Amizades Distintas

Quando o capitão parou seu carro em frente a escola, para a surpresa de Jess, suas três amigas e Frederico estavam no portão, junto de Billy. Ela agradeceu pela carona, mas ele sequer a respondeu, muito menos esperou ela ter fechado a porta direito para já acelerar seu carro e sair. Sua melhor amiga correu em sua direção, dando um forte abraço.

- Quem era aquele do carrão? - Perguntou Mary jogando seus cabelos ruivos, olhando na direção em que o Ivancov havia saído.

- Era aquele capitão de polícia.

- E como foi lá? - Perguntou Tamar enquanto Rainbow a soltava de seu caloroso abraço.

- Foi melancólico e triste, e a mãe dele estava lá, nós conversamos um pouco, isso foi bom para nós duas.

- Vamos entrem logo, crianças! - Disse Billy as empurrando para dentro e fechando o portão, havia passado todo o tempo desde o término da aula tentando colocar os quatro para dentro.

- Ainda bem que você voltou bem, Jéssica. - Falou Frederico ajeitando os óculos no rosto. - Separei todo o conteúdo das aulas que você perdeu, amanhã teremos uma aula prática, acho bom você descansar para estar física e psicologicamente bem.

- Da um tempo quatro olhos, deixa ela respirar. - Falou Tamar lhe dando um soco de leve no ombro.

- Mas ela teve a pior nota na primeira aula prática, ela precisa recuperar nessa que vira.

- Cala a boca, quatro olhos! - Repetiu ela novamente, desta vez dando um soco um pouco mais forte e o revirando os olhos, ele era tão certinho e preocupado que as vezes isso a irritava e claro, a falta de tato com sua amiga a fazia querer socar mais forte ainda.

Ao voltarem para os dormitórios, quase todos vieram ver como Jess estava e fazer dúzias de perguntas, os únicos que não haviam vindo eram Gal, Aiko e Marie, o primeiro a notar isso foi Frederico que prezava muito pela união da turma e por isso resolveu ir atrás deles. Sua busca acabou ao abrir a porta que dava para a cozinha, Marie estava sentada na bancada lendo uma revista enquanto mexia numa mecha de seus cabelos loiros e encaracolados, que lembravam a Marilyn Moore, enquanto que a garota asiática lavava as louças, já que era sua escala na limpeza. Ele passou direto pela garota sentada, mas sentiu um puxão em sua camisa, ao se virar, ela apenas balançou a cabeça de forma negativa.

- O que foi? Eu vou falar com sua amiga.

- Ela foi para casa esse fim de semana e voltou meio neurótica, acho melhor não.

- Vai ser apenas uma conversa, fica tranquila.

Ele soltou sua mão que segurava sua camisa e foi até Aiko, reparando que ela lavava a louça de uma forma extremamente agressiva, algo estava claramente errado com ela.

- Tudo bem? - Disse ele pegando um pano para lhe ajudar secando a louça, o olhar que ele recebeu daquela menina o fez soltar ele na mesma hora e dar alguns passos para trás, ela parecia estar mergulhada em puro ódio. - Eu só queria bater um papo, a Jéssica voltou.

Ela quebrou o copo em sua mão ao ouvir o que ele disse, o que assustou Frederico e fez Marie se levantar e correr até os dois, puxando sua amiga pelo braço.

- Como se eu quisesse saber daquela ratinha fracassada. O lugar dela não é aqui e ela sabe disso.

- Por que você não gosta dela? - Por que alguém gostaria dela é a pergunta que Aiko se fazia toda vez que via as pessoas ao redor dela, alguém destinada ao fracasso cobrindo o que era com sorrisos, buscando fazer os demais sentirem pena de si, era tudo que Jess sabia fazer. Ela sequer se deu ao trabalho de lhe responder e subiu as escadas bufando com sua amiga a seguindo, envergonhada de suas atitudes.

Ela já estava acostumada com os acessos de raiva que sua melhor amiga tinha, mas isso estava começando a lhe deixar incomodada, pois também queria fazer amizades com os novos colegas e se enturmar com os demais, mas tendo que manter um pitbull na coleira, que era como os garotos estavam se referindo a elas agora, ficava muito difícil.

Ao voltar da sala, decepcionado por ter fracassado em fazer as duas se enturmar com o resto do pessoal, Frederico chegou no exato momento em que Tamar tentava dar um mata leão em Richard, que tinha quase duas vezes o seu tamanho, o garoto não conseguia parar de rir ao ver como ela ficava brava ao dizerem que ela e Ben eram um casal perfeito até mesmo no tamanho e por incrível que pareça, o que a deixava zangada era alguém dizer que ela tinha o mesmo tamanho que ele, pois a menina jurava que era dois dedos maior que ele, apesar de não deixar ninguém medir para confirmar se era verdade ou não.

- A Tata e ele não são um casal perfeito. - Falou Mary olhando para os dois.

- E o que você sabe sobre casais perfeitos? - Perguntou Madeline que estava sentada no chão, com as costas apoiadas em Absalom, que por sua vez, mexia em seu celular e deu ênfase na fala de sua amiga, "É, o que você sabe sobre casais perfeitos", disse como se fosse uma segunda voz dela, nada interessado naquilo, os dois pareciam ser tão próximos quanto Manu e Jess, Aiko e Marie, talvez até mais que as duas últimas, que se conheciam a anos mas tinham começado a se afastar desde que haviam entrado na Coração Valente.

- Eu sou uma verdadeira especialista no amor, sei se duas pessoas vão dar certo apenas ao olhar para elas. Não consigo provar que o super grito da minha família é uma peculiaridade secundária e esse é meu verdadeiro dom genético.

- Não existe registro na história de alguém ter duas peculiaridades. - Falou Frederico e Jess confirmou sua informação, os dois eram os mais inteligentes da turma, o único que poderia os superar nisso era Shira, mas sua preguiça o impedia de usar seu intelecto para algo produtivo.

- Por isso que não consigo provar, ninguém acredita, mas isso é verdade.

- E com quem essa tampinha faria um par perfeito? - Perguntou Richard, já livre do ataque furioso da menina das roupas rasgadas e largas. Mary levantou uma sobrancelha e olhou na direção de Shira que estava deitado com as mãos atrás da cabeça, apenas ouvindo a conversa, ao ver uma pequena risadinha se formar nos lábios dela, Tamar saltou apontando o dedo.

- Não ouse, Mary Brown, em dizer tamanha atrocidade.

Apenas Richard havia e ela haviam notado para quem o rosto de Mary havia se voltado e o garoto começou a gargalhar novamente, mas ao invés de um acesso de raiva agressiva, como normalmente ela tinha, Tamar apenas corou e se sentou ao lado dele, levando as mãos ao rosto, parecendo um pouco desanimada.

- Qual foi, não é tão engraçado assim, posso não ser gostosa e bem vestida como a Manu ou a Mary, mas não significa que você precise rir da ideia de alguém querer me namorar.

- Não pega pilha, Tata. - Falou ele bagunçando seus cabelos, segurando a risada, depois de Ben, ela era a pessoa com quem ele melhor estava dando, seu jeito despojado sempre o fazia dar boas risadas.

- Eu pretendo ser o cúpido da fama, vou juntar cantores e atores, deixando minha marca em Hollywood.

- Mas seu objetivo não é ser uma grande super heroína? - Perguntou Jess, que estava todo esse tempo cochichando com Emanuelle, sentadas juntas numa poltrona que deveria ser para apenas uma pessoa.

- Acorda amiga! Mary Brown dando sua vida para proteger os fracos e oprimidos? Estou me formando aqui apenas para incrementar meu nome com o glamour da Coração Valente. Toda a parte nobre eu deixo para você.

- Eu também estou me perguntando como fomos ser amigas de alguém tão fútil e superficial. - Falou Tamar de uma forma pensativa e irônica, Mary se levantou e jogou os cabelos, como sempre fazia.

- Vocês deveriam me agradecer por ser amiga de vocês, meu brilho que tem clareado suas vidas nessa acadêmia.

- Menos Mary, bem menos. - Falou Rainbow.

- A única coisa que brilha mais que eu é só seus olhos todos apaixonadinhos. - Ela disse de forma provocativa para a amiga, aproveitando o momento de brincadeiras e descontração para dizer algo que ela havia notado a alguns dias, o cabelo de Manu ficou verde e usando seus poderes, ela projetou uma uma forma que lembrava um pedaço de pano, que ela usou para fechar a boca de Mary.

- Que história é essa de apaixonadinha? - Perguntou Jess surpresa, que a está altura já considerava Manu como sua melhor amiga e acreditava que ela lhe contaria se realmente estivesse apaixonada por alguém.

- Não acredite nas palavras de uma ruiva, já dizia minha mãezinha. - Interviu Tamar, achando que ela apenas havia dito aquilo para mexer com Manu também, assim como insinuar que ela seria um par perfeito com aquele garoto preguiçoso.

- É, não ouça essa doida, Jessita.

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Comments

Lágrimas

Lágrimas

Obrigado Mary por perceber, tava ruim ninguém notando

2023-05-20

0

Lágrimas

Lágrimas

Kkkkkk essa Mary é uma figura

2023-05-20

0

Higanbana

Higanbana

Jessita, Tamis, Tata, Manu Hahahahah

2023-01-23

0

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