Capítulo 15

Maxwell...

Ontem fiquei sem jeito com o rumo da conversa com Heloíse, então acabei fugindo. Espero que ela não tenha percebido como me desestabiliza.

Fiquei apreensivo com a visita de Heloíse, conversei com Lucas e ele ficou a manhã toda agitado. Acabei me arrependendo, pois sei que ele não gosta muito de visitas. No entanto, quando Heloíse chegou em casa, me surpreendi em como Lucas se acalmou e foi receptivo, óbvio que a maneira dele.

Eu e Sarah, fomos pegos de surpresa, Lucas nunca havia tratado ninguém assim sem conhecer direito.

Heloíse foi muito carinhosa e a verdade é apenas uma, quando tratam os nossos filhos bem é como se estivessem nos tratando bem.

Lucas tem a sua rotina estabelecida e dentre ela está lavar as mãos antes do almoço e levou Heloíse com ele, para lavarem as mãos.

— Caramba, Heloíse conquistou o filho tanto quanto o pai! — sussurrou Sarah em meu ouvido.

Olhei em repreensão para ela que sorriu.

— Não fale bobagens!

— A quem você quer enganar, Max? Dá para notar o jeito que olha para Heloíse!

— Shiii! — digo percebendo que Heloíse e Lucas estão voltando.

O almoço foi tranquilo com conversas animadas e descontraídas, até Sarah dizer:

— Por que não leva a Heloíse para conhecer a fazenda, mano?

Acabei engasgando com a comida, dei um gole na água, em seguida, olhei para Sarah a repreendendo.

— Não quero dar trabalho para o seu irmão! — diz docemente e acabo me sentindo mal.

Não é que eu não queira, mas sei qual é a intenção de Sarah e temo que acabe cometendo uma loucura, estando sozinho com Heloíse.

— Se quiser conhecer a fazenda, faço questão de te mostrar tudo!

— Acho melhor eu ir embora...

— Por favor, não vai não! — antecipo, com meu coração apertado. — Vamos aproveitar o dia!

— Está bem!

Após a deliciosa sobremesa, nos acomodamos no sofá, enquanto Lucas assistia seu desenho favorito. Ele sentou-se ao lado de Heloíse e pela primeira vez na vida, meu coração ficou quentinho.

Assim que a comida abaixou, eu e Heloíse fomos até o estábulo. Celei os cavalos montamos saindo do estábulo.

Iniciamos o passeio, e o som suave das patas dos cavalos contra o solo macio é como uma melodia que acompanha a atmosfera tranquila do campo.

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Heloíse...

Tive a impressão de que a minha presença, estava incomodando Max, mas no fim ele insistiu para me levar para conhecer a fazenda e aceitei.

À medida que avançamos, Max, aponta para as plantações que se estendem diante deles.

— Aqui estão os tomates, estão quase prontos para a colheita! — diz com um sorriso orgulhoso.

As plantas estão repletas de frutos vermelhos e suculentos, balançando suavemente com a brisa. Admiro as fileiras bem cuidadas, e comento sobre como estão lindas. Ele então nos guia até uma área onde girassóis altos se erguem em direção ao céu.

— Esses são meus preferidos! — confessa, olhando para as flores que parecem dançar ao vento.

Sorri e observo como os girassóis seguem a luz do sol, assim como nós que seguimos um ao outro com olhares cheios de curiosidade e encantamento.

Continuamos o passeio, atravessando um pequeno riacho que corta a fazenda. A água é cristalina e reflete o céu claro. Fizemos uma pausa ali e os cavalos bebem água, enquanto conversamos animadamente.Ele explica como construiu a represa para garantir que os campos tivessem sempre água suficiente durante a seca. Escuto atentamente, fascinada pela paixão dele por sua terra e seu trabalho árduo. Maxwell aproveita e me conta um pouco do processo que viveu até se formar. Ele não fala muito da mãe de Lucas e isso é bom, demonstra que já não sente mais nada por ela.

Enquanto trocamos histórias e risadas, nos perdemos completamente um no outro. A química entre nós é perceptível, cada olhar é carregado de emoção e cada sorriso parece iluminar ainda mais o dia ensolarado. Falamos sobre sonhos futuros e memórias passadas, compartilhando segredos bobos que parecem criar um laço ainda mais forte entre nós.

O tempo começa a se desvanecer, não levamos relógios, apenas a luz do sol que lentamente se desloca no céu nos avisando que é bem tarde.

Maxwell, aponta para uma colina à distância:

— A vista lá de cima é incrível... gostaria de ir ver?

— Adoraria!

Galopamos juntos até o topo da colina, onde somos recebidos por uma vista deslumbrante da fazenda inteira, os campos verdes se estendendo até onde os olhos podem ver, intercalados por árvores frutíferas e flores coloridas.

Dali de cima, o vento acaricia nossos rostos, enquanto paramos para apreciar a beleza ao redor. Ele se vira para mim e, nossos olhos se encontram em um momento silencioso de algo inexplicável.

Assistimos ao sol se pôr no horizonte, sabíamos que devíamos voltar antes que escureçesse, mas hesitamos em deixar aquele momento incrível para trás. Entre conversas, risadas e troca de olhares, descemos da colina relutantes, com nossos corações aquecidos pela experiência dessa tarde que tivemos a sós na fazenda.

Deixamos os cavalos no estábulo, Max insistiu que me levaria na fazenda, então fiquei com Sarah na sala conversando, até ele tomar banho.

— E você, Sarah, como está?

— Ainda estou triste, mas vou ficar bem!

— Tenho certeza, que logo vai encontrar um cara legal, que vai te valorizar!

— Agora quero focar apenas nos meus estudos! Max tinha razão... essa coisa de amor só nós faz mal!

— Não pense assim! Todos nós nascemos para amar e sermos amados! A minha vida amorosa também não é lá essas coisas, mas eu busco um amor...quem tem amor na vida, tem muita sorte! Eu cresci numa família rodeada de amor, meus pais são exemplos de como é incrível ter um amor, uma paixão avassaladora e não vou desistir, porque me decepcionei algumas vezes!

— Tem razão, não podemos desistir!

— Mas acho sim que tenha que focar nos estudos! Seu irmão comentou que já está quase terminando o ensino Médio! Já sabe para qual faculdade vai?

— Ainda não! Estou na dúvida! Estou decidindo entre pedagogia e psicologia! Eu amo crianças...e essa dúvida, entre as duas áreas demonstra a minha empatia e uma profunda preocupação em encontrar a melhor forma de contribuir para o desenvolvimento e bem-estar infantil!

— Que legal, Sarah!

Continuamos a conversa e comenta que a vontade de estudar psicologia veio após descobrir o diagnóstico de seu sobrinho.

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