O Jogo de Poder

A tensão entre Alice e Davi continuava pairando no ar, mesmo depois da reunião de negócios. Ela não conseguia ignorar a maneira como ele a olhava, como se enxergasse algo que até ela tentava esconder. Mas Alice era firme. Havia anos construindo muralhas ao redor de si mesma, e não seria um homem poderoso que as derrubaria tão facilmente.

Naquela noite, ao chegar em casa, ela tentou se distrair com uma taça de vinho e um livro, mas a mente insistia em vagar para as interações com Davi. Sua presença era inquietante, desafiadora, como se ele testasse os limites dela a cada palavra, a cada olhar.

No dia seguinte, ao entrar no escritório, Alice foi surpreendida por uma mensagem no celular. "Almoce comigo hoje. Assunto de trabalho. - Davi". Ela arqueou a sobrancelha. Não sabia se sentia irritação ou curiosidade, mas não poderia simplesmente ignorar. Afinal, ele era um cliente importante.

Quando chegou ao restaurante, foi conduzida até uma mesa reservada no canto. Davi já estava lá, com a postura relaxada e um sorriso discreto nos lábios.

— Que bom que aceitou meu convite — ele disse, fitando-a com aqueles olhos intensos.

— Não parecia exatamente um convite — ela respondeu, pegando o cardápio.

— Eu prefiro chamar de uma sugestão irrecusável.

Ela soltou um leve suspiro, balançando a cabeça.

— Se é um assunto de trabalho, vamos direto ao ponto.

Davi apoiou os cotovelos na mesa e entrelaçou os dedos, observando-a com interesse.

— Sempre tão direta. Isso é uma qualidade rara.

Alice sustentou o olhar, sem se deixar abalar.

— E você parece gostar de testar os limites das pessoas.

Ele sorriu de lado, como se confirmasse algo que já suspeitava.

— Gosto de desafios, Alice. Mas acredite, não estou tentando testar você. Estou apenas curioso.

Ela se recostou na cadeira, cruzando os braços.

— Curioso sobre o quê, exatamente?

Davi inclinou-se ligeiramente para frente.

— Sobre você. Sobre o que a faz tão resistente a qualquer aproximação.

Alice sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas não demonstrou. Ele era perspicaz, e isso a incomodava. Poucas pessoas conseguiam enxergar além da armadura que ela havia construído ao longo dos anos.

— Eu apenas sei separar pessoal e profissional — disse, tomando um gole d'água.

— Entendo. Mas não era sobre trabalho que eu queria falar hoje.

Ela o encarou, surpresa.

— Então por que me chamou aqui?

Ele se recostou na cadeira, avaliando-a por um instante antes de responder.

— Porque quero conhecê-la melhor. Sem contratos, sem formalidades.

Alice abriu a boca para responder, mas foi interrompida pela chegada do garçom. Ela aproveitou o momento para recompor os pensamentos. O que Davi queria, afinal? Ele era um homem de poder, acostumado a conseguir tudo o que queria. Mas Alice não era uma peça fácil em seu tabuleiro.

— Se quer me conhecer melhor, Davi, vai ter que fazer mais do que almoços inesperados e olhares penetrantes — ela disse, por fim, encarando-o com desafio.

Ele sorriu de forma enigmática.

— Eu adoro um bom desafio, Alice. Vamos ver até onde você consegue manter essa muralha erguida.

O jogo entre eles havia começado.

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