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Estendo a mão para o botão de chamada, mas erro o alvo quando o carro freia bruscamente. O impulso nos joga para a frente, contra os cintos de segurança, e depois recuamos bruscamente. Nossas cabeças batem nos encostos de cabeça. O carro finalmente para completamente. Sacudo o barulho e meu único pensamento é o bem-estar dela.

Estendo a mão para ela. "Você está bem? Está machucada?"

"Sim. Quer dizer, não." Ela balança a cabeça. "Não estou machucada. Estou bem." Nossa parada abrupta a abala, mas ela mantém a compostura.

Aperto o botão e chamo Nico pelo interfone: "Que diabos foi isso?"

Uma voz estridente de mulher com forte sotaque italiano surge no alto-falante, acompanhada pela calma de Nico. "Signora, por favor, afaste-se do veículo", ele diz.

Sua voz está mais próxima e inconfundível agora, enquanto ela grita para Nico. "Diga a ele que estou aqui. Agora mesmo!"

Um gelo percorre minhas veias. Afasto o dedo do botão. "Droga." A raiva borbulha dentro de mim. Não acredito que ela esteja fazendo esse tipo de coisa. De novo. Liam me disse que eu precisava ficar de olho nela, mas não achei que tivesse saído do controle.

"Quem era aquele com o seu motorista?" Ela olha de mim para a janela e depois para mim. "O que está acontecendo?"

"Nada. Está tudo bem." Solto o cinto de segurança e agarro a maçaneta, trocando olhares com ela. "Fique aqui. Não se mexa."

"Ok..." Sua respiração fica rápida, claramente agitada.

Agarro a mão dela. "Prometa que vai ficar aqui."

"Eu vou." Ela concorda.

Aperto a mão dela em advertência, ou talvez esteja oferecendo conforto; não tenho certeza.

"Fique aqui!" Saio correndo do carro, fechando a porta atrás de mim com Ophelia em segurança lá dentro. Corro para a frente do veículo para ajudar Nico. Ele está parado junto ao capô do Alfa, com a porta do motorista escancarada. Ainda não sacou a arma, mas está com a mão na cintura, pronta.

Ela está parada ali, sob os faróis, o Porsche Macan vermelho e reluzente que comprei para ela estacionado inclinado sobre o centro da rua. Uma série de palavrões em italiano escapa de seus lábios vermelhos enquanto ela passa as mãos pelas laterais do casaco de lã cinza-claro. "Cadê ELEEEEEEE!"

Porra. Bianca, minha ex.

A mulher que me fez renunciar a todos os relacionamentos românticos que durassem mais que o brilho do sexo.

"Bianca." Minha voz estrondosa a desperta do grito agudo. "O que você quer?"

"Harrison! Aí está você." Ao ver meu rosto, o dela se desmancha em uma massa desfigurada. Soluços enormes abalaram seu corpo enquanto ela gemia. "Por que você não atende nenhuma das minhas ligações?"

Ela corre até mim, mas Nico estica o braço, que parece um tronco de árvore, e a envolve pela cintura, impedindo-a. "Niiiicooooo! Por favor! Deixe-me vê-lo." Ela crava as unhas vermelhas e lascadas no antebraço dele, que felizmente está protegido pela jaqueta de couro preta.

"Que diabos você está fazendo? Você poderia ter causado um acidente. Como você sabia que eu estava nesta estrada?" Um arrepio percorre minha espinha. "Você andou me seguindo de novo?"

"Que escolha eu tenho? Amore mio? Meu amor...", ela grita.

“Não me chame de seu amor”, eu aviso.

"Harrison. Vem cá." Ela estende a mão para mim.

Ouvi dizer que ela tentou comprar uma arma recentemente. Nós a impedimos. Mesmo assim, não quero arriscar. Examino suas mãos em busca de uma arma. Felizmente, estão vazias.

Um uivo animalesco se ergue dela. "Como você pode dizer isso? Depois de tudo que passamos? E o bebê... nosso precioso bebê."

De novo, não. Um gemido ecoa tão fundo em mim que o sinto nos dedos dos pés. Passando a mão pelos cabelos, cerro o maxilar. Não há nenhuma resposta civilizada ao que ela acabou de dizer.

Uma voz nova e mais jovem se junta à conversa atrás de mim. "Bebê? Que bebê? Quem é essa mulher?"

Ofélia.

"Diga que NÃO é a sua voz que eu ouço, Ophelia." Droga. Eu não devia ter usado o nome dela na frente da Bianca. Quero me virar e encarar a Ophelia, mas não consigo. Mantenho o olhar fixo em Bianca, para garantir que ela não faça nenhum movimento brusco.

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