Maxwell…
Fiquei surpreso em como Heloise cresceu, ela se tornou uma linda mulher. Não posso negar que, assim que o nosso olhar se cruzou, senti algo estranho… uma atração inegável, mas saber quem era ela, me condenei internamente. Eu a conheci quando era criança e me sentir atraído por uma menina é perturbador.
Sei que agora ela é adulta, mas sempre irei me lembrar das vezes que via aquela menina correndo pela fazenda.
Passei a tarde toda no trabalho pesado da fazenda, quando a avistei na cachoeira. Não resisti e, como um ímã, fui puxado para perto do local onde ela estava e fiquei hipnotizado. Ela parecia uma sereia nadando…
Quando saiu da água e vi aquele corpo magro, mas com curvas, fiquei excitado e mais uma vez me repreendi.
Numa breve conversa, nos pegamos presos numa intensa e estranha troca de olhar e uma onda de calor percorreu cada partícula do meu corpo. O meu coração disparou, a minha boca ficou seca e seus lindos olhos escuros refletiam uma serenidade jamais sentida antes, talvez algo que eu nunca senti em toda a minha vida. Há um brilho em seus olhos que refletem a luz da cachoeira, uma mistura de alegria e um toque de timidez. Nunca lidei com mulheres tímidas e Heloíse é a doçura e timidez em pessoa.
Voltei para a fazenda com uma confusão estranha na cabeça e uma sensação estranha no peito.
Deixei meu cavalo no estábulo e segui para a casa grande. Pela janela da varanda, vi minha irmã e meu filho sentados na sala brincando.
Lucas adora a sensação dos blocos em suas mãos. A concentração em seu rosto era evidente enquanto ele tentava construir uma torre alta.
— Olha só! Você está fazendo uma torre incrível, Lucas! — diz Sarah, com entusiasmo.
Esses momentos de brincadeira são mais do que apenas diversão, são oportunidades de explorar suas habilidades motoras e sociais.
Entrei em casa, estava cansado após um longo dia de trabalho e um sorriso se formou em meu rosto.
— Oi, meu pequeno! — cumprimentei com brilho nos olhos. — O que vocês estão construindo?
Lucas virou-se lentamente para mim, um brilho de alegria em seus olhos surgiu. Ele levantou uma peça do bloco como se estivesse apresentando sua obra-prima.
— Torre! — disse Lucas com uma voz clara e cheia de orgulho.
Agachei ao lado de Lucas e admirei a sua construção, acariciando seus cabelos.
— Uau! É a maior torre que já vi! Você é um arquiteto incrível!
— Nosso pequeno é o melhor! — diz Sarah sorridente. — Mas eu acho que o seu pai precisa de um banho, né Lucas? Está um cheirinho de suor... — zomba.
— Banho... pai!
Rimos.
— Eu vou tomar um banho rápido e já volto para ajudar você com a lição de casa, tá bom?
Lucas assentiu levemente com a cabeça, acariciei o seus cabelos e fui para o meu quarto.
Durante o banho, já me sentia renovado, mas com os pensamentos uma verdadeira bagunça. Eu não tirava Heloíse da cabeça e as reações que ela provocou em mim.
Vesti uma roupa limpa e voltei para a sala, onde Lucas ainda estava brincando com os blocos e Sarah o observava atentamente.
— Pronto para a lição? — perguntei ao entrar na sala.
Lucas olhou-me e sorriu suavemente. O meu coração se encheu de amor ao ver o entusiasmo dele ao perceber que eu estava ali para ajudá-lo.
Fomos até a mesa, puxei uma cadeira e o chamei.
Ele trouxe os materiais escolares que estavam prontos para a lição, cadernos abertos com exercícios simples de matemática e algumas folhas coloridas.
Comecei explicando as tarefas uma por uma, usando métodos visuais que ajudavam Lucas a entender melhor os conceitos. Usava pequenos objetos como lápis e até mesmo os blocos que estavam ali perto como ferramenta didática.
— Se temos três blocos aqui e você me dá dois, quantos blocos sobram?
Lucas olhou atentamente para os blocos espalhados sobre a mesa antes de responder:
— Um!
— Exatamente!
Esses momentos entre pai e filho, não é apenas sobre fazer lição de casa é uma oportunidade preciosa de criar laços através da aprendizagem.
Nunca fui um homem paciente, mas estou aprendendo com meu filho.
Sarah nos olha e sorri.
Enquanto ele faz o dever, meus pensamentos vão para o momento que vi Heloíse ao descer daquele carro. O meu coração disparou só de lembrar e senti um frio estranho na barriga.
— Está tudo bem, mano? — pergunta Sarah, me tirando dos meus devaneios.
— Está sim! Por que não estaria? — questiono, balançando a cabeça para afastar os pensamentos.
— Parece distante!
— Não é nada!
Foquei em ajudar Lucas e assim que terminamos, Sarah o ajudou a guardar o material e fomos para a sala de estar.
O aroma da deliciosa refeição preparada por Zanja, nossa cozinheira, pairava no ar. Um dos pratos era macarrão ao molho de tomate, o preferido de Lucas.
Sarah preparou o prato dele, decorado com um toque de queijo ralado por cima e um pouco de manjericão fresco.
Ele olhou para a comida com curiosidade e um sorriso tímido se formou em seu rosto. Ele é um garoto que gosta de rotinas e previsibilidade, e aquele momento familiar o deixava confortável.
Nos servimos e comecei a conversar sobre o meu dia no trabalho, compartilhando histórias engraçadas sobre os animais da fazenda. Lucas escutava atentamente, embora às vezes olhasse para o prato em busca de uma nova maneira de organizar seu macarrão.
Sarah interagia com entusiasmo, fazendo perguntas a Lucas sobre suas atividades na escola e os desenhos que ele havia feito recentemente. Estamos sempre atentos para inclui-lo nas conversas, criando um espaço seguro onde pode se expressar sem pressões.
— E você, Lucas? O que você desenhou hoje? — perguntou Sarah.
Lucas hesitou por um momento, mas então começou a descrever uma cena do seu desenho favorito: uma floresta cheia de animais coloridos.
— Tem um leão… e… e muitos pássaros! — disse ele, gesticulando animadamente enquanto falava.
Enquanto as conversas fluíam, notei que Lucas estava começando a ficar mais agitado. Ele tinha o hábito de brincar com os talheres quando estava ansioso ou sobrecarregado, então decidi intervir:
— Filho, você gostaria de me ajudar a contar quantos pedaços de queijo temos no prato?
Lucas olhou para o pai e rapidamente se concentrou na tarefa proposta. Contar era uma atividade que ele gostava muito e isso ajudou a redirecionar sua atenção.
— Um… dois… três… quatro! — contou Lucas em voz alta, enquanto eu sorria orgulhoso.
Após o jantar, Sarah trouxe uma sobremesa que ela mesma havia preprado, cupcakes decorados com glacê colorido. O brilho nos olhos de Lucas ao ver os cupcakes era contagiante.
— Você pode escolher o seu favorito! — disse ela, enquanto colocava os bolinhos na mesa.
Lucas observou atentamente as opções antes de escolher um cupcake azul decorado com estrelas prateadas. Ele parecia radiante ao fazer sua escolha.
A refeição terminou em harmonia, repleta de amor e compreensão. Aprendi que para Lucas, esses jantares não são apenas sobre comida, mas também experiências significativas que contribuem para sua segurança emocional e desenvolvimento social, momentos preciosos que moldam suas memórias familiares com carinho e alegria.
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Fátima Ribeiro
Queria saber a idade da irmã do Max .
2025-04-08
5
Lili Monteiro
É Max a mocinha da fazenda ao lado tá ocupando mais espaço na sua mente do que na própria fazenda kkkkkkkkk
2025-04-08
3
Vania Benicio
Nossa que essa história realmente é um aprendizado sobre o autismo, como realmente conviver, ajudar e compartilhar esses momentos tão significativos!
Muito amor, compreensão e partilha!!
2025-04-10
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