O Jogo de Resistência

Alice passou os dias seguintes tentando manter distância de Davi. Evitava encontrá-lo pelos corredores da empresa, limitava suas interações às reuniões estritamente necessárias e se forçava a ignorar as mensagens dele. Mas, a cada vez que ouvia sua voz ou sentia seu perfume ao passar por perto, uma onda de desejo e confusão a atingia como um vendaval.

Davi, por outro lado, parecia não ter pressa. Ele respeitava a distância imposta por Alice, mas deixava claro, através de olhares e gestos sutis, que não havia desistido. Ele estava jogando, e Alice sabia que, no final, a resistência poderia se tornar inútil.

Na noite de sexta-feira, Alice decidiu que precisava de distração. Saiu com sua melhor amiga, Marina, para um bar sofisticado no centro da cidade. O ambiente era acolhedor, repleto de luzes suaves e uma música ambiente relaxante. Pediu uma taça de vinho e tentou se convencer de que aquela noite seria apenas sobre diversão.

Mas então, ela o viu.

Davi estava no outro lado do bar, sentado em uma mesa com dois sócios da empresa. Ele vestia um terno impecável, a gravata frouxa e a expressão descontraída enquanto conversava. Mas assim que seus olhos pousaram em Alice, tudo ao redor pareceu desaparecer. O ar ficou mais denso, e ela sentiu a eletricidade percorrer sua pele.

— Ele não tira os olhos de você — Marina comentou, rindo. — Isso é exatamente o que você queria evitar, não é?

Alice bufou, tomando um gole do vinho.

— Sim, mas parece que o universo não coopera comigo.

Marina inclinou a cabeça e sorriu.

— E você? Quer cooperar?

Alice hesitou. Sabia que deveria se afastar, mas parte dela queria ver até onde aquela tensão a levaria.

Davi não demorou a agir. Pouco depois, ele se aproximou da mesa de Alice, com aquele andar confiante e um brilho desafiador no olhar.

— Boa noite, Alice — ele disse, ignorando a presença de Marina. — Que coincidência encontrá-la aqui.

Alice ergueu uma sobrancelha.

— Coincidência mesmo? Porque estou começando a duvidar.

Ele sorriu, inclinando-se ligeiramente para perto dela.

— Talvez seja destino.

Marina pigarreou, divertindo-se com a cena.

— Eu vou pegar mais uma bebida. Volto já. — E saiu, deixando Alice sozinha com Davi.

O silêncio entre eles era carregado de significado. Alice desviou o olhar, encarando a taça em suas mãos.

— Você deveria parar com isso — sussurrou.

— Parar com o quê?

— De me provocar, de me perseguir.

Davi soltou um riso baixo.

— Eu não estou perseguindo você, Alice. Só não sou do tipo que desiste fácil.

Ela respirou fundo. Não podia negar o que sentia, mas também não podia se permitir cair na armadilha daquele desejo proibido.

— Se você continuar, um de nós vai se machucar — disse, finalmente encarando-o.

Ele passou os dedos pelo queixo, pensativo.

— Talvez. Mas me diz uma coisa, Alice… e se valer a pena?

Seu coração pulou no peito. Mas antes que pudesse responder, o celular de Davi vibrou no bolso do terno. Ele olhou a tela e sua expressão mudou ligeiramente.

— Preciso atender essa ligação — disse, ainda segurando o olhar dela. — Mas essa conversa ainda não terminou.

E com isso, ele se afastou, deixando Alice com um turbilhão de emoções. A resistência estava cada vez mais frágil. E no fundo, ela sabia que esse jogo estava longe de acabar.

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