Ayla acordou com um susto, seu corpo tenso e os olhos arregalados. O ambiente ao seu redor era escuro e frio, o cheiro de mofo e concreto impregnava o ar. Ela tentou se mover, mas logo percebeu que estava presa. As mãos amarradas atrás de si, as pernas firmemente atadas a uma cadeira de metal. O pânico tomou conta de seu peito, mas ela forçou a respiração, tentando se acalmar.
Ela estava sozinha em uma sala apertada, sem janelas, apenas uma porta de ferro e uma lâmpada fraca pendurada no teto. O medo do desconhecido, da solidão, e o maior de todos: a sensação de estar distante de Jake, a pessoa que ela mais amava, a pessoa que ela sabia que viria por ela. Mas será que ele chegaria a tempo?
Ela apertou os olhos e pensou no bebê. O pequeno ser que crescia dentro dela, que ainda não tinha tido a chance de experimentar o mundo, a vida. O medo de que algo acontecesse a ele a corroía. Ela tinha que sair dali, não apenas por ela, mas por ele. Ela precisava de uma maneira de fugir. Mas como?
O som dos passos ecoou pela sala e ela ficou tensa. A porta se abriu lentamente, revelando a figura de um homem alto, de rosto impassível, vestindo um terno escuro. Ele entrou sem pressa, observando-a de forma calculista.
"Você realmente acha que pode fugir?" A voz dele era suave, mas cheia de ameaças. "Está em nossas mãos agora."
Ayla tentou disfarçar o medo que tomava conta dela, mas seu corpo tremia. A raiva estava crescendo dentro dela. Ela sabia que não podia se render, sabia que tinha que lutar.
"Quem é você? O que querem de mim?" Ayla perguntou, sua voz mais firme do que se sentia. Ela levantou o queixo, encarando o homem à sua frente.
O homem sorriu, um sorriso frio e desumano. "Eu sou alguém que tem interesse no que você carrega dentro de si. No que você se tornou. E você não tem ideia do que está prestes a acontecer."
"Você... você vai fazer mal ao meu filho?" Ayla não conseguiu esconder a dor e o medo em sua voz. Mas ela não podia se deixar abater. Não podia.
Ele deu de ombros. "Não sei. Não posso dizer. Mas o que você está carregando... não é algo comum. Não é algo que o mundo está preparado para aceitar."
Ayla franziu a testa, sua mente correndo a mil. Quem eram essas pessoas? O que eles queriam com ela e com seu filho?
Antes que pudesse fazer mais perguntas, o homem deu um passo à frente. "Agora, venha. Seu destino já está traçado."
Ayla sentiu seu estômago revirar. Seu instinto de sobrevivência falou mais alto. Ela precisava sair dali. E não importava o quanto fosse difícil, ela sabia que tinha que encontrar uma maneira de escapar.
Do lado de fora, Jake não conseguia parar de pensar em Ayla. Seu peito estava apertado, a ansiedade o consumia. Ele sabia que ela estava em perigo, mas não sabia como chegar até ela. Onde ela estava? Quem eram esses homens? O que queriam dela?
O pânico tomou conta dele novamente. Ele não estava mais na cidade, as ruas familiares agora pareciam estranhas, tudo o que ele conhecia parecia distante. Mas ele não podia parar. Não podia deixar Ayla para trás.
Lágrimas de frustração rolavam pelo rosto de Jake. Ele precisava dela. Ele precisava dela mais do que qualquer coisa. Não podia viver em um mundo onde ela não existisse. Não importava o que ele tivesse que enfrentar.
Ele pegou seu telefone e ligou para o único amigo que ele sabia que poderia ajudá-lo.
— Lilly... preciso de ajuda. Ayla está em perigo. Eles a pegaram, Lilly. Eles a pegaram e não sei onde ela está.
A voz de Lilly soou do outro lado da linha, cheia de pânico, mas também de determinação. "Jake, eu não sei o que você quer dizer com 'eles', mas eu vou ajudar. Nós vamos encontrar Ayla. Você não está sozinho nisso."
Jake respirou fundo, sentindo alguma esperança surgir no fundo de seu peito. "Eu não vou deixar eles fazerem o que quiserem com ela, Lilly. Eu vou lutar até o fim."
Enquanto isso, Ayla estava sendo empurrada por corredores frios, em um ritmo implacável. Seus pés doíam, mas ela não podia parar. Ela não podia se deixar capturar. Sua mente estava uma bagunça, mas ela sabia o que precisava fazer: lutar.
Finalmente, ao virar uma esquina, ela viu a oportunidade. A porta estava ligeiramente entreaberta, e no corredor, não havia ninguém. A adrenalina correu por suas veias enquanto ela puxava suas mãos, tentando soltá-las das amarras. Finalmente, com uma força desesperada, conseguiu se libertar. Seus pulsos estavam vermelhos e doloridos, mas ela não se importava. Ela tinha que fugir.
Ela empurrou a porta com força e correu, sem olhar para trás. O medo a acompanhava, mas sua determinação era mais forte. Ela passou por um jardim escuro e entrou em uma rua deserta. Ela não sabia para onde estava indo, mas precisava chegar a algum lugar seguro.
E então, no meio do caos, ouviu uma voz familiar chamando seu nome.
"Ayla!"
Era Jake.
Ela olhou para trás, seus olhos cheios de lágrimas. Ele estava ali, de pé, correndo em sua direção, com uma expressão de dor e alívio. Ela sentiu um peso se levantar de seus ombros, mas sabia que não estava fora de perigo ainda. Ela correu até ele, os braços se abrindo para abraçá-lo.
"Jake... eu não sabia se iria te ver de novo." Sua voz estava trêmula, mas as palavras eram reais. Ela sentiu o alívio tomar conta dela ao ter Jake ali, a sua frente.
Jake a abraçou com força, sua respiração pesada.
"Eu não vou deixar nada acontecer com você. Eu juro."
E naquele momento, com o medo ainda presente e o futuro incerto, Ayla e Jake sabiam que estavam prontos para enfrentar qualquer coisa. Juntos.
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Atualizado até capítulo 31
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