Bruno ficou desesperado com a ligação de Pedro.
Como eu vou encontrar um médico essa hora da madrugada? O que aconteceu?
Eu sabia que pra Pedro me pedir isso. Não era nada bom.
Levantei-me rapidamente da cama e procurei em minha agenda o número de uma amiga que trabalhava em um hospital.
-- Oi? Diana? Está aí? Por favor. Alô?
Será que está com problema no telefone. Mas ao fundo deu de escutar buzinas de carro. Então só tem duas opções. Ou atendeu sem perceber. Ou não quer falar comigo. E com toda razão. Vou ter que falar antes que ela desligue.
-- Preciso de ajuda! Por favor fala comigo! Um amigo precisa de ajuda! Só conheço você pra me ajudar agora. É caso de vida ou morte.
-- Do que você está falando Bruno? quem tá precisando de ajuda? Acabei de sair do plantão.
-- Que bom que me atendeu! Eu não sei o que aconteceu, só sei que ele pediu um médico e eu só conheço você.
-- Ok. Como assim? Do que está falando? Respondeu Diana.
A algum tempo eu e diana tivemos um quase relacionamento. Ela uma enfermeira linda e apaixonada pelo que fazia. E eu um advogado cafajeste que só queria curtir todas. E quando ela percebeu isso. Caiu fora. Mas o sexo sempre foi incrível e nunca pensei que fosse sentir tanto sua falta nesse tempo que nos separamos.
Há meses que não falava com ela. Apesar das circunstâncias, ouvir sua voz, fez meu coração acelerar.
-- Por favor Diana! Esse o primeiro e o único favor eu te peço. Falei ao telefone.
-- Ok! Estarei te aguardando. Mas vou querer uma explicação. Respondeu ela. E desligou o telefone.
-- Tudo bem, tudo bem. Respondi. Mesmo sendo interrompido quando a chamada caiu.
Após alguns minutos dirigindo cheguei ao local onde Pedro havia enviado a localização. E mesmo que estivesse vendo, não acreditava que fosse realmente ele daquela forma.
Pedro estava sentado no chão ao lado de uma lixeira. Com a mão na barriga, todo ensanguentado, sua boca e nariz estava sangrando, seu estado realmente era deplorável. Não se via mais o homem belo e robusto outrora era conhecido.
Quando o vi daquela maneira quase enfartei. No mesmo instante parei o carro e saí correndo, deixando-o ligado e com a porta aberta. Imediatamente tentei ver se respirava ainda.
-- Vamos lá amigo acorde! Tentei desesperadamente acordá-lo e quando não deu certo, comecei a da-lhes tapas em seu rosto para que despertasse. vamos amigo por favor acorde, acorde.
Assim que Pedro abriu os olhos respirei tão fundo que meus pulmões chegaram a doer. Estava aliviado.
-- Vamos amigos, vamos. Falei tentando levantá-lo e levá-lo para o carro. Foi quando percebi que mancava da perna esquerda.
Quando consegui colocá-lo no banco do passageiro, levantei sua camisa onde ele colocava a mão, e pude ver o buraco. Tinha certeza que era um buraco de bala. Tirei meu casaco e coloquei em cima e fiz pressão.
-- Precisamos ir amigo, isso tá feio. Falei. E fechei a porta.
Quando entrei no carro vi que Diana me mandou uma localização. Pedro segurou firme em meu pulso direito
-- Sem hospital. Ele falou.
-- Sem problemas, fiz como você pediu. Vou te levar a casa de uma amiga, tenho certeza que ela vai poder de ajudar.
E segui em disparada à casa de Diana. Em 20 minutos já estavam adentrando seu estacionamento.
Durante os quatro meses que estivemos juntos, eu nunca vim a sua casa. Ele sempre foi muito reservada. Quanto a sua vida e profissão. E essa não era uma casa qualquer. Mas esse não era o momento de pensar nisso.
Freei assim que a vi na entrada do estacionamento.
Desci do carro em direção ao banco do passageiro e a chamei, acenando para ela.
Assim que ela se aproximou e viu ela me olhou de uma forma diferente. Nunca tinha visto aquele olhar nela.
Ela rapidamente se aproximou de nós e foi direto em Pedro, abriu seus olhos tentando ver seus reflexos. Checou seu pulso. E quando viu o ferimento.
-- Entre com ele logo. Se apresse, ele perdeu muito sangue e pode ter um choque hipovolêmico a qualquer momento. E saiu em direção a casa.
Coloquei Pedro apoiado sobre os ombros. Quando derrepente ela volta com uma cadeira de rodas. Assim. Do nada.
Não a questionei apenas o coloquei e o levei. Seguindo-a. Aonde quer que ela estivesse indo.
Entramos em um quarto que parecia ser de um adolescente. Ela acendeu a luz. E me mandou deitar ele. E saiu.
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(DIANA)
Depois desse dia, tudo que eu quero é uma cerveja e uma cama. Hoje esse Pronto Socorro estava um caos.
-- Boa noite Dra. Diana.
-- Boa noite querida. Bom plantão. Respondi. Era Isis. Uma enfermeira que era sempre muito simpática com todos. E apesar de ser jovem. Era muito competente em suas atribuições.
O problema era só lembrar onde eu tinha estacionado o carro. Fiquei alguns segundos ali pensando.
-- Dra. Diana. Tudo bem? Perguntou Seu Mário. Um dos guardas do local.
-- Está sim. Respondi sorrindo.
-- Deixa eu adivinhar? Não lembra onde está o carro? O que? Foram cincos dias dessa vez? Ele falou sorrindo.
Sorri também.
-- Quase. Seis dias. Respondi. Rimos juntos.
-- Está ali Dra. Ele falou apontando para minhas costas. Sorridente. Como sempre fora.
-- Obrigado seu Mário. Tenha uma boa noite de trabalho. Sorri e me virei, indo em direção ao carro.
-- Boa noite Dra.
Assim que entrei no carro. Liguei o som. Soltei os cabelos. Liguei o ar-condicionado, e saí. Mas não sem antes dar uma última buzinada para seu Mário. Que apenas assentiu com a mão e o sorriso típico dele.
Após alguns minutos dirigindo. Minha musica foi interrompida. Como de costume não olhei. Apenas atendi normalmente. Mas quando escutei a voz de Bruno. Me tremi e olhei no celular para confirmar o que meu coração já me dizia. E apesar de ter apagado seu numero do telefone. Em minha mente ele ainda estava fixado.
Já passamos horas no telefone. Então eu reconheceria essa voz em qualquer lugar.
Hesitei em respondê-lo. Apenas o escutei.
--Oi? Diana? Está aí? Por favor. Alô?
Continuei calada. Apenas ouvi sua voz me acelerou o coração, pude sentir minha respiração acelerar.
-- Preciso de ajuda! Por favor fala comigo! Um amigo precisa de ajuda! Só conheço você pra me ajudar agora. É caso de vida ou morte.
Quando escutei a palavra vida ou morte, não resisti. E o falei com ele.
Não entendi nada. Mas se alguém precisava de ajuda. Eu ajudaria. Mas só de pensar que ele só me ligou porque alguém está morrendo. Me deu uma raiva. Que por impulso desliguei o telefone em sua cara.
Entrei em casa e arrumei o antigo quarto do meu irmão. Troquei de roupa. Quando estava vestindo uma calça de moletom. Avistei um carro vindo. Desci imediatamente e esperei na entrada do estacionamento.
Quando Bruno desceu. Pela primeira vez percebi um olhar de preocupação e quando ele acenou para mim. Minhas pernas tremeram. Mas ainda assim fui em direção ao carro.
Quando vi o estado que estava aquele homem. Me deu uma raiva misturado com adrenalina. Claro que eu trabalharia em casa também. Porque seis dias de plantão foram pouco. Mas minha raiva maior era querer saber em que problema ele me meteu. E pq nem tava me olhando nos olhos.
Assim que chegaram me aproximei e vi um homem todo ensanguentado. Examinei e mandei que entrasse com ele. E como eu sei que seja lá quem fosse esse homem. Era bem grande. Fui buscar uma cadeira de roda.
Os levei ao quarto e fui buscar materiais. Saí do quarto sem nem olhar para Bruno.
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Deve estar brava comigo. Nem me olhou direito nos olhos. E como pode estar mais linda do que antes. Eu nunca a tinha visto vestida assim. Ela estava tão linda. uma camiseta regata cinza simples. E uma calça moleton preta. E de sandálias. Sorri. Como ela estava linda.
-- Algum pensamento interessante. Ela falou. Levei um susto. Não a vi entrando.
-- Nenhum. Apenas preocupação. Respondi. olhando para Pedro que estava jogado cama.
-- Me ajude a tirar a roupa dele!
Com uma maestria espetacular ela rapidamente cortou suas roupas e limpou a maioria do sangue que estava nele.
-- O que você está procurando? Perguntei. Quando a vi bolando ele de um lado para o outro.
-- O que está fazendo ele entrar em choque! Ela respondeu. Achei!
-- Me ajude a virá-lo.
A ajudei e fiquei perto o suficiente pra sentir sua pele roçando em meu braço.
-- Me passa essa tesoura ai dentro, por favor!
Nem tinha percebido que ela havia voltado com uma caixa. E. Como ela pode ter tudo isso em casa.
-- Aqui! Falei, entregando a ela.
Ela apenas pegou e nem olhou para mim.
-- Seu amigo se divertiu bastante, não foi? Ela perguntou.
--Como? Falei. Mas quando olhei para as costas de Pedro.
-- Superficialmente diria duas ou três costelas quebradas. De cada lado. Essa perfuração que quase o matou. Os cortes superficiais. Nariz quebrado. Posso dizer que a festa foi boa. Disse Diana.
Sem perceber me afastei um dois passos dele e fiquei ali imóvel.
-- Bruno. Você está bem? Ela perguntou.
-- Como uma pessoa chega a esse nível? Perguntei olhando fixamente em seus olhos.
Ela apenas voltou sua atenção a ele e terminou de costurá-lo. Pegou um pano e começou a limpá-lo. Confesso que senti um pouco de inveja.
-- Na minha experiência isso acontece com muita frequência... Ela olhou pra mim.
-- Entre os mafiosos. Ela juntou os panos e o cobriu com um lençol.
Como assim minha experiência? Mafiosos. Mas em que Pedro se envolveu afinal. E afinal quem era aquela mulher ali na minha frente. Só conheci a Diana. Mulher sedutora. Linda. Sorridente. Bondosa. Aquela ali eu não conhecia.
-- Você não me meteu no meio de uma guerra entre mafiosos não neh? Ela falou me olhando nos olhos fixamente. E perto o suficiente pra mim ver seus olhos brilharem.
Ela abaixou os olhos.
-- Ele vai ficar bem. Perdeu muito sangue mas vai se recuperar. Deixe-o descansar. Monitore a temperatura dele. Se passar de 38° me liga.
Ela falou e jogou em meus peitos um aparelho pra verificar a temperatura.
Coloquei minha mão direita em cima da sua. E pude sentir o calor de sua pele. Ela rapidamente recolheu a mão e saiu.
-- Se você não quiser ficar ai no sofá. Tem um quarto ao lado. você também precisa se lavar e descansar.
Com tudo que aconteceu nem percebi que minha camisa estava toda suja de sangue.
-- Obrigada Diana. Falei antes que ela pudesse sair.
-- Não me agradeça ainda! Ela respondeu olhando para Pedro . Saiu e fechou a porta.
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Atualizado até capítulo 47
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