o passado é um pesadelo

O sol já estava se pondo quando Ayla e Jake chegaram à casa dele, uma casa simples, mas com um charme rústico que ela não esperava. O cenário estava tranquilo, as luzes suaves entrando pelas janelas, dando ao lugar uma sensação acolhedora. Mas dentro de Ayla, o que a acolhia era uma tempestade. Seus pensamentos estavam um turbilhão, se misturando com os sentimentos que cresciam em seu peito.

Jake, percebendo sua inquietação, a conduziu até o sofá, seu gesto sempre tão protetor. Ele se sentou ao lado dela, os olhos fixos nela, tentando decifrar o que estava acontecendo em sua mente.

— Você está pensando demais — disse ele, sua voz suave, mas cheia de uma autoridade tranquila.

Ayla desviou o olhar, sentindo o peso de suas próprias emoções. Não queria falar sobre o que estava sentindo, mas sabia que Jake estava aguardando uma resposta, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo dentro dela.

— Não é isso, Jake — Ayla murmurou. — Eu… Eu não sei o que estou fazendo. Eu nunca me senti assim antes. É como se uma parte de mim estivesse me dizendo para não confiar em você, mas a outra parte… a outra parte não quer viver sem você.

Jake a olhou com um olhar sério, mas gentil. Ele pegou sua mão e a apertou levemente, fazendo com que Ayla olhasse para ele.

— Eu entendo. E quero que você saiba que não precisa ter pressa. Não precisa tomar uma decisão agora. Eu não vou te pressionar. Eu só quero que você se sinta segura. Aqui, comigo.

As palavras dele penetraram em seu coração, mas o medo ainda estava lá, espreitando nas sombras da mente de Ayla. O desejo de se entregar completamente a ele ainda lutava contra os fantasmas do seu passado.

— Eu só… — Ayla começou, mas a voz falhou. Ela sentia a tensão apertar sua garganta. — Eu só não quero me machucar de novo, Jake. Já me machuquei demais na minha vida. E agora… Agora eu estou com medo. Medo do que isso pode significar, medo de confiar em alguém.

Jake não hesitou. Ele se inclinou para mais perto, tomando o rosto dela entre suas mãos, e olhou profundamente em seus olhos. Sua expressão estava cheia de sinceridade.

— Você não está sozinha, Ayla. Eu sei que o seu passado é cheio de sombras, mas eu vou te ajudar a enfrentá-las. Eu sei que você tem medo de se machucar, mas se você me deixar, vou garantir que você nunca mais passe por isso sozinha.

Ayla não conseguiu conter as lágrimas que começaram a escorrer pelo seu rosto. As palavras de Jake, tão simples e genuínas, atingiram seu coração de uma maneira que ela não sabia ser possível. O medo ainda estava ali, mas havia algo mais. Havia uma sensação de esperança que ela não queria ignorar.

Jake, sem hesitar, a abraçou com força, envolvendo-a em seus braços como se fosse a única coisa que pudesse fazer. Ela se entregou ao abraço, permitindo-se sentir o calor de seu corpo, a segurança que ele oferecia. Era como se, naquele momento, todas as paredes que ela havia construído ao longo dos anos começassem a desmoronar, uma a uma.

Por um momento, Ayla se esqueceu de tudo: do passado, das inseguranças, do medo. Tudo o que ela sentia agora era a presença de Jake, seu toque, a maneira como ele a fazia sentir-se viva novamente.

Quando se afastaram, Ayla enxugou as lágrimas e olhou para ele, tentando sorrir, mas seu coração ainda estava pesado com a confusão.

— Eu não sei o que o futuro nos reserva — disse Ayla, sua voz ainda trêmula. — Mas quero tentar, Jake. Quero ver onde isso pode nos levar.

Jake sorriu, uma expressão cheia de ternura.

— Eu também, Ayla. Eu também. Mas uma coisa é certa: o passado não define quem somos. E eu quero que você saiba que, independente do que aconteça, vou estar ao seu lado. Sempre.

Ayla sentiu uma onda de alívio tomar conta de seu corpo. Pela primeira vez em muito tempo, ela sentiu que poderia deixar de ser uma sobrevivente e começar a viver novamente. O peso da solidão, das dores do passado, estava começando a se dissipar. Ela não estava sozinha, e talvez, apenas talvez, o futuro pudesse ser diferente.

Mas o destino tinha uma maneira curiosa de se revelar. Naquela noite, quando Jake foi à cozinha pegar algo para beber, Ayla ficou sozinha por um momento, pensando em tudo o que havia acontecido. Seus olhos se fixaram na janela, e foi ali, naquele silêncio, que o telefone de Jake tocou.

Ayla não queria, mas a curiosidade a consumiu. Ela olhou para o telefone na mesa e, sem pensar, pegou-o. O nome na tela fez seu coração congelar.

"Lilly".

Antes que ela pudesse pensar em devolver o telefone, a mensagem apareceu:

"Jake, precisamos conversar. Eu encontrei algo. Algo que pode mudar tudo."

Ayla não sabia o que aquilo significava, mas uma sensação gelada percorreu sua espinha. Ela não queria acreditar, mas o instinto dizia que o que quer que estivesse por trás daquela mensagem poderia destruir tudo o que ela estava começando a construir com Jake.

Ela colocou o telefone de volta na mesa e suspirou, sentindo uma onda de desconfiança e incerteza. Mas antes que pudesse processar qualquer coisa, Jake voltou, seu sorriso sincero e despreocupado.

Mas algo na maneira como ele olhou para ela fez Ayla se questionar se ele estava escondendo algo.

O passado, parece, estava prestes a voltar. E agora, mais do que nunca, Ayla sabia que precisaria enfrentar suas sombras, talvez mais cedo do que esperava.

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