O Conflito Interno

Alice dirigiu pelas ruas iluminadas da cidade, o coração ainda acelerado pelo que acabara de acontecer. O gosto do beijo de Davi ainda estava em seus lábios, e sua mente gritava que aquilo era um erro. Ela sabia que não deveria ter permitido, mas algo nela simplesmente não conseguiu resistir.

Assim que chegou em casa, largou a bolsa sobre o sofá e foi direto para a cozinha. Serviu-se de um copo de vinho, tentando acalmar os nervos. O celular vibrou em cima da mesa, e ela sabia exatamente quem era antes mesmo de olhar. Davi.

"Não fuja de mim, Alice. Isso entre nós é real. Você sabe disso."

Ela largou o celular como se ele a queimasse. Não podia, não devia. Mas, por que então seu coração parecia se partir ao tentar ignorá-lo?

Na manhã seguinte, Alice chegou ao escritório determinada a manter a compostura. Precisava se afastar, colocar limites. Mas a tarefa tornou-se impossível assim que entrou na sala de reuniões e encontrou Davi já sentado à cabeceira da mesa.

Ele ergueu o olhar assim que ela entrou, e algo na intensidade de seu olhar fez seu corpo inteiro estremecer. Alice tentou ignorá-lo e sentou-se o mais distante possível, focando nos documentos à sua frente.

A reunião transcorreu normalmente, mas o silêncio entre eles era ensurdecedor. Nenhum dos dois falava diretamente um com o outro, e isso só aumentava a tensão que pairava no ar. Quando tudo terminou, Alice tentou sair rapidamente, mas Davi foi mais rápido.

— Alice — chamou, sua voz baixa e carregada de significado.

Ela parou, mas não se virou.

— Precisamos conversar — ele insistiu.

Alice fechou os olhos por um segundo antes de se virar.

— Não há nada para conversar, Davi. O que aconteceu foi um erro.

Ele deu um passo à frente, invadindo seu espaço pessoal.

— Então olhe nos meus olhos e diga que não sentiu nada. Que foi só um erro.

Alice abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu. Como poderia mentir quando tudo em seu corpo implorava para que ela cedesse? Ainda assim, encontrou forças para dizer:

— Eu não posso fazer isso. Você precisa entender.

Davi estudou seu rosto por um longo momento, então soltou um suspiro pesado.

— Eu entendo. Mas isso não significa que eu vá desistir.

Alice sentiu o coração apertar ao ouvir aquilo. Davi não era um homem que desistia facilmente, e ela sabia que, por mais que tentasse, não conseguiria ignorar o que estava crescendo entre eles.

Ao final do dia, Alice estava exausta. Queria apenas ir para casa e se esconder do mundo. Mas quando saiu do prédio, encontrou Davi encostado em seu carro, os braços cruzados e um olhar intenso a observando.

— Eu sei que você quer fugir, Alice — ele disse, com um meio sorriso. — Mas não vou deixar você fazer isso tão facilmente.

Ela bufou, cruzando os braços.

— Davi, eu estou tentando ser sensata aqui.

— E desde quando o amor faz sentido? — ele rebateu.

A palavra "amor" fez seu peito apertar. Ainda era cedo demais para aquilo, mas não podia negar que algo forte a puxava para ele.

— Me deixe ao menos tentar resistir — pediu, quase em um sussurro.

Davi a observou por alguns instantes antes de dar um pequeno passo para trás, erguendo as mãos em rendição.

— Tudo bem. Vou respeitar seu espaço. Mas não vou parar de lutar por você.

Alice entrou no carro, mas sua mente e coração já estavam uma bagunça. E pela primeira vez, ela começou a se perguntar: será que valia a pena lutar contra o inevitável?

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