...(๑˙❥˙๑) Isabella (๑˙❥˙๑)...
O celular vibrou sobre minha mesa e meu coração deu um salto, mesmo já sabendo quem era.
Dona Eleonora Moretti.
Respirei fundo, preparando-me para o que ouviria. Já estava decidido. Eu aceitei esse acordo sabendo exatamente no que estava me metendo. Mas agora, ouvir a confirmação de que estava prestes a me tornar esposa de Lorenzo Moretti ainda fazia meu estômago revirar de nervoso.
Atendi quase no último toque.
— Isabella, querida, está feito. O casamento será em uma semana — a voz dela soou tranquila, como sempre.
Mordi os lábios.
Mesmo esperando por essa resposta, ouvir as palavras saírem da boca dela tornava tudo mais real.
— Certo… — minha voz saiu um pouco mais fraca do que eu gostaria.
— Não se preocupe, meu bem. Tudo já está planejado. O casamento será discreto, como Lorenzo exigiu. Apenas uma assinatura, sem cerimônia, sem nada. E assim que você cumprir com o acordo, envio-lhe o valor prometido.
Ele realmente não fazia ideia.
Ele assinaria aqueles papéis sem nem ao menos se importar com quem estava do outro lado. Para ele, não fazia diferença quem seria sua esposa, contanto que a mídia acreditasse.
Mas para mim… fazia.
— Você está bem, Isabella? — Dona Eleonora perguntou depois de alguns segundos de silêncio.
— Sim, só estou processando tudo. — minto.
— É compreensível. Mas confie em mim, querida, isso será bom para vocês.
Mordi o lábio novamente. Bom?
Me casar com um homem que me odeia e que não faz ideia de que está se casando comigo? Isso não seria bom, nenhum pouco.
— Amanhã, o advogado levará os documentos para que você assine antes do casamento — ela continuou. — Não se preocupe com nada. Eu providenciei o necessário.
Não havia necessidade de me preocupar.
O destino já estava selado.
Quando a ligação terminou, fiquei olhando para a tela preta do celular.
Em uma semana, eu seria Isabella Moretti.
Não dormi direito naquela noite.
As lembranças me perseguiram, como sempre faziam quando o nome de Lorenzo voltava a rondar minha mente.
O homem que me amou, e depois me jogou fora, sem me dar a oportunidade de falar a ele toda a verdade.
Ele sequer quis me ouvir. Nunca tentou entender o que realmente aconteceu. Ele simplesmente me descartou como se eu nunca tivesse significado nada.
Mas agora? Em poucas semanas, ele estaria preso a mim.
Se tivesse me dado a chance de falar, se tivesse escutado, talvez nada disso estivesse acontecendo.
Mas ele fez sua escolha. E eu fiz a minha.
No dia seguinte, um homem de terno impecável apareceu na recepção da minha empresa.
— Senhorita Vasquez?
Assenti.
— Sou o advogado de Dona Eleonora. Vim trazer o contrato para que assine.
Ele abriu uma pasta de couro e deslizou os papéis sobre a mesa.
O coração disparou quando vi o nome Lorenzo Moretti impresso ali.
Tantos anos se passaram e, ainda assim, meu nome estaria novamente ao lado do dele.
— Se puder assinar aqui… — ele apontou para a última linha do documento.
Segurei a caneta com firmeza, embora meus dedos tremessem levemente.
Lorenzo assinou sem nem saber quem era a mulher que estaria carregando seu sobrenome.
Que ironia.
Engoli em seco e, sem pensar mais, assinei meu nome.
— Ótimo — disse o advogado, recolhendo os papéis. — O casamento acontecerá em alguns dias, mas, como solicitado pelo senhor Moretti, vocês não precisarão se ver antes da cerimônia.
Claro que não.
Ele não queria saber quem era a esposa. Não queria conhecer, nem ver, nem perder um minuto pensando nela.
Se soubesse que era eu.
Será que ele teria rasgado esse contrato na mesma hora?
...(๑˙❥˙๑) Uma semana depois (๑˙❥˙๑)...
No dia do casamento, acordei cedo. O ar estava frio, o céu nublado. Um dia perfeito para um casamento sem amor.
Me vesti sem pressa, analisando meu reflexo no espelho.
Dona Eleonora enviou o vestido para mim. Algo elegante, mas discreto. Não era um vestido de noiva tradicional, porque isso não era um casamento de verdade.
Minha única função era assinar um papel e me tornar a esposa invisível de Lorenzo Moretti. Eu sabia que esse acordo me beneficiaria financeiramente.
Meu cabelo estava solto, como Lorenzo sempre gostou.
Engraçado.
Eu sabia que ele não me veria hoje, mas, de alguma forma, ainda queria que ele me visse como eu sempre fui.
Entrei em meu carro, e me dirigi até o cartório.
Quando cheguei, um assistente de Dona Eleonora já me esperava.
— Bom dia, senhorita ....
— Isabella!
— Senhorita Isabella. Venha comigo.
Ele me guiou até uma sala privada. Sobre a mesa, estavam os documentos finais.
Meu olhar se prendeu ao nome dele mais uma vez.
Lorenzo Moretti.
— Ele já assinou? — perguntei, mesmo já sabendo a resposta.
— Sim, mais cedo. Só veio assinar, e foi embora.
Minha respiração ficou presa na garganta.
Claro que sim. Porque para ele, não importava.
Assinei meu nome.
Com um único traço de caneta, eu me tornei esposa do homem que me odiava.
Quando saí do cartório, o vento frio bateu contra minha pele. O mundo seguia normal, como se nada tivesse mudado. Mas para mim, tudo estava diferente.
Peguei o celular e enviei uma mensagem curta para Dona Eleonora:
Está feito.
Segundos depois, ela respondeu:
Bem-vinda à família, Isabella.
Meus dedos apertaram o telefone.
— O que eu fiz? — Indaguei a mim mesma, olhando para a aliança em meu dedo. Uma aliança que eu mesma havia colocado.
Caminhei até meu carro, entrei e dirigi diretamente para o apartamento que eu moro.
Quando estacionei diante do prédio, um carro preto parou e um segurança desceu antes de mim. Abri a porta do meu carro, ele me cumprimentou e estendeu o braço me entregando uma maleta preta.
— Aqui está, senhora Moretti.
Minhas mãos tremeram levemente ao pegá-la. Eu já sabia o que tinha ali dentro.
Dinheiro.
O pagamento pelo meu casamento.
Engoli em seco e apenas assenti, apertando a alça da maleta com força. Sem dizer mais nada, segui para o meu apartamento, sentindo cada degrau pesar mais do que nunca.
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Atualizado até capítulo 44
Comments
Maria Sena
Gente, ontem mesmo ouvi uma frase na televisão que, dizem que dinheiro não traz felicidade, mas que paga as contas e fazem muita gente feliz isso faz. Sou dessa opinião, principalmente na crise atual que vivemos. Minha opinião.
2025-03-08
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Odailma
Como a sociedade vai acreditar em um casamento onde o casal não aparece juntos, em público ou mesmo em fotografias? Mais uma vez vão acreditar que o cara é gay e forjou o casamento . Acho que deram um tiro no pé!!!!!!
2025-04-18
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Flavia Felix
Dizem que qud dinheiro não traz felicidade. Mas ajuda tanto.
A mim pelo menos ajuda muito, fico feliz com as minhas contas todas pagas.
2025-04-23
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