Ela usa tênis brancos nos pés, provavelmente pronta para correr.
Seus longos cabelos estão presos em um rabo de cavalo alto, e o penteado a faz parecer ainda mais jovem. A garota já está quase na maioridade. A culpa me atormenta a consciência, mas só por um instante.
Lembro a mim mesma que isso me é devido. Ela é minha retribuição. Minha vingança.
Vou até o pequeno armário dela, surpresa ao encontrar cada item cuidadosamente guardado em pequenas caixas de plástico etiquetadas com sua letra perfeita. Pego uma mochila vazia de um gancho no fundo do armário e jogo na cama dela. "Arrume suas coisas. Você vai para casa comigo."
Seus olhos se dirigem para a mancha d'água sobre sua cabeça. "Esta é a minha casa."
Balanço a cabeça. "Não mais."
"Lar é onde sua família está", argumenta ela. Erguendo o queixo, ela diz: "Onde quer que você me leve, não vou chamar de lar."
"Pare de falar e faça as malas", exijo. "Agora."
Minhas palavras a fazem tremer visivelmente.
Afasto-me do armário e vou até a janela para dar espaço a ela para guardar suas coisas. Ela pega a mala, virando-se de costas para mim enquanto abre a pequena cômoda ao lado da cama. De cima da cômoda, ela tira pilhas organizadas de roupas íntimas, a peça essencial do guarda-roupa adolescente: moletons com capuz e uma nécessaire de tecido macio, guardando tudo na mala.
Ela se move até o armário com a graça de uma dançarina. Observando as caixas, escolhe alguns itens, atravessa o cômodo, coloca-os na bolsa e fecha o zíper. Ela fica ali, observando o ambiente por um instante. Então, olha para a mochila e suspira.
Por fim, ela olha para mim. "Estou pronta."
"Onde está seu casaco?", pergunto. "É final de novembro."
Ela dá de ombros. "Eu nunca uso casaco."
"Pegue um", eu digo.
Ela me olha. "Você não está usando."
Senhor, dá-me paciência. É assim que se sente a paternidade? Levanto uma sobrancelha para o alto.
Voltando ao armário, ela pega uma jaqueta bomber verde-escura na parte de trás da porta. Ela enfia os braços nas mangas e enfia as mãos nos bolsos.
Parada no centro da sala, ela me encara. "Feliz?"
"Nunca", eu digo. "Mas pelo menos você estará aquecido." Estamos ficando sem tempo. A família dela voltará em breve. "Vamos indo."
Ela não se move. Em vez disso, permanece imóvel onde está, me interrogando. "E a faculdade? Ainda tenho um semestre até a formatura. E meu emprego. Estou no turno da tarde o resto da semana. Eles estarão me esperando."
“Você já está preparado para terminar a escola online.”
"Talvez não seja tão ruim assim", ela murmura. "E o trabalho?"
"Minha esposa só vai trabalhar se quiser, e não será em uma rede de fast-food. Eu cuido disso."
Ela olha para o topo dos tênis por um instante. Por fim, diz: "Você fez tantas exigências". Ela me olha nos olhos, com a voz mais firme agora. "Tenho uma para você."
Sustentando o olhar dela, abaixo o tom de voz. "Você não pode fazer exigências."
...Haze...
Todos os adolescentes são tão problemáticos? Ela não entende hierarquia?
Ela ousa até mesmo dizer a palavra “exigência” para mim…
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Atualizado até capítulo 89
Comments
Ana Vitória Zanatto
É Haze ela é rebelde, vc vai sofrer um pouquinho, e talvez as enrascada que ela pode te colocar sem saber 🌹🌹🌹
2025-04-12
1
Mavia Dantas
/Angry/ /Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/
2025-04-13
1