Heloíse…
Entrei na fazenda e o cheiro de almoço pairava no ar.
O casal se desculpava por não ter me buscado na cidade.
— Eu que esqueci de avisar, não se preocupem!
— Ainda bem que o menino Max te trouxe!
— Pois é!
Deixei um beijo no alto da cabeça da mulher e fui para o meu quarto.
Aproveitei para tomar um banho rápido, me troquei e liguei para a minha mãe, avisando que já havia chegado. Também conversei com meu irmão e achei engraçado, disse que Dulce vai enlouquecer ele.
Esses dois foram feitos um para o outro.
Fui até a cozinha e almocei na companhia de Jack e Romana e algumas das funcionárias.
Ficamos conversando, o almoço estava uma delícia…
Após o almoço, sai para caminhar um pouco. Peguei uma trilha que levava ao estábulo, o cheiro familiar de feno e o relinchar dos cavalos me saudavam calorosamente. Acariciei um dos cavalos, lembrando-me das tardes em que corria pelo estábulo com meu irmão.
Um dos funcionários colocou as rédeas no meu cavalo e eu segui caminhando pela fazenda. Revisitei o curral, o som dos gados e o cheiro do capim fresco me transportavam para a minha infância, quando ajudava meu pai a cuidar dos animais.
Sorri ao lembrar das brincadeiras com Nathan e do calor do sol em minha pele.
Seguindo adiante, passei pelo chiqueiro, o local estava animado com os grunhidos dos porquinhos e não contive a risada, ao lembrar das vezes que costumávamos brincar com os porcos, tentando alimentá-los sem sujar. Cada canto da fazenda conta uma história, cada cheiro evoca uma lembrança carregada de alegria.
Passei pelas plantações exuberantes em plena floração.
Desci do cavalo e caminhei entre as fileiras, tocando as plantas com carinho e relembrando as colheitas em família. Nossos pais sempre nos incluíram nas atividades, para trazer sensação de pertencimento e humildade.
Por fim, me dirigi à cachoeira, meu lugar favorito da infância.
A cachoeira é um lugar afastado, na divisa de outra fazenda.
Ao chegar à margem da cachoeira, fiquei deslumbrada com a beleza do lugar, a água cristalina desaguando em uma piscina natural cercada por rochas cobertas de musgos e árvores altas. Havia me esquecido de como é lindo.
Como não havia ninguém por perto, tirei as minhas roupas e sentindo-me leve e livre, dei um mergulho na água fresca. O contato da água gelada, fez meu coração disparar de felicidade. Nadei como se estivesse revivendo cada momento especial da infância rindo e me deixando levar pela correnteza suave.
Era indescritível a sensação de estar aqui novamente. Respirei fundo o ar puro da natureza sentindo-me renovada e conectada as minhas raízes.
Estava curtindo o momento, quando senti o meu corpo queimar e meu coração disparar. Tive a impressão de estar sendo observada, não vi ninguém, então com medo rapidamente sai da água e quando estava me trocando ouvi uma voz grossa atrás de mim que me arrepiou dos pés a cabeça.
— Não devia ficar aqui sozinha!
Com meu coração saltando do peito, respiração desregulada e pernas bambas, virei lentamente e lá estava ele.
— Está me vigiando, senhor Maxwell?
Ele pareceu ficar envergonhado e pigarreou.
— Estou brincando! — digo divertida.
Havia me esquecido que estava de lingerie e Max me olhou de cima a baixo e parecia buscar se recompor. Eu sempre fui tímida, mas confesso que eu estava gostando do seu olhar e constrangimento. Ele está vendo que aquela menina cresceu e virou uma mulher.
— Eu sou o dono da fazenda que faz divisa com a da sua família!
— Fico feliz em saber que tenho um bom vizinho!
— Não acho apropriado você ficar aqui sozinha, joaninha! É perigoso... existem muitas pessoas maldosas no mundo!
— Agradeço a sua preocupação, mas eu sei me cuidar! Se não percebeu eu já sou bem crescidinha...
— Estou vendo, mas todo cuidado é pouco!
Naquele instante, nosso olhar fixou um no outro, o tempo pareceu parar. Não sei se é coisa da minha cabeça, mas senti uma química rolar entre nós.
Uma onda de emoção percorre meu corpo, é uma química correspondida, que nunca havia sentido antes. O olhar dele é como uma janela para a minha alma, cheio de perguntas e admiração. Sinto-me vulnerável, mas ao mesmo tempo segura naquela conexão. O calor que emana entre nós é perceptível, como se a natureza estivesse celebrando aquele momento.
A medida que a água da cachoeira cai ao fundo, permanecemos ali, imersos na intensidade daquele momento inexplicável. É como se tudo desaparecesse e só existisse aquela troca de olhares fervorosa.
Aquele momento é quebrado pelo relinchar dos cavalos e ele desviou o olhar.
— É melhor eu ir...
— Claro! Obrigada pela preocupação, ficarei mais atenta!
Ele assentiu com a cabeça e saiu atordoado dali, me deixando sozinha.
Rapidamente terminei de me trocar e voltei para a fazenda.
Estava radiante com aquele momento, mas algo ainda me incomodava...
...Será que ele está casado? Tem namorada ou noiva?...
A realidade socou o meu estômago, pois, eu estava ali para superar a minha última decepção amorosa e agora parecia querer viver algo do passado que não tinha nenhuma chance.
Voltei para a casa grande e o sol já estava indo embora.
Entrei na casa grande e me juntei a Romana, ela preparava o jantar.
— Como foi o passeio menina?
— Foi bom! — digo pegando uma maçã na fruteira em cima da mesa. — Não sabia o quanto estava com saudades daqui, até voltar!
— Essa vida nunca sai da gente menina... isso tudo é vida!
— É mesmo! Rô... posso te fazer uma pergunta?
— Claro, menina!
— O... Max? Ele mora sozinho?
— Não, ele tem a irmã, o filho...
...Que idiota! Óbvio que ele é casado!...
Nem deixei Romana terminar e me apressei em ir para o quarto tomar um banho.
Quero jantar e dormir mais cedo...
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Aguinalda Ferreira assini
mulher tu foi muito apressada deveria ter deixado ela terminar
2025-04-07
7
Tatiana Silva
De qual fazenda será em ?🤔🤭
2025-04-08
3
Tatiana Silva
Será que tem espectador?🫣
2025-04-08
4