Aquela noite parecia um pesadelo que se estendia sem fim. Ayla e Jake estavam no carro, dirigindo em silêncio, seus pensamentos afastados e pesados. A sensação de alívio que haviam experimentado ao se encontrarem no jardim agora se transformava em uma tensão quase palpável. Eles estavam fugindo. Fugindo de algo que não podiam controlar, de algo maior do que qualquer um dos dois havia imaginado.
Ayla olhou para Jake, que dirigia com os olhos fixos na estrada, a mandíbula tensa. O medo ainda pairava sobre ela, mas agora havia algo mais: uma sensação de impotência. Mesmo com Jake ali, ela sentia que não podia escapar daquilo. O que estava por vir era desconhecido e, pela primeira vez, ela não sabia o que esperar.
“Jake...” A voz de Ayla saiu baixa, quase como um sussurro, mas suficiente para que ele a ouvisse. “O que vamos fazer agora?”
Ele olhou para ela por um breve momento, os olhos cansados, mas determinados. Ele segurava o volante com força, como se, ao apertar a mão sobre ele, pudesse controlar tudo que estava acontecendo. “Agora, precisamos encontrar um lugar seguro. Eu vou proteger você, Ayla. Nada vai nos separar.”
Ayla fechou os olhos por um momento, tentando se acalmar. Mas os pensamentos ainda a perseguiam. O bebê. O futuro. O que esses homens queriam com ela. A sensação de estar sendo caçada. Ela não podia continuar vivendo dessa maneira, sempre com medo, sempre correndo.
“Jake...” ela começou novamente, mas sua voz falhou. Ela não sabia como continuar. Tudo parecia ter se tornado um turbilhão dentro dela. Ela queria acreditar nas palavras dele, mas o medo de perder tudo a consumia.
Ele percebeu sua hesitação e, por um momento, seu olhar suavizou. “Eu sei que você tem medo, Ayla. Mas eu vou lutar por nós. Não vamos deixar que isso nos destrua. Eu prometo que vamos sair dessa.”
Mas o que ele não sabia era que, por mais que ele tentasse, nem tudo poderia ser controlado. O destino deles já estava traçado. E, naquele instante, Ayla sentiu que havia algo mais profundo que os conectava, algo que não podiam entender completamente, mas que os unia de uma forma inexplicável. Algo que os tornava vulneráveis e, ao mesmo tempo, fortes.
O carro percorreu quilômetros, até que, finalmente, Jake virou em uma rua deserta, afastando-se da cidade. Ayla não sabia onde estavam, mas ela sabia que era necessário encontrar uma fuga, um refúgio. Eles não podiam ficar na cidade, não podiam ficar em nenhum lugar onde poderiam ser encontrados.
“Jake, você tem algum plano? Sabe onde vamos?” Ayla perguntou, a voz trêmula. O medo estava claro em seus olhos.
Jake hesitou, como se estivesse procurando as palavras certas. Ele não tinha um plano definitivo. A verdade era que ele estava improvisando, tentando se apegar ao que sabia. E o que ele sabia era que precisava mantê-la segura. Onde fosse.
“Eu... Eu não sei onde vamos, mas vou achar um lugar. Vou te proteger, Ayla. Pode confiar em mim.”
O carro diminuiu a velocidade, e Jake olhou para a estrada deserta à frente. Eles estavam sozinhos, sem ninguém por perto, sem saber qual seria o próximo passo. Mas então, uma luz apareceu na escuridão: uma pequena casa, isolada, à beira da estrada. Era simples, mas parecia acolhedora. Jake fez uma curva repentina e estacionou o carro em frente à casa.
Ayla olhou para ele, sem entender. “Aqui?”
“Sim. Aqui. Vai ser seguro, por enquanto. Vamos ficar aqui até que eu encontre uma solução definitiva.”
Ela não sabia o que esperar. A casa parecia abandonada, mas, por um momento, Ayla se sentiu aliviada. Pelo menos ali, por um breve momento, ela poderia esquecer o que estava acontecendo. Ela poderia tentar respirar, tentar se recuperar. Mas o medo ainda pairava sobre ela. Ela não sabia por quanto tempo ficariam ali, ou se seria realmente seguro.
Ao entrarem na casa, o cheiro de madeira velha e poeira tomou o ar. A casa estava silenciosa, mas havia algo de acolhedor em seu interior. O que Ayla não sabia era que aquele silêncio estava prestes a ser quebrado. E o que quer que acontecesse a partir daquele momento, nada seria o mesmo.
Jake foi até uma janela, puxando as cortinas para ver o que estava lá fora. “Precisamos ficar alertas. Não podemos relaxar. Eles podem estar nos procurando.”
Ayla olhou para ele, seus olhos ainda cheios de incertezas. Mas algo nela se acendeu. Ela sabia que, mesmo com o medo, havia algo ali que a mantinha firme. A presença de Jake. O amor deles. A promessa que ele fizera.
“Eu confio em você, Jake. Eu só... não sei mais por quanto tempo consigo lidar com isso.”
Ele se aproximou dela, a preocupação estampada em seu rosto. “Vamos aguentar, Ayla. Estamos juntos nessa. E vou fazer tudo o que for possível para te manter segura. Nada vai nos separar.”
Ayla olhou profundamente nos olhos dele, e, naquele momento, sentiu que talvez houvesse uma chance de lutar. Mas o futuro ainda era incerto. O que eles enfrentariam? O que mais estavam prestes a descobrir?
Só o tempo diria.
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Atualizado até capítulo 31
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