Isabella acordou em uma manhã fria de inverno, com a sensação de que algo havia mudado dentro dela. O silêncio que ela tanto procurara agora parecia sufocante. Ela estava em paz, mas ao mesmo tempo, não conseguia afastar o vazio que havia tomado conta de seu coração. Algo dentro dela se havia quebrado, mas, ao mesmo tempo, havia também um espaço vazio que clamava para ser preenchido.
Ela havia se afastado de Ricardo e de todos os laços que a prendiam ao passado. O silêncio entre eles, o distanciamento, tudo parecia estar levando-a em direção a um futuro desconhecido, e Isabella não sabia se estava pronta para essa jornada. Mas ela sabia que, por mais dolorosa que fosse a decisão, havia sido a única maneira de encontrar seu próprio caminho.
Naquela manhã, ela decidiu sair. Precisava de um novo começo. O peso dos sentimentos reprimidos, as expectativas que a haviam sufocado, tudo isso precisava ser deixado para trás. Ela não sabia para onde iria, mas sabia que precisava dar o primeiro passo para encontrar a liberdade.
Isabella passou o dia explorando a cidade, sem rumo, sem pressa, apenas absorvendo as ruas, as pessoas, as cores e os sons. Ela não sabia mais quem ela era, mas sentia que precisava se reencontrar. Ela se permitiu sentir a dor, a saudade, mas também se permitiu sorrir, observar o mundo ao seu redor com olhos novos, como se estivesse vendo tudo pela primeira vez.
Ao longo do dia, Isabella percebeu que a dor do abandono, da rejeição, da perda de um amor, já não doía tanto. Era como se uma camada de proteção tivesse sido colocada ao redor de seu coração, uma camada de cura que, aos poucos, começava a tomar forma.
Quando o sol começou a se pôr, ela se sentou em um banco de praça, observando o céu tingido de laranja e rosa. Ela respirou fundo, sentindo a brisa fresca acariciar seu rosto. Isabella sabia que não podia continuar correndo atrás de respostas que nunca seriam dadas, nem poderia se prender a uma imagem de perfeição que nunca existiu.
Ela tinha que se amar em sua totalidade, aceitar quem ela era, com todos os seus defeitos, suas fraquezas e suas forças. A solidão não era mais um inimigo; era uma oportunidade para ela se entender, para explorar suas próprias vontades e desejos. Ela não precisava de ninguém para se completar. Ela já era suficiente.
Enquanto refletia sobre isso, seu celular vibrou, interrompendo seus pensamentos. Era uma mensagem de Ricardo.
_"Isabella, eu sei que as coisas não são fáceis entre nós. Sei que você precisa de tempo, mas quero que saiba que sempre estarei aqui para você, não importa o que aconteça. Cuide-se."_
A mensagem fez seu coração apertar um pouco, mas Isabella não se deixou abalar. Ela havia escolhido a liberdade. Ela havia escolhido a si mesma. E, por mais difícil que fosse, ela sabia que essa era a única maneira de curar suas feridas.
Com um suspiro, ela guardou o celular e se levantou do banco. O caminho à frente ainda era incerto, mas pela primeira vez em muito tempo, ela sentia que estava pronta para caminhar sozinha. Ela não precisava de Ricardo para se sentir completa, e, mais importante ainda, ela não precisava mais de ninguém para dar sentido à sua vida.
A jornada de autodescoberta que ela havia começado há pouco mais de uma semana estava apenas começando. Isabella sabia que haveriam altos e baixos, mas ela estava disposta a enfrentá-los. Ela não seria mais refém de um amor que a restringia; ela era a dona de sua própria história.
E, com isso, Isabella deu o primeiro passo para a liberdade.
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Atualizado até capítulo 100
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