Capítulo 19

...(⁠๑⁠˙⁠❥⁠˙⁠๑⁠) Lorenzo Moretti (⁠๑⁠˙⁠❥⁠˙⁠๑⁠)...

Entrei na minha empresa com passos firmes, a paciência já desgastada.

O sumiço de Isabella ainda martelava na minha mente, e minha cabeça fervia com cada possibilidade do que poderia ter acontecido.

Assim que atravessei as portas do meu escritório, parei abruptamente. Minha avó estava sentada em uma das cadeiras diante da minha mesa, com as mãos entrelaçadas sobre o colo, me esperando.

Seu olhar era calmo, mas eu conhecia bem aquela expressão. Ela queria respostas.

Fechei a porta atrás de mim e fui direto para a mesa, soltando minha pasta e encarando-a.

— Nonna.

— Lorenzo. — Ela respondeu no mesmo tom, levantando uma sobrancelha. — Sente-se. Precisamos conversar.

Suspirei, passando a mão pelos cabelos antes de me sentar.

— Imagino que saiba sobre o que aconteceu na festa.

Ela assentiu, os lábios se apertando em uma linha fina.

— Ouvi boatos... e depois fui confirmando as informações. — Seus olhos escuros se fixaram nos meus. — Como pode ser tão descuidado dessa forma? Você bateu no governador. Ah algo, que eu não esteja sabendo?

— Ele tentou abusar de Isabella. — respondi.

— O governador tentou forçá-la?

Minha mandíbula travou.

A lembrança da cena ainda fazia meu sangue ferver.

— Ele a drogou. — Soltei as palavras como se cuspisse veneno. — Se eu não tivesse chegado a tempo, ele teria abusado dela. maldito cretino.

Minha avó suspirou pesadamente, levando a mão ao peito.

— Meu Deus. Coitada de Isabella.

Ela balançou a cabeça, parecendo absorver a gravidade da situação.

— E depois? O que aconteceu?

Me inclinei para frente, apoiando os cotovelos na mesa.

— Eu a levei para o meu apartamento na praia.

Sua expressão não demonstrou surpresa.

Mas, quando acrescentei:

— Passamos a noite juntos.

Seus olhos se arregalaram.

O silêncio se alongou entre nós.

— E onde ela está agora? — Sua voz saiu cuidadosa.

Minha expressão endureceu.

— Foi embora antes de eu acordar.

Minha avó piscou algumas vezes, absorvendo minha resposta.

— Você a procurou?

— Óbvio.

— E?

— Nada. Não está no apartamento dela, nem na empresa. Não atende o telefone.

Minha avó franziu a testa.

— Eu também tentei ligar para ela. Aconteceu a mesma coisa. Caí direto na caixa postal.

Me encostei na cadeira, rangendo os dentes. Isso só tornava minha suspeita mais forte.

Ela queria desaparecer. Mas por quê? Depois do que houve entre nós dois, pensei que ela ficaria. Pensei errado!

Minha avó se levantou lentamente, pegando a bolsa.

— Lorenzo, encontre-a. Não deixe essa menina sumir de novo.

— Não preciso que me diga isso, Nonna. Eu estou apaixonado novamente pela minha esposa, parece que nunca tivemos desavenças.

— Isso é gratificante.

Ela me lançou um olhar significativo antes de sair do escritório, deixando para trás um rastro de preocupação.

Assim que ela saiu, apertei o botão do interfone.

— Mande Danilo entrar no meu escritório. Agora.

Desliguei sem esperar resposta.

Minutos depois, a porta se abriu, e Danilo entrou com seu andar despreocupado de sempre. Mas, ao ver minha expressão, ele franziu o cenho.

— Que cara é essa?

Cruzei os braços.

— Preciso que contrate uma equipe especializada para encontrar Isabella.

Ele parou no meio do escritório. Seu olhar se fechou levemente.

— Lorenzo... acho que você precisa repensar isso.

Minha paciência já estava curta.

— O que quer dizer com isso?

Danilo soltou um suspiro, passando a mão pelos cabelos.

— Se ela está fugindo, é porque não quer ser encontrada. Talvez seja hora de deixá-la em paz.

Minha visão escureceu.

— Como é? Até alguns dias atrás, você me motivou a investigar tudo o que aconteceu. Agora está pedindo simplesmente para deixá-la em paz?

Danilo me encarou com seriedade.

— Você já pensou que Isabella poderia estar tentando se afastar porque quer? Eu motivei você a abrir o caso e pesquisar, para que ela fosse inocentada diante de suas acusações infundadas. Mas não falei para procurá-la e trazê-la para sua vida. Ela não quer isso, já provou com suas ações.

Me levantei da cadeira, meu corpo inteiro tenso.

— Você sabe de algo que eu não sei, Danilo?

Ele manteve o olhar fixo no meu, sem piscar.

— Não sei nada além do óbvio. Mas se fosse você, Lorenzo, pensaria duas vezes antes de correr atrás dela.

Minha mente processou suas palavras. E, naquele instante, desconfiei de algo.

Danilo estava escondendo alguma coisa. Mas o quê?

Cruzei os braços, estreitando os olhos.

— Isso não importa. Eu não vou desistir de encontrá-la.

Danilo suspirou.

— Se é assim... tudo bem.

Ele pegou o celular do bolso e discou rapidamente.

— Vou contratar a equipe. Mas espero que saiba o que está fazendo.

Meu maxilar se apertou. Eu sabia exatamente o que estava fazendo. E, Isabella querendo ou não, eu a encontraria.

Danilo ainda estava com o celular no ouvido, finalizando a ligação com a equipe de rastreamento.

Eu observei cada movimento seu.

O jeito que desviava o olhar, o tom controlado demais, a forma como sua expressão se fechava por um segundo antes de voltar ao normal.

Ele estava escondendo alguma coisa, era nítido. E eu precisava descobrir o que era.

Quando ele encerrou a chamada, me encarou.

— Tudo certo. Eles vão começar agora.

Cruzei os braços, minha expressão endurecendo.

— Ótimo. E você? Vai me dizer o que sabe?

Danilo bufou, um sorriso irônico surgindo no canto de seus lábios.

— Você realmente acha que estou escondendo algo, amigo? Jamais minto para você, e nunca lhe escondi nada.

Apertei a mandíbula.

— Acho que você está agindo como se quisesse me impedir de encontrar Isabella.

Ele soltou uma risada baixa, sem humor.

— Talvez porque eu ache que você precisa pensar antes de agir. Vou repetir a você, o que eu disse minutos atrás. Se ela sumiu, é porque não quer ser encontrada. Mas me fala você Lorenzo, o que fez dessa vez, para que ela fugisse assim, sem dar explicação.

Me aproximei dele, minha voz saindo baixa, ameaçadora.

— Desde quando você se preocupa tanto com Isabella?

Seu sorriso sumiu.

E então vi. Por uma fração de segundo, seu olhar mudou. Algo dentro dele se alterou.

E foi nesse instante que eu soube. Danilo não estava apenas protegendo Isabella, ele sentia algo por ela. Estava apaixonado pela minha esposa.

Minha respiração pesou.

— Se eu descobrir que você sabe onde ela está e está me enganando...

Danilo descruzou os braços e deu um passo para frente, ficando a poucos centímetros de mim.

— O que você vai fazer?

O desafio estava no ar.

Eu poderia partir para cima dele ali mesmo. Poderia exigir respostas na base da força. Mas, ao invés disso, apenas sorri de canto.

— Acredite, você não quer saber.

Antes que a conversa escalasse ainda mais, meu celular vibrou no bolso. Peguei o aparelho e vi a notificação da equipe de rastreamento.

Localização preliminar encontrada.

Meu coração bateu forte.

Levantei o olhar para Danilo e vi a sombra de preocupação cruzar seu rosto.

Eu estava perto.

E quando eu a encontrasse… Ninguém a tiraria de mim novamente.

— Pode se retirar — falei olhando para Danilo.

Ele apenas assentiu e saiu fechando a porta atrás de si.

Mais populares

Comments

Maria Sena

Maria Sena

Eita, e não é que o jumento tirou as travas da cara e enxergou o obvio? Agora resta saber se ele vai fazer como no tempo do homem da caverna, pegar a Isabela pelos cabelos e obrigaŕ ela ir com ele.

2025-03-08

5

Andreza Cristina Cunha

Andreza Cristina Cunha

eu acho que o Danilo tem alguma coisa a ver com a armação pra separar ELES 😉.SE ele é apaixonado por ela ele armou pra ELES.

2025-03-11

3

Celia Gomes

Celia Gomes

eita até que enfim o idiota acordou,, quem tem um amigo desse não precisa de inimigo 🤣🤣🤣🤣

2025-03-12

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!