Antigas Inimigas

Quando finalmente foram liberados por Gregory já era o fim da tarde, a primeira impressão que ele havia lhes passado era de ser alguém casca grossa e muito rígido, pois também havia lhes ordenado que fizessem uma escala de faxina em seus dormitórios e que lhe fosse entregue no primeiro dia de aula. Quem mais achou essa idéia uma abominação foi Mary, que jamais havia limpado algo em sua vida antes.

O professor apenas lhes mostrou o prédio de seus dormitórios e os deixou ali, sem explicar ou fazer a divisão, de forma que eles tiveram de se organizar por si próprios, escolhendo os quartos, que eram individuais, conforme os gostos.

Mas apesar do primeiro dia ter sido cansativo, eles ainda tiveram energia o suficiente para se maravilhar com a instalação que mesmo se tratando de um simples dormitório, possuía uma enorme cozinha, diversos banheiros, uma grande sala de estar, academia e o que eles mais gostaram; Uma sala de lazer imensa, com diversas opções que agradavam a qualquer gosto.

- E eu achando que vim pra estudar, eu é numa colônia de férias! - Gritou Marcelo a todos pulmões, correndo para dentro da sala. Ele era um garoto alto e moreno com o cabelo Black Power.

As três garotas que já haviam feito amizade entre si se afastaram do grande grupo, indo para o canto.

- Vocês já se conheciam, é? - Perguntou Tamar para as duas, enquanto roía uma de suas unhas, retirando ainda mais o esmalte.

- Nós estudamos juntas. - Falou Rainbow.

- Aí, maneirão.

Diferente das duas, Jess estava absorta em seus próprios pensamentos, notando como era fácil para ela manter suas sensações sobre controle na presença de Manu, mas seus devaneios foram interrompidos por duas garotas que se aproximaram do grupinho, as valentonas, Aiko e Marie.

- Não sei como uma ratinha igual você entrou aqui, fala sério, porra! Um dia vou descobrir o que você fez pra entrar.

- Cala a boca, Aiko! - Falou Manu tomando a frente e encarando ela olho no olho, os outros alunos ficaram observando quietos, era o primeiro dia de aula e os ânimos já estavam a flor da pele, o único que se dispôs a separar foi Frederico, um garoto alto que usava óculos.

- Com licença garotas, acredito que nós, alunos, não devemos brigar entre nós.

- É um pior que o outro. Vou me formar como a número um fácil, e para você, Rainbow, saiba que não vou ficar mais atrás de você, vou te superar. A partir de hoje, somos rivais.

Ela jogou os cabelos e se virou, caminhando de forma soberba, enquanto que sua melhor amiga, Marie, ficou quieta o tempo todo, apenas dando de ombro e a seguindo.

- Meninas, essa garota é pior que cartão de crédito com limite. - A garota ruiva das malas colocou sua cabeça entre o ombro de Jess e Manu. - E obrigada, menina punk, por ter me ajudado com as malas.

- Menina punk? - Perguntou Emanuelle rindo.

- Você não é punk? Achei que era, por conta do cabelo, sabe.

- Eu não, mas pode me chamar de Rainbow. - Falou dando uma piscada para ela.

Enquanto subia as escadas rumo ao dormitório, para arrumar suas coisas, Aiko e Marie passaram por um garoto que estava sentado na mesma, com os braços em volta do joelho. Ele parecia observar todos com os olhos arregalados, estava usando capuz e sua blusa era preta, normalmente as garotas não lhe dariam atenção alguma, mas ele segurou o pé de Aiko enquanto ela passava, aquilo a assustou num primeiro momento e a fez recuar um lance de escadas.

- Que isso garoto? - Perguntou indignada com a atitude estranha dele segurar seu pé.

- Você disse que vai ser a número um aqui. - Ele levantou a cabeça na direção das duas, ele era pálido e tinha fundas olheiras. - Mas você não vai. Eu serei. Você está sendo motivada pelo ódio, mas seu ódio é muito fraco.

- Eu hein, garoto esquisito. Esse ano entrou só os retardados, ao que parece. - Ela bufou e o ignorou, continuando a subir as escadas.

As coisas estavam saindo muito melhores do que Jess havia imaginado, tinha medo de que não fosse fazer nenhum amigo além de Rainbow, e levando a rejeição que todos tinham para ela também, mas o que aconteceu foi o completo oposto, tanto Tamar, quanto Mary, haviam se mostrado duas garotas amáveis e divertidas, cada uma a sua maneira e peculiaridade, formando mais companheiras ali do que já havia feito em toda sua vida.

Enquanto as garotas conversavam, James, o garoto que havia lhe ajudado com as malas mais cedo, se aproximou do grupinho.

- Posso te seguir no insta? - Perguntou ele para Jess, enquanto a rodinha se abria para ele. As garotas se olharam surpresas e começaram a cochichar baixo entre si, deixando a amiga vermelha e constrangida, sem saber como agir.

- Claro que pode. - Falou baixinho abaixando a cabeça. Ele loiro e bonito, com seu perfil atlético, ela não entendia o que ele poderia querer com alguém sem graça e simples como ela.

- A gente estava indo comer algo aqui por perto, por que não vem com a gente? - Diferente de Jess, Mary estava muito acostumada a lidar com esse tipo de situação, ela decidiu lhe ajudar, já que ela estava vermelha de vergonha.

- A gente tá indo? Eu nem grana tenho, vou passar. - Falou Tamar levando as mãos no bolso.

- Eu pago. - Disse Mary, por mais que ela não gostasse que pagassem as coisas para ela, como era a primeira coisa que as meninas fariam juntas, ela não quis ficar de fora e aceitou. Já Emanuelle, fez um bico e concordou em ir junto, não gostando muito da ideia.

Havia um bar de música ao vivo próximo a escola, que Mary conhecia bem e decidiu as levar até lá. Durante o trajeto, as três meninas sempre andavam a frente, deixando Jess e James sozinhos atrás, para poderem conversar melhor.

Eles pegaram uma das mesas circulares do local, com os dois se sentando bem próximos, um ao lado do outro.

Era um local muito refinado e bem decorado, com tudo detalhado a madeira e bem lustrado, diferente dos bares que Tamar conhecia e o que mais lhe chamou a atenção era a música ao vivo, uma mulher negra e baixa que usava um vestido amarelo larga cantava no pequeno palco, sua voz era maravilhosa e parecia alguém boa demais para estar cantando num pequeno bar, aquilo havia realmente maravilhado a menina que prestava mais atenção no show do que na conversa.

- Você canta, Tamar? - Perguntou Mary curiosa, vendo fascínio com que ela olhava a cantora.

- Pra caralho. Meu sonho era virar uma super estrela do rock.

- E por que você não sobe lá e da um show para nós?

- Você tá doida.

Ela tentou convencer a colega a pedir licença para cantar algo e por mais que quisesse muito, ela recusou e se mostrou firme na decisão. Quem pareceu mais apática durante todo momento foi Emanuelle, que dava uma ou outra resposta quando lhe era perguntado algo.

Já com os dois adolescentes as coisas estavam indo bem demais, James era divertido e sabia como encantar uma garota, e Jess que jamais havia tido qualquer interesse romântico voltado para si, estava totalmente boba com a situação.

Quando ele tocou sua perna no meio da conversa, um arrepio subiu por toda sua espinha, ninguém nunca havia lhe tocado tão intimamente, os hormônios adolescentes estavam pegando fogo dentro dela, ela demonstrou não se importar com o toque, mas por dentro ela implorava para que ele repetisse, ele era o primeiro garoto que não a olhava com desprezo e deboche e apenas isso, já havia encantado ela que era inexperiente e ingênua.

Ao ver que ela reagiu com um sorriso involuntário ao seu toque, ele manteve sua mão sobre sua coxa durante o resto da conversa, as vezes descendo até seu joelho, lhe acariciando de leve, mas com respeito, sempre atento a como ela reagia, e a cada movimento de sua mão, ela tentava disfarçar mas sua inexperiência jogava contra ela e de forma involuntária, ela dava muitos suspiros.

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Comments

Lágrimas

Lágrimas

Perdão, mas eu não tenho cabeça pra ler gente hetero flertando...

2023-05-20

0

Lágrimas

Lágrimas

Endoidou rapaz?? Que intimidade toda é essa? Tem gosto de ser duas caras

2023-05-20

0

Lágrimas

Lágrimas

Jesme, o nome do ship que eu nunca irei shippar🙏

2023-05-20

0

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