O Primeiro Beijo Proibido

Alice passou o fim de semana inteiro tentando esquecer o olhar de Davi, as palavras dele ecoando em sua mente como um convite perigoso. Mas na segunda-feira, ao entrar na empresa, soube que não poderia evitá-lo para sempre. A tensão entre eles crescia, um jogo silencioso do qual ambos pareciam incapazes de sair.

Davi, por outro lado, parecia mais confiante do que nunca. Ele não forçava encontros, mas fazia questão de se manter presente, próximo o suficiente para lembrá-la de que estava ali. Era como um feitiço que Alice não conseguia quebrar.

Naquela noite, Alice foi a última a sair do escritório. Precisava revisar um relatório antes da reunião do dia seguinte e queria evitar pensar em Davi. Mas quando pegou sua bolsa e desligou o computador, um arrepio percorreu sua pele ao notar uma silhueta encostada na porta.

Era ele.

— Trabalhando até tarde? — Davi perguntou, com um sorriso torto.

Alice tentou manter a compostura, mas a proximidade dele bagunçava seus sentidos.

— Tenho um relatório para terminar — respondeu, pegando suas coisas. — E você? Alguma razão especial para estar aqui a essa hora?

Ele deu de ombros.

— Talvez eu estivesse esperando você.

Alice engoliu em seco. Sentia o coração bater contra as costelas, sua mente gritando para sair dali antes que fosse tarde demais.

— Isso não pode continuar, Davi — disse, finalmente reunindo forças para falar.

Ele se aproximou mais um passo.

— Então me diga para parar, Alice. Me diga que não quer isso tanto quanto eu.

Ela abriu a boca para responder, mas nenhuma palavra saiu. Porque, no fundo, sabia que seria mentira. Sentia o desejo queimando dentro dela, consumindo qualquer tentativa de negação.

Davi ergueu a mão, roçando os dedos pelo rosto dela com uma delicadeza que a fez estremecer.

— Você pode me afastar agora, se quiser — murmurou. — Mas se não fizer isso, eu não vou parar.

Alice sabia que aquele era o momento de tomar uma decisão. Poderia virar as costas e sair, encerrar aquele jogo antes que fosse tarde demais. Mas, ao invés disso, fechou os olhos e suspirou, sentindo o toque dele.

E então, aconteceu.

Os lábios de Davi tocaram os dela com urgência contida, como se ele estivesse esperando por aquele momento há muito tempo. Alice sentiu seu corpo reagir instantaneamente, como se estivesse entregue a algo inevitável. As mãos dele deslizaram para sua cintura, puxando-a para mais perto, enquanto ela se agarrava à camisa dele, sentindo o calor que emanava de seu corpo.

Foi intenso. Proibido. Perfeito.

Mas, no instante seguinte, a realidade bateu.

Alice se afastou abruptamente, o coração acelerado, os lábios ainda formigando pelo beijo.

— Isso foi um erro — sussurrou, recuando.

Davi a observou por um longo momento, os olhos carregados de desejo e frustração.

— Se foi um erro, então por que você correspondeu?

Alice não tinha resposta. Tudo que sabia era que aquele beijo mudava tudo. E que não havia mais volta.

Ela saiu do escritório apressada, sentindo as pernas trêmulas. O ar frio da noite não foi suficiente para esfriar o calor que ainda pulsava dentro dela. Caminhou até o carro, tentando afastar as lembranças do toque de Davi, da maneira como os lábios dele se moldaram aos seus.

Mas enquanto dirigia para casa, a realidade se impôs. Aquilo não era um romance comum. Era perigoso. Se alguém descobrisse, poderia arruinar suas carreiras. Pior ainda, poderia machucá-los de formas que nenhum dos dois estava preparado para enfrentar.

Ao chegar em seu apartamento, Alice jogou a bolsa no sofá e foi direto para o chuveiro. A água quente escorria sobre sua pele, mas não lavava a culpa que começava a se infiltrar em seus pensamentos. Como deixara aquilo acontecer?

Seu telefone vibrou sobre a pia. Ainda enrolada na toalha, pegou o aparelho e viu o nome de Davi na tela. Seu coração deu um salto.

Davi: “Você está bem?”

Alice hesitou antes de responder. Sabia que o mais sensato seria cortar aquilo ali. Fingir que nada aconteceu. Mas, em vez disso, digitou:

Alice: “Não sei.”

A resposta de Davi veio quase imediatamente.

Davi: “Podemos conversar?”

Alice fechou os olhos. Sabia que deveria dizer não. Mas seus dedos traíram sua razão quando escreveu:

Alice: “Amanhã.”

Colocou o telefone de lado e se deitou, encarando o teto. Sabia que estava caminhando em um campo minado. Mas, no fundo, uma parte dela já havia tomado a decisão. Não havia mais volta.

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