Maxwell…
Ao receber o diagnóstico, foi um momento agridoce. Por um lado, havia um alívio por finalmente ter respostas para as perguntas que me atormentavam, por outro lado, havia uma tristeza pela percepção dos desafios que nosso filho enfrentaria no futuro. Fomos orientados sobre como poderíamos apoiar Lucas por meio de terapias específicas, como fonoaudiologia e terapia ocupacional, além da importância da inclusão social.
Com o diagnóstico em mãos, eu me comprometi a aprender tudo o que podia sobre o autismo e como criar um ambiente acolhedor para ele. Enquanto Lexie se afastava dia após dia de nós e do nosso filho.
Era evidente o preconceito de Lexie e aquilo foi me machucando. As nossas discussões foram aumentando, principalmente quando sugeriu que tentássemos uma nova gestação. Ela não entendia que naquele momento o mais importante era Lucas, era aprender mais sobre o autismo e em como criar um ambiente acolhedor para o nosso pequeno.
No início, tive paciência com ela, acreditando que tudo isso era medo. Eu também estava com medo, mas a diferença é que eu estava disposto a tudo por ele, enquanto ela parecia querer escondê-lo.
Num determinado dia, fui até a cidade assinar alguns papéis na empresa e acabei voltando tarde.
Ao chegar, Lexie não estava mais em casa, nem suas coisas. Ela deixou apenas um bilhete agradecendo pelos anos que passamos juntos, que não poderia mais continuar com o nosso relacionamento, que precisava ser livre e que não aguentaria lidar com duas pessoas problemáticas. Se referindo a mim e ao meu filho.
O chão parecia desmoronar naquele instante, mas prometi que nunca mais entregaria o meu coração a nenhuma outra mulher e dedicaria o resto da vida para cuidar do meu filho e da minha irmã.
Sou homem e também tenho as minhas necessidades, então, vez ou outra, saio com uma amiga, Florença. Ela sabe que não quero nada sério, apenas nos satisfazemos e está tudo certo. Ela trabalha na minha empresa, como diretora do setor técnico de laboratório, é uma excelente profissional.
Resumindo, a minha vida é para cuidar do meu filho e da minha irmã.
Sou como um guardião, alguém cuja missão é oferecer segurança e estabilidade àqueles que mais amo no mundo.
A minha irmã ocupa um espaço importante em nossa vida, ela é meu alicerce emocional. Desde que perdemos a nossa mãe e seu pai foi embora, assumi o papel de protetor.
Sou sistemático em tudo o que faço, desde as rotinas diárias até as pequenas lições que tento ensinar ao meu filho. Ainda estamos em um processo contínuo de aprendizagem e adaptação, mas confesso que tenho aprendido muito com o meu menino.
Como todas as manhã, acordei bem cedo, fiz a minha higiene pessoal e com um sorriso no rosto, me dirige ao quarto de Lucas.
Ao abrir a porta, encontro Lucas ainda aconchegado em seu cobertor.
Me aproximo, inclino e gentilmente digo:
— Bom dia, meu pequeno! — digo tentando despertar Lucas com uma voz suave.
O pequeno abre os olhos lentamente, essa interação matinal é sempre especial, é um momento em que nos conectamos antes que o dia comece.
O meu pequeno se espreguiça e levanta-se da cama, ainda um pouco sonolento. Ajuda-o a escolher a roupa para o dia, uma camiseta confortável com uma estampa de dinossauro e um par de calças jeans. Lucas adora dinossauros, e isso traz um brilho aos seus olhos.
Logo que terminamos, fomos até a cozinha rústica da fazenda, a minha irmã já está na mesa e assim que nos vê sorri.
Sarah é uma garota calorosa, com um jeito acolhedor que faz todos se sentirem à vontade ao seu lado. O aroma do pão fresco assado no forno mistura-se com o cheiro do café recém-passado. Ainda sorrindo, Sarah lhe dá um abraço apertado.
Lucas não tem problemas quanto ao toque físico, obvio que é algo que se limita apenas a mim e sua tia.
— Pronto para mais um dia cheio de aventuras? — pergunta ela, enquanto coloca um prato colorido à frente dele com pão, frutas frescas e um copo de suco natural.
Lucas observa com curiosidade as cores vibrantes dos alimentos, mas sua atenção logo se desvia para a janela, onde vê algumas galinhas ciscando no terreiro.
Enquanto tomamos o café juntos, compartilho histórias sobre as atividades da fazenda, como cuidar das vacas, sobre o plantio de novas sementes no campo, na tentativa de envolver Lucas nas conversas sobre a vida rural. Sarah se anima com a conversa fazendo perguntas simples sobre as preferências dele em relação aos animais ou qual tarefa ele gostaria de fazer mais tarde.
Lucas responde com palavras curtas e gestos entusiasmados quando fala sobre seus animais favoritos na fazenda. Ele menciona os porquinhos com uma alegria genuína que ilumina seu rosto. A interação é cheia de risadas e carinhos, mesmo que às vezes Lucas tenha dificuldades em expressar suas emoções verbalmente, o amor entre nós é palpável.
Após o café da manhã, é hora de se preparar para a escola. Ajudei Lucas a colocar sua mochila nas costas, uma mochila azul cheia de livros ilustrados e materiais escolares coloridos.
Sarah verifica se ele não esqueceu nenhum item essencial como seu lanche e caderno.
Antes de sairmos, fazemos uma rápida parada no quintal para dar uma olhada nas flores que estão começando a florescer na primavera.
Sarah aponta para algumas borboletas que dançam ao redor das flores e diz:
— Olha que lindas, meu amor! Você pode contar quantas você vê durante o caminho até a escola!
Essa atividade simples ajuda Lucas a focar sua atenção e se estimular com as pequenas coisas ao seu redor.
No carro, eu e Sarah vamos o caminho todo conversando, hoje vou leva-los para a escola, pois, tenho uma reunião na empresa. Lucas observa atentamente tudo ao seu redor, absorvendo cada detalhe. Ele pode não ser muito falante, mas seus olhos brilham com curiosidade e alegria pelas pequenas maravilhas da natureza.
Primeiramente, deixo Lucas em sua escola, o ajudo a descer do carro e lhe dou um beijo carinhoso na testa
— Tenha um ótimo dia na escola, filhão! Até mais tarde!
Sua tia também lhe dá um beijo e ele entra com a auxiliar de classe.
Deixo Sarah na entrada do colégio e como sempre ela briga que não precisa, mas faço questão. Sei que ela morre de vergonha, quando a trago no colégio, mas prezo por sua segurança e quero que todos saibam que ela tem alguém que a protege.
Segui para a empresa.
Após resolver tudo na empresa, entrei em meu carro e ia seguindo para a empresa, quando o meu celular toca.
Por um descuido, vou desligar e quando olhei a minha frente uma mulher está pisando na rua. Pisei fundo no acelerador...
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Tatiana Silva
Três erros:ficante fixa,amiga e funcionária.Espero que ela não seja obsessiva 🤦♀️
2025-04-07
14
Tatiana Silva
Isto eu já vi de perto " melhor manter ele mais em casa pra não sofrer preconceito "😒
2025-04-07
4
Jussara Botelho
Interessante como a maioria de crianças autistas, amam dinossauros.
2025-04-08
4