Segunda Chance para Nós Dois
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...LorenZo Moretti...
...Isabella...
...Danilo...
...Eleonora Moretti...
Isabella,
Alguns anos atrás ….
A chuva escorria pelo meu rosto, misturando-se às lágrimas que lutei muito para não derramar. Meu coração batia tão forte que parecia querer sair do meu peito. Eu precisava vê-lo. Precisava me explicar.
Corri pelos corredores da empresa da família Moretti, os saltos afundando no carpete macio. Cada passo me deixava mais perto de Lorenzo, e sua rejeição.
Quando parei diante da porta da suíte presidencial, fechei os olhos por um segundo. Respirei fundo. Então, bati.
Nada.
Bati de novo.
O clique da fechadura fez minha respiração travar.
Quando a porta se abriu, lá estava ele. Lorenzo Moretti, a camisa desabotoada mostrando seu peito nú, seus cabelos sedosos bagunçados. Em outro momento, ele me puxaria para dentro e me beijaria como sempre fez. Mas naquele momento, nossa situação era outra, totalmente diferente.
Seu olhar negro pousou em mim, carregado ódio.
— Você realmente teve coragem de vir? É tão descarada a ponto de vir até aqui se humilhar?
Minha garganta secou. Ele não iria facilitar, eu sabia disso. Mas mesmo assim, eu quis ir até lá.
— Preciso te explicar…
A risada dele foi fria e cruel.
— Explicar? — Ele ergueu o celular, exibindo a tela para mim. — O que exatamente você quer explicar? Que esta imagem que estou te mostrando é uma montagem?
O ar sumiu dos meus pulmões. A foto.
Na tela, uma imagem borrada, mas clara o suficiente para parecer algo que não era. Um plano bem arquitetado por alguém que queria nos separar e conseguiu.
A imagem revelava eu entrando no carro de outro homem. Para ser preciso, o homem era Ernandes Santoro, inimigo de Lorenzo, um rival que queria a todos custo roubar os projetos de Lorenzo e acabar com a empresa dele. Depois que ele me meteu em toda essa confusão bem elaborada, simplesmente sumiu.
Meu coração errou uma batida, ao ouvir todas suas palavras cheia de ódio.
— Lorenzo… isso não é o que parece. Eu juro. Deixe-me explicar!
Seus olhos se estreitaram. Ele sempre foi um homem intenso, mas agora… agora ele parecia prestes a me destruir, só com seu olhar de pura fúria.
— Então me diz o que diabos significa isso? — Sua voz era um trovão prestes a me esmagar.
— Eu não sabia de nada, alguém armou para mim. Eu nunca te trai. Nunca. Confie em mim, por favor! Porquê eu te destruiria dessa forma, sabendo que a empresa é tudo para você? Me fala qual a lógica disso?
Lorenzo riu. Seu sorriso sem humor.
— Cale a boca, Isabella. Eu não quero mais te ouvir, tudo que sai da sua boca é uma mentira bem contada.
O mundo girava ao meu redor. Eu sentia tudo desmoronar.
— Lorenzo, por favor… — Minha voz saiu falha.
Ele passou a mão pelos cabelos, tentando conter a raiva, mas eu o conhecia bem. Lorenzo não era o tipo que se controlava quando se sentia traído. E ele estava convencido de que eu o traí.
Ele avançou um passo. Depois outro. Até estar perto demais. Seu cheiro amadeirado, misturado ao uísque que ele provavelmente tinha acabado de beber, tomou meus sentidos.
Seu maxilar travou.
— Você morreu para mim, entendeu? Espero que tenha valido a pena a sua traição.
Meus olhos arderam em lágrimas.
Lorenzo deu um último olhar para mim, carregado de ódio e amargura. E então, virou as costas e me deixou ali.
— Eu te amo … — sussurrei, mas foi tarde demais.
Naquela noite, eu soube que nunca mais teria o perdão dele. Alguém acabou com o nosso relacionamento, destruiu nós dois e ele nem sequer percebeu.
...(๑˙❥˙๑)0.1(๑˙❥˙๑)...
Isabella,
Dizem que o tempo cura todas as feridas. Mentira. Algumas dores apenas se tornam parte de quem somos.
Meu nome é Isabella Vasquez, e há cinco anos minha vida desmoronou diante dos meus olhos.
Eu me lembro daquela noite como se fosse ontem. A chuva pesada, as luzes borradas da cidade, os passos apressados ecoando na calçada molhada enquanto eu tentava segurar as lágrimas. Eu tinha ido até Lorenzo para explicar tudo, mas ele não quis me ouvir. Para ele, eu era uma traidora, uma mentirosa. A mulher que o enganou.
E ele me deixou.
Mas o que Lorenzo nunca soube e nem eu, é que eu estava grávida dele.
Descobri naquela noite porque meu corpo não suportou o choque emocional, a dor de vê-lo me desprezar e jogar fora tudo o que tínhamos. Perdi o nosso bebê.
Acordei em um hospital, cercada por estranhos que me encontraram desmaiada na rua. Foi ali que minha vida realmente acabou.
Eu fugi. Larguei tudo, cortei qualquer laço com o passado e recomecei em uma cidade vizinha. Mas recomeçar nunca é fácil, ainda mais para alguém que perdeu tudo.
Hoje, cinco anos depois, sou proprietária de uma pequena empresa de design de interiores. Trabalhei duro para construí-la do zero, investindo cada centavo que consegui juntar. Meu salário é razoável, e consigo viver sem muitos luxos, mas a verdade é que estou à beira do abismo financeiro.
Minha empresa enfrenta uma crise grave. Se eu não conseguir dinheiro urgentemente, terei que fechar as portas. Os custos de manutenção, os fornecedores e os salários dos funcionários estão se acumulando, e os clientes simplesmente não estão fechando contratos como antes.
Cada dia que passa, sinto o peso da responsabilidade aumentar. Se eu perder a empresa, perderei anos de dedicação e sacrifícios. Mas o que posso fazer quando minhas opções estão se esgotando?
Foi por isso que passei o dia inteiro em reuniões, tentando desesperadamente conseguir um empréstimo. Mas as respostas foram todas as mesmas:
“Infelizmente, no momento, não podemos conceder crédito.”
Tentei bancos, investidores, até um ex-cliente que devia favores, mas ninguém quis arriscar.
Agora, sentada na minha mesa, olhando para a pilha de contas, eu sentia o desespero crescendo. Meu telefone vibrou ao lado do teclado. Suspirei e peguei o aparelho, pronta para ignorar qualquer nova cobrança. Mas, quando vi o nome na tela, meu coração parou.
Dona Eleonora Moretti.
O que ela queria comigo depois de tantos anos?
Fitei a tela antes de atender.
— Alô?
— Isabella, querida… quanto tempo.
Fechei os olhos. A voz dela ainda era a mesma, cheia de carinho e uma autoridade natural. Diferente de Lorenzo, sua avó sempre foi doce comigo.
— Sim, muito tempo… — murmurei.
— Precisamos conversar. Estou com saudades.
Minha garganta secou. Por que ela queria me ver agora?
— Eu… não sei se é uma boa ideia, dona Eleonora. Eu…
— Por favor, Isabella. Pelo menos uma xícara de chá. Nada mais.
Suspirei. Parte de mim sabia que eu deveria negar. Mas a outra parte… estava curiosa.
E, sinceramente? Eu não tinha nada a perder.
— Tudo bem. Onde e quando?
Ela me deu o endereço de um café sofisticado no centro. E marcou nosso encontro no mesmo dia.
Quando desliguei, minhas mãos estavam geladas.
Aguardei um pouco, esperando a ansiedade passar, e então peguei minha bolsa, entrei no carro e segui para o endereço enviado por Dona Eleonora. Meu coração estava acelerado, e eu não sabia exatamente por quê.
Talvez fosse o fato de estar indo encontrar a avó do homem que um dia amei.
Ou talvez fosse o medo do que ela queria comigo depois de tanto tempo.
O trânsito estava moderado, mas minha mente estava longe dali. As mãos suavam no volante, e cada quadra que eu percorria tornava minha respiração mais curta.
Quando finalmente estacionei em frente ao café sofisticado no centro da cidade, permaneci dentro do carro por alguns segundos. Meus dedos apertavam o couro frio do volante enquanto tentava organizar meus pensamentos.
Por que estou aqui?
Eu deveria ter recusado. Mas algo dentro de mim dizia que era para eu prosseguir. Eu já estava ali, então, o que me custava ir adiante?
Respirei fundo, soltei o cinto e saí do carro.
Assim que entrei no café, fui recebida pelo cheiro reconfortante de café fresco e um leve toque de baunilha. Meu olhar varreu o ambiente até encontrar Dona Eleonora Moretti, sentada em uma mesa reservada no canto.
A idade parecia não ter pesado sobre ela. O cabelo grisalho estava impecavelmente preso em um coque elegante, e os olhos, tão afiados quanto eu me lembrava, me analisaram de cima a baixo assim que me aproximei.
— Isabella… — Ela sorriu, se levantando levemente da cadeira. — Você está tão linda.
Meu peito apertou. Eu não sabia se deveria sorrir ou se manter fria.
— Boa tarde, dona Eleonora.
— Por favor, querida, sente-se.
Fiz o que ela pediu, e logo um garçom apareceu para anotar nosso pedido. Eu apenas pedi um café simples, enquanto ela pediu um chá de camomila.
O silêncio que veio depois era estranho. Eu sentia que ela não tinha me chamado aqui apenas para matar a saudade.
Dona Eleonora foi a primeira a falar.
— Eu soube que você se saiu bem nos últimos anos, querida.
Ri sem humor.
— Se "bem" significa estar tentando desesperadamente salvar a minha empresa, então sim, estou ótima.
Ela me observou por um momento, como se analisasse cada palavra que eu dizia.
— Você ainda guarda rancor, não é?
Minhas mãos se apertaram no colo. Eu não queria falar sobre o passado.
— Eu segui em frente, dona Eleonora. O que aconteceu entre mim e seu neto ficou no passado.
Ela assentiu levemente, mexendo o chá com calma.
— Eu sei que ele não quis te ouvir… — Ela suspirou. — E também sei que você sofreu muito mais do que ele imagina.
Minhas costas se enrijeceram. Ela sabia?
Pisquei algumas vezes, tentando processar. Mas antes que eu pudesse dizer algo, ela continuou:
— O que Lorenzo fez com você foi um erro terrível, Isabella. Mas eu conheço meu neto. Ele é orgulhoso e teimoso demais para admitir que pode estar errado. Apesar dessa raiva toda que vocês dois sentem um pelo outro, no fundo ainda se amam.
Não respondi. O nó na minha garganta estava grande demais.
— E é por isso que estou aqui hoje — ela continuou, pousando a xícara sobre a mesa e entrelaçando os dedos sobre o colo. — Eu preciso da sua ajuda.
— Minha ajuda? — Ergui uma sobrancelha. Aquilo era inesperado. — Minha ajuda com o quê? — ousei perguntar novamente.
Ela se ajeitou na cadeira, o olhar penetrante fixo em mim.
— Quero que se case com meu neto.
Meu coração parou.
Pisquei, esperando que ela risse e dissesse que era uma brincadeira. Mas o rosto dela continuava sério, o suficiente para eu saber que ela não estava brincando.
Soltei uma risada sem humor.
— Você só pode estar brincando.
— Estou falando muito sério.
Isso era uma loucura.
— Por que diabos eu faria isso?
— Porque você precisa de dinheiro.
Meus músculos travaram.
Ela se inclinou para frente, a expressão ainda serena, mas cheia de determinação.
— Como você disse, sua empresa está com problemas. Sei que você está lutando para mantê-la de pé. E sei que nenhuma outra solução apareceu para você até agora.
Engoli em seco. Ela me conhece muito bem, para saber que realmente estava lutando para fazer a empresa se recuperar.
— E o que eu ganharia com isso? Lorenzo só me odiaria mais ainda.
Ela sorriu levemente.
— Você ganhará um valor suficiente para resolver seus problemas financeiros e ainda ficar com um bom dinheiro em sua conta. Passaria o resto do ano sem se preocupar em pagar qualquer dívida que surgisse. Além do pagamento que Lorenzo vai dar pelo contrato, te darei um extra.
Meu coração deu um pulo.
Ela sabia exatamente como me atingir.
— Lorenzo precisa desse casamento. A imprensa tem feito especulações sobre a vida pessoal dele, e ele não pode se dar ao luxo de ter sua imagem e sexualidade questionada. Ele só precisa de um casamento no civil, algo que passe credibilidade para o público. E você precisa do dinheiro. E além de tudo, não quero outra pessoa carregando nosso sobrenome, se não for você. — agarrou minhas mãos. — Eu amo muito você, minha querida, e não vou mentir, tenho esperança de que vocês se acertem.
Meu estômago embrulhou.
— Ele… sabe que sou eu?
Dona Eleonora balançou a cabeça em negativo.
— Não. E ele não se importa com quem será a esposa, desde que o contrato seja cumprido. De certa forma, isso é bom para você, ele não pode saber que você é a esposa.
Apertei os olhos. Isso era insano. E quando ele descobrisse?
Mas a verdade era que… eu estava sem saída. Eu preciso do dinheiro, e a família Moretti era a única saída naquele momento. E talvez essa fosse minha única chance, uma saída para os meus problemas.
Respirei fundo, minha mente girando em todas as direções possíveis.
Casar com Lorenzo Moretti.
Um homem que me odiava.
Um homem que nem sabia que eu era a noiva contratada.
E, mesmo assim, tudo dentro de mim gritava que eu deveria dizer sim, e resolver de uma vez por todas os meus problemas.
Levantei o olhar para a senhora Moretti à minha frente.
— Quando isso precisa acontecer?
Ela sorriu.
— Em uma semana.
— Tudo bem, vou me casar com Lorenzo.
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Atualizado até capítulo 44
Comments
Marcia Azevedo
Naira é uma escritora entre as top da plataforma. Suas histórias têm conteúdo e não há aquele festival de erros de português.
2025-04-10
6
Rosemare Araujo
geralmente eu aguardo as autoras concluírem os livros p eu começar a leitura!Mas as histórias da nossa diva Naira,são irresistíveis,além de serem curtas e sem enrolação!Amo❤️
2025-03-09
2
Simone Ferreira
Essa história vai ser babado,pronta para mais uma obra linda sua,Naira sua linda🥰❤️
2025-03-05
14