Incoveniente

Uma semana depois. Num belo sábado Kira desperta lá pelas 9 horas da manhã com barulho estranho na cozinha. Ela continua deitada na cama apenas ouvindo e tentando entender se havia alguém conversando ou andando.

Após alguns minutos, não havia nenhuma conversa, apenas barulhos de alguém mexendo nas coisas.

Kira levanta-se lentamente para não fazer barulho e coloca o ouvido na porta tentando escutar algo, quando de repente alguém bate na porta e grita.

-- Sei que está na porta medrosa abre! Era Gina que caia na risada, enquanto batia na porta.

-- Eu vou te matar, quase que tenho um infarto. Disse Kira. Abrindo a porta.

Assim que kira destrancou a porta Gina pulou em seu pescoço e as duas se abraçavam e pulava m.

-- Vamos me conte tudo. Quero saber todos os detalhes. Falava Gina eufórica.

-- Bom dia pra você também, eu tô bem, tá tudo em ordem por aqui. Disse Kira com deboche.

Enquanto Gina sorria alegremente se jogando na cama.

-- Bom dia amigaaaa. Como você está? Está tudo bem por aqui? Pronto! Hora vai. Me conte tudo. Não esqueça dos detalhes. Elas sorriram. Enquanto Kira abria a janela do apartamento.

-- Que cheiro é esse? Isso é Rocambole? Disse Kira. Saindo em direção a cozinha.

-- Claro! Você achou que eu não ia trazer nem um bolinho pra você?

Gina se levanta e vai até Kira. Ela havia passado quase quarenta dias fora de casa. Sentia muita falta de desabafar com alguém. E Kira foi uma irmã que a vida deu pra ela.

Gina observa Kira comendo. E se senta no lado oposto do balcão. Ela se deliciava, parecia que a séculos não comia. Apesar de quer qualquer coisa que tivesse caramelo salgado, ela amava.

-- Nossa isso é a coisa mais perfeita que alguém já fez. Falou Kira, entre uma mastigação e outra.

-- Você e seus gostos. Elas sorriem. Me serve um pouco de chá aí, por favor.

Kira a serve.

-- Mas Gina o que aconteceu que você demorou dessa vez?

Gina ficou alguns segundos em silêncio.

--Minha família é complicada amiga. Você sabe que eu prefiro não te meter nesses assuntos. Gina falou.

A única coisa que Kira sabe é que a família dela tem dinheiro. De resto ela não sabe nada.

Quando elas se conheceram Kira estava saindo da casa de apoio que ela cresceu. Foi um carinho a primeira vista. Parecia que eram irmãs de alma.

Um dia elas estavam em um bar se divertindo, quando Kira observou que alguém colocou algo na bebida dela. Então ela se aproximou devagar dela e enquanto elas dançavam Kira falou contou o que viu.

Imediatamente ela deixou a bebida no balcão e segurou a mão de Kira e saíram de lá as pressas.

Kira não entendeu nada. Mas a seguiu. De alguma forma ela sabia que podia confiar nela.

Quando chegaram no apartamento dela. Gina a convidou para entrar.

Kira ficara deslumbrada em como era grande e elegante seu apartamento. Depois de Gina servir um vinho para ambas, ela se apresentou e conversaram por horas.

Depois disso elas se encontram algumas vezes até que Gina a convidou para morar com ela. Kira relutou. Mas no fim acabou aceitando. Com a condição de ajudar no aluguel. Ela só não contava que era alto o valor.

Mas como ela ainda conseguia se manter no restaurante em que trabalhava era tranquilo.

Mas depois que fora mandada embora por não aceitar os assédios do filho da dona. Ficou mais complicado.

Mas Gina nunca a abandonaria. Inclusive lhe ajudava e dizia sempre que ela não precisava se preocupar com nada.

Depois de algum tempo Gina a contou que a família dela tinha posses. E que ela não precisava se incomodar com o aluguel, se ela conseguisse bem, se não, não teria problema.

Ainda assim Kira insistia em pagar o aluguel. O que faz com que Gina a admirasse mais ainda.

Mas ela nunca contava nada. Apenas que algumas vezes precisava de afastar para reunião da família. E que sempre ficava alguns dias fora. Mas dessa vez passara mais de um mês fora.

-- Mudando de assunto. Me conta. Agora é sério. Como foi? O que aconteceu? Perguntou Gina.

-- Você não tem jeito neh? Bom. Já que não tenho outra opção. Disse Kira. Sentando-se em frente a ela.

Kira a contou tudo.

Quase meia hora de conversa. As duas acabaram o assunto no sofá. Tomando chá.

Gina estava impressionada. Parecia que acabara de assistir a cena de um filme.

-- Amiga! Sua noite foi mais agitada que esses dias com minha família.

-- Pois é!

-- Mas e aí. O que você disse a ela?

-- Na verdade eu achei ela bem estranha. Ela insinuou algumas coisas do tipo que ela não tinha opção.

-- Como assim?

-- Também não entendi nada! Mas quando perguntei de novo. Ela desconversou. Vai ver que ela não queria falar nada mesmo.

Enquanto as duas conversavam o telefone de Gina toca.

Ela se afasta e vejo ela discutir ao telefone.

Após alguns minutos ela volta, se joga no sofá e bebe todo copo de vinho que estava no centro de mesa.

-- Precisamos sair hoje a noite. Gina falou.

-- Ah não! Vou sair não, estou sem coragem e nem tomei banho ainda. Respondeu Kira. Levantando-se.

Gina sorriu.

O telefone de Gina toca e ao mesmo tempo a campainha.

Kira está na cozinha e vai em direção a porta.

Mas antes que ela abra, Gina vai em direção a ela e a puxa pelo braço com intensidade e a sai arrastando pela sala até o quarto dela.

-- O que está acontecendo? Como eles me encontraram? Falava Gina aflita ao telefone.

-- O que é isso Gina? Como assim? Quem é?

--Vamos rápido puxa o sofá. Gritava Gina. havia vozes no corredor. E começaram a tentar derrubar a porta.

Gina me puxou pela mão e saímos correndo para o meu quarto, que era o mais distante da porta da sala. Não tínhamos como sair. estávamos no 5° andar.

Gina continuou falando com alguém ao telefone. Eu não entendi bulhufas do que ela falava.

Derrepente começamos a escutar gritos e som de coisas quebrando. A porta já tinha ido de ralo. O coração que já estava acelerado, dava sinais que ia sair pela boca.

Gina parecia nervosa, mas parecia que aquilo não era muita surpresa.

Me joguei no chão, bem no canto da parede ao lado da minha cama. Eu não conseguia respirar. Minhas mãos tremiam e meu coração pulava como nunca antes.

-- Droga! Kira o que vc tem? Se acalme pelo amor de Deus. murmurava ela tentando me acalmar.

Não podia crer que eu estava tendo uma crise de ansiedade! Parece que aquela noite trouxe suas sequelas.

Após alguns minutos ficou tudo em silêncio. E eu já tinha me acalmado um pouco. Quando derrepente alguém bate na porta.

Gina e eu gritamos simultâneamente.

-- Acalmem-se senhoritas. Sou eu Diogo.

Diogo? Como assim? O primo de Gina.

-- Graças a Deus! Murmurou Gina e se levantou, me levando junto.

-- Mas que p***a foi essa Diogo? Gina claramente estava muito brava.

-- Desculpe senhorita. Mas não sabíamos disso!

-- Então pra que, que o meu pai paga a sua empresa. Que tipo de segurança e informações vocês tem.

Nossa eu até tentava entender o que estava acontecendo ali. Pq Gina estava falando assim. Eu nunca a vi sendo grossa com uma formiga.

-- Senhorita, assim que fomos informados rapidamente ligamos pra você. E viemos o mais rápido que pudemos.

-- Não interessa. Agora vai começar tudo de novo. Porcaria.

-- Acho que tá na hora de revisar novamente o conselho de seu pai. Disse Diogo.

-- Eu sei Diogo! Me desculpe pela forma que falei. Gina já estava mais calma.

-- Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui! Falei olhando para eles.

Acho que eles esqueceram que eu estava ali. Rapidamente se olharam e Diogo fez menção de vir em minha direção, mas Gina o impediu.

-- Deixa que eu resolvo. Eu vou conversar com ela! Resolva essa bagunça. Ele apenas assentiu com a cabeça e se afastou.

Pude ver pelo pequeno espaço entre eles que havia homens armados. Diferente de Diogo. Eles estavam com roupas especiais, com máscara ninjas e armas que eu não tinha visto antes na vida. E sim! Com toda certeza do mundo 0havia homens mortos no chão.

E o mais incrível é que não escutamos nenhum barulho de tiro.

-- Não olhe amiga. Disse Gina. Esticando a mão para que eu a acompanhasse até a cama. E fechando a porta atrás de si.

-- O que foi isso Gina? Quem é você afinal?

-- Senta. Vou te contar tudo, com muita calma. Por favor, só me escute.

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