficar encantado em te ver aqui.

Kira, com um olhar nervoso, mas caloroso, estava vestida com um elegante vestido mídi em um tom de azul marinho.

O vestido, de tecido leve e fluido, tinha um corte clássico que realçava sua figura de forma discreta. A cintura levemente marcada com um cinto fino acentuava sua silhueta, enquanto o decote em V suave adicionava um toque de sofisticação sem exagero.

Para complementar o look, Kira usava um elegante par de saltos altos em tom de prata metálico. O formato clássico e refinado dos sapatos equilibrava o estilo moderno e feminino do vestido, conferindo a Kira uma presença marcante e graciosa na festa.

Seus cabelos estavam soltos em ondas suaves, e ela havia optado por uma maquiagem natural, destacando seus olhos com um toque de delineador e máscara, e seus lábios com um mude sutil.

— Eu também estou feliz por estar aqui, Marina — respondeu Kira, olhando ao redor e admirando a decoração. — A festa está linda.

—Venha quero lhe apresentar meu noivo. Isabella falava quase eufórica olhando ao redor. — Assim que eu o encontras. Ela sorriu.

Alguém chegou perto de Isabela e Kira aproveitou para fugir.

— Aonde a mocinha pensa que vai. Kira foi interrompida por Ricardo.

— Oi meu amigo, feliz aniversário. Kira o abraçou carinhosamente.

— Muito obrigada por vir, você é muito especial para nos, você sabe né? Ricardo a beijou na testa como se fosse uma filha.

— Eu sei, e agradeço muito por isso. Kira respondeu carinhosamente quase engolindo o choro. Pois nunca tivera o carinho de um pai.

Marina se aproximara e abraçou Kira novamente.

Logo Ricardo pegou na mão de marina e a beijou carinhosamente.

— Eu daria o mundo a quem te fizer feliz querida! Ele disse apaixonadamente a ela, enquanto olhava para Kira.

Logo alguns convidaram começaram a se aproximar deles e ficaram conversando por alguns minutos. Ricardo apresentava Kira a todos como se fizesse parte da família.

Enquanto a noite avançava, Kira começou a sentir-se um pouco deslocada entre a multidão animada. A conversa ao redor era animada e cheia de energia, mas ela preferiu se afastar e observar de longe, tentando se ajustar ao clima da festa. Isabela, percebendo a inquietação de Kira, se aproximou com um sorriso reconfortante.

— Kira, você está bem? — Perguntou Isabela, com um toque de preocupação. — Estou muito feliz que tenha vindo.

— Estou bem, só... um pouco cansada. Eu vou dar uma volta para respirar um pouco — disse Kira, tentando não parecer rude.

Você é como a irmã que nuca tive. Ela a abraçou. Se precisar de algo, é só me chamar

Isabela acenou com a cabeça, entendendo a necessidade de espaço de Kira. — Claro, vá em frente. Se precisar de ajuda ou quiser voltar, estarei por aqui.

Kira saiu para o jardim, onde a noite estava mais calma. A brisa fresca e o silêncio do ambiente ofereciam um alívio bem-vindo.

Já eram quase duas da manhã e a energia do povo dentro da casa parecia não diminuir. Ela se acomodou em uma cadeira de ferro forjado, sentindo-se aliviada ao escapar da agitação da festa. Observou as luzes da casa através das janelas e o som distante da música. Observava com alegria algumas situações e sorria sempre que alguém esbarrava em outras pessoas ou pessoas dançando aleatoriamente.

No entanto, enquanto ela tentava relaxar, o frio começou a fazer efeito. O cansaço e o desconforto foram se acumulando, e logo Kira se deitou na cadeira, fechando os olhos para se aquecer um pouco.

O clima estava tão ameno que ela acabou adormecendo sob o céu estrelado.

Quando acordou, o dia já estava clareando. Kira se levantou de um salto ao perceber que estava em um quarto que não reconhecia.

A sensação de estar em um lugar desconhecido a deixou momentaneamente atordoada. Marina entrou no quarto a passos suaves, para não a acordar, e ao ver Kira, surgiu com um sorriso gentil e um olhar carinhoso.

— Bom dia, minha querida. Parece que você teve um boa noite de sono — disse Marina, aproximando-se da cama e beijando-a suavemente na testa.

— Onde estou? — Perguntou Kira, ainda tentando compreender a situação. — Eu estava no jardim...

— Sim, você foi encontrada adormecida no frio por um amigo de Isabela. Ele te trouxe para cá para que você pudesse se aquecer e descansar — explicou Marina. — Você estava tão cansada que não percebeu nada ao redor.

Kira fez uma expressão de alívio misturado com embaraço. — Ah, entendi. Agradeça a ele por mim. E desculpe por causar esse transtorno.

Marina sorriu e fez um gesto para Kira se vestir, apontando para uma pilha de roupas que havia deixado na escrivaninha perto da porta.

— Vista-se e desça para o café da manhã. Não se preocupe com isso. Todos estão ansiosos para te ver.

Marina saiu do quarto, e Kira, agora mais calma, pegou o paletó que a cobria. Sentiu o cheiro do tecido e a envolveu em uma sensação reconfortante de calor e segurança.

Observou o paletó por alguns momentos, apreciando a sensação de conforto que ele proporcionava, antes de se levantar e se preparar para o dia.

Kira seguiu para a sala, mas antes decidiu passar pela biblioteca de Ricardo.

O ambiente era impressionante, com estantes repletas de livros e uma decoração sofisticada. Ela sempre gostava de visitar a casa de Marina para aproveitar um bom livro. Enquanto explorava o espaço, seus pensamentos ainda estavam na noite anterior e na gentileza de quem a ajudou.

Enquanto folheava alguns livros, Kira se virou e viu um homem sentado em uma poltrona no canto da sala. Seu olhar estava fixo nela, e ele parecia surpreso ao encontrá-la ali.

— Olá — disse ele, com um sorriso curioso. — Eu não esperava encontrar ninguém aqui, muito menos você.

Kira, um pouco envergonhada, tentou se recompor. — Desculpe, eu estava explorando. Não sabia que havia alguém aqui.

— Não se preocupe. E você deve ser a Kira, certo? — Disse o homem, levantando-se com um olhar acolhedor.

— Sim, sou eu — confirmou Kira, estendendo a mão para um cumprimento. — Prazer em conhecê-lo.

Antes que pudessem se cumprimentar formalmente, foram interrompidos por Isabela, que chegou animada e abraçou Kira, puxando-a para a cozinha.

— Kira, você está por aqui! Vamos, todos estão esperando por você — disse Isabela, com um sorriso radiante.

Kira, ainda tentando olhar para o estranho na biblioteca, foi puxada por Isabela e se dirigiu para a cozinha, sem ter tempo para uma conversa mais aprofundada com o homem que havia encontrado na biblioteca.

Enquanto se dirigiam para a sala de refeições, encontrou Ricardo e Marina conversando animadamente.

— Bom dia, Kira! — Saudou Ricardo com um sorriso acolhedor. — Espero que tenha descansado bem.

— Sim, muito obrigada, Ricardo — respondeu Kira, com um sorriso genuíno. — O quarto estava maravilhoso e eu agradeço muito a hospitalidade.

Isabela estava ao lado de Ricardo, com uma expressão curiosa.

— Kira, você está mais animada hoje. Fico feliz por isso.

Antes que Kira pudesse continuar a porta se abriu, e um homem entrou, sua presença preenchendo a sala de uma energia silenciosa. Kira o observava através do reflexo à sua frente, hesitando em se virar.

Havia algo nele que despertava um eco de memórias

enterradas, uma familiaridade inquietante que a fazia prender a respiração. Ele caminhava com uma confiança que desafiava o ambiente, e Kira sentiu uma onda de déjà vu arrastá-la.

Os olhos de Kira, azuis e brilhantes, ficaram presos à figura dele. Um turbilhão de emoções e pensamentos a consumia, como se cada passo que ele dava trouxesse à tona sensações que ela tentava suprimir. Sua respiração ficou acelerada, suas mãos tremiam levemente.

— Como ele pode estar aqui, diante de mim? Isso não pode ser real… não depois de tanto tempo — ela sussurrou, o tom de sua voz carregado de choque e uma dor latente, misturada com frustração.

Pedro, intrigado e visivelmente perturbado, observava a reação de Kira com um olhar profundo, quase como se tentasse decifrar cada emoção que ela sentia. Algo nela despertava nele uma memória distante, uma conexão que ele não conseguia explicar.

Era como se uma força invisível o atraísse para mais perto dela, um sentimento que o dominava de maneira inesperada.

— Você parece que vai desmai... — a voz de Pedro era baixa, quase um sussurro, mas carregada de uma suavidade que transmitia um conforto inesperado. Rapidamente Kira sentiu-se com falta de ar, como se uma fraqueza intensa tomava de conta de seu corpo e desabou-se.

Assim que despertou Kira estava um pouco perdida, tentando entender o que estava acontecendo.

— Voce está bem. Uma voz suave e intensa soou em seus ouvidos. Logo ela voltou a si e lembrou do que estava acontecendo

— Acho que sim… — Kira respondeu, a voz trêmula. Ela desviou o olhar, tentando recuperar o controle de si mesma. — Desculpe, eu só me senti um pouco fraca.

Ela tentou se levantar, mas Pedro não permitiu. Seu toque se firmou, e o olhar dele, penetrante e quase possessivo, mantinha-a no lugar. Havia uma intensidade no gesto que a fez sentir-se vulnerável e, ao mesmo tempo, protegida.

— Não, você não vai a lugar algum — a voz de Pedro estava carregada de uma determinação surpreendente. — Não vou deixar você ir. Ainda não.

Um arrepio percorreu a espinha de Pedro ao sentir o perfume suave e profundo que emanava de Kira.

Aquela fragrância parecia despertar algo primal nele, uma necessidade de mantê-la por perto, de entender cada nuance de sua presença. Era um desejo tão visceral que ele mal conseguia controlar.

Isabela, que assistia a tudo com uma expressão de leve preocupação, aproximou-se com cautela. — Kira, você parece um pouco... abalada.

Kira tentou sorrir, mas o esforço era visível. — Acho que é só fraqueza. Não comi nada desde ontem, e isso deve ter causado o desmaio.

Pedro, com o rosto próximo ao de Kira, inclinou-se levemente, o calor de sua presença quase sufocante.

— Tem certeza de que está bem? — Ele perguntou com uma intensidade que fazia o coração dela bater mais forte.

— Se você tentar se levantar de novo, eu mesmo vou levá-la para o quarto — ele continuou, a voz agora baixa, mas autoritária, suas palavras carregadas de um tom sombrio. — E, se for preciso, vou amarrá-la à cama para garantir que você descanse.

A tensão no ar era palpável. Isabela, tentando suavizar o clima, riu ironicamente. — Espero que você não insista em levantar, ou vai acabar amarrada na cama por ele.

Pedro corou com o comentário, o rubor subindo por seu rosto. Ele se afastou um pouco, liberando espaço para que Kira pudesse respirar, mas sem nunca tirar os olhos dela. A intensidade do que sentia o deixava desconcertado, como se estivesse diante de algo que ele não conseguia controlar.

— Desculpem... — ele murmurou, soltando a mão de Kira devagar. — Já que está em boas mãos agora, acho melhor eu me retirar. Se precisarem de algo, é só me chamar.

Kira, ainda perdida em seus pensamentos, observou Pedro se afastar. Algo nele mexia com ela de uma maneira profunda. O toque de suas mãos ainda reverberava em sua pele, o olhar dele continuava presente em sua mente.

Havia um mistério envolvendo aquele homem, uma aura que a atraía de forma irresistível, mesmo que a assustasse.

Já Kira, mesmo com o coração ainda acelerado e a mente confusa, não conseguia evitar o desejo crescente de desvendar quem era realmente aquele homem que, em tão pouco tempo, havia mexido tanto com ela. A intensidade daquele encontro não deixava dúvidas: Pedro não seria alguém fácil de esquecer.

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